terça-feira, 1 de março de 2011

1961- O ANO DE TODAS AS CRISES





Vai realizar-se nos próximos dias 3 e 4 de Março, na Casa da Escrita, na Rua João Jacinto nº8, em Coimbra, um colóquio subordinado ao tema 1961 - O Ano de Todas as Crises. Uma iniciativa do CEIS 20, e do grupo de trabalho de alguns investigadores deste centro coordenado pela Doutora Heloísa Paulo.

Pode ler-se no texto de divulgação do colóquio:

Entre 22 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de portugueses e espanhóis sequestra o paquete português Santa Maria, iniciando uma nova etapa nas formas de combate ao regime de Salazar e Franco. A acção, a cargo do DRIL, Directório Revolucionário Ibérico de Libertação, considerada pelas ditaduras de Portugal e Espanha como um mero "acto de pirataria", acaba por transformar-se num acontecimento mediático com consideráveis consequências para ambos os regimes. Após alguns dias de trajectória no mar, o agora denominado "Santa Liberdade" acaba por atracar no porto do Recife, no Brasil, graças ao apoio dado pelo presidente brasileiro Jânio Quadros ao movimento. Mas, este não seria o único impacto para Salazar no ano de 1961. No mesmo dia em que o paquete é entregue pelas autoridades brasileiras ao adido naval português, um grupo de elementos do Movimento para a Libertação de Angola realiza uma série de actos de revolta, marco do início da Guerra Colonial. Em Abril, no seio do próprio Estado, Botelho Moniz declara a necessidade da deposição de Salazar. Em Novembro, a oposição realiza um novo acto de afronta ao regime nos céus de Lisboa. Um avião da TAP, sequestrado por um grupo liderado por Galvão, cruza a capital espalhando panfletos contra um Estado que entra em processo de agonia. Finalizando o ano, um grupo de militares tenta uma acção revolucionária que passa a ser conhecida como a Revolta de Beja.

Para assinalar os 50 anos passados de tais eventos, o presente encontro visa reunir historiadores, estudiosos e personagens participantes deste momento da História recente do país com o objectivo de fomecer aos especialistas e ao público em geral um novo ângulo de visão daquele que foi o ano de todas as crises para o regime salazarista.


Para além das intervenções de alguns investigadores como João Madeira, Mário Matos e Lemos, Fernando Rosas, Fernando Pimenta, Julião Soares, Heloísa Paulo e Aniceto Afonso.

Vão também dar o testemunho dos acontecimentos onde intervieram, alguns dos protagonistas, conforme se pode comprovar no folheto/programa apresentado acima como:
Amândio Silva (Participante do Sequestro do Avião da TAP)
Camilo Mortágua (Participante do assalto ao Santa Maria – TAP)
Fernando Vasconcelos (Participante do Sequestro do Avião da TAP)
Jaime Conde (Participante da Revolta da Sé)
Manuel Pedroso Marques (Exilado e participante da Revolta de Beja)

Uma iniciativa muito interessante e que merece a melhor divulgação junto dos nossos ledores.

A.A.B.M.

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