sábado, 9 de abril de 2011

TERRA LIVRE – SEMANÁRIO ANARQUISTA


TERRA LIVRE. SEMANÁRIO ANARQUISTA – Ano I, nº 1 (13 Fevereiro 1913) ao nº 24 (31 de Julho de 1913), Lisboa; Propriedade: Grupo Terra Livre; Administração e Redacção: Rua das Gáveas, 55, 1º, Lisboa; Editor: Jaime de Castro; Director: Pinto Quartin; Corpo Redactorial: Carlos Rates, Neno Vasco, Pinto Quartin, Sobral de Campos; Impressão: Oficinas Gráficas, Rua do Poço dos Negros, 81, Lisboa; publica-se às quintas-feiras; 1913, 24 numrs,

Colaboração/textos: A. Girard, Adolfo Lima, Afonso Manaças (estudan. medicina), Araújo Pereira, Astrogildo Pereira, Aurélio Quintanilha (estudan. Medicina), Bel-Adon, Campos Lima, Clemente Vieira dos Santos, Eça de Queiroz, Edmundo d’Oliveira, Emília Garrido, Emílio Costa, Errico Malatesta, Francisco Lopes de Sousa [carta ao semanário sobre a sua prisão e de outros camaradas em Olhão], Francisco Moreno, G. Moitet, Gaspar Santos (estudan. Medicina), Humberto de Avelar, Ismael Pimentel, Jacinto Benavente, Joana Dubois, José Bacelar, José Benedy, José Carlos de Sousa, José Gomes Ventura, Madeleine Vernet, Manuel Luiz da Costa Júnior, Marcela Capy Marques, Manuel Ribeiro, Max Nourdau, Miranda Santos, N. de B., Nelly Roussel, Pedro Kropotkine, R. C. Júdice, Rocha Vieira (caricaturista), Rene Miguel, Rui Forsado, Zeferino Oliva.

A Biblioteca Nacional disponibilizou online um dos mais importantes jornais da corrente anarquista e libertária do movimento operário, Terra Livre. Nascido em 1913, “nesse agitado e turbulento ano” [cf. João Medina, Um semanário anarquista durante o primeiro governo de Afonso Costa. ‘Terra Livre’, Análise Social, vol. XVII (67-68), 1981] que curiosamente “não deixava saudades a quem quer que fosse, nem mesmo porventura a Afonso Costa, que em começos do ano seguinte acabaria de se apear do Ministério, após a árdua tarefa de dirigir o país durante exactamente treze meses” [ibid], o semanário Terra Livre (“órgão da luta social e económica”) teve a colaboração dos mais preclaros e esclarecidos libertários de então [Pinto Quartin, Carlos Rates, Neno Vasco, Sobral de Campos, Manuel Ribeiro, Emílio Costa, Adolfo Lima, Campos Lima, Aurélio Quintanilha]. Doutrinador e formativo, promoveu um conjunto de raras iniciativas no campo político, cultural e de divulgação do ideário anarquista, criticando e combatendo o parlamentarismo republicano e o governo de Afonso Costa [ver César de Oliveira, in Antologia da Imprensa Operária Portuguesa, 1837-1936, Lisboa, 1984].

Com uma tiragem de 3500 exemplares, o semanário Terra Livre era um “ponto de encontro” e lugar de debate para os mais esclarecidos e “iluminados” dirigentes do movimento operário. Não resistindo à repressão imposta pelo governo de Afonso Costa [o “novo João Franco” ou o “racha-sindicalistas”], com a prisão e a expulsão [por dez anos para o Brasil] do seu director, Pinto Quartin, e de muitos dos seus colaboradores, no decorrer de uma feroz vaga repressora anti-operária e anti-social, o periódico Terra Livre termina a sua publicação ao fim de 24 números e com ele finda uma voz incómoda ao “conservadorismo republicano” [ver, sobre o assunto, o esclarecido artigo, já citado, de João Medina].

Terra Livre AQUI online.

J.M.M.

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