segunda-feira, 13 de junho de 2011
OS FILHOS DA GUERRA COLONIAL:PÓS-MEMÓRIA E REPRESENTAÇÕES
Vai realizar-se amanhã e depois, dia 14 de Junho e 15 de Junho, no CES-Lisboa, um colóquio organizado pelo Centro de Estudos Sociais, com o título em epígrafe que é a todos os títulos de grande interesse para uma sociedade que ainda conserva/esconde alguns traumas com um longo período de 14 anos de guerra (1961-1975).
Pode ler-se na sinopse de apresentação do colóquio:
Entre 1961-1974 Portugal manteve em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau uma longa Guerra Colonial não publicamente assumida. A memória desta Guerra na sociedade portuguesa contemporânea liga-se a três acontecimentos históricos marcantes: o final da ditadura salazarista, o 25 de Abril de 1974 e a descolonização. A grandeza destes acontecimentos na história contemporânea portuguesa, por um lado, e a quase inexistência de estudos de história colonial portuguesa, por outro, permite que a Guerra Colonial seja vista como algo externo e não como algo de profundamente interno a Portugal e aos países africanos entretanto independentes. Assim, ela apresenta-se incompreensível e mantém-se reservada aos grupos que são portadores da sua memória: os ex-combatentes e as suas famílias.
O presente projecto de investigação aprofunda algumas linhas críticas sobre a Guerra Colonial a partir de testemunhos de filhos de ex-combatentes, ou seja, a partir da pós-memória da Guerra, a memória daqueles que não a experienciaram, mas cresceram mergulhados em narrativas da guerra vivida pela geração dos seus pais.
A abordagem transdisciplinar que propomos – combinando áreas como a crítica literária, os estudos culturais, a psiquiatria, a sociologia, a história, ou a ciência política – usufrui do actual debate teórico sobre três directrizes: a pós-memória no âmbito da memória familiar e colectiva; o trauma no âmbito da reflexão crítica sobre o pós-Guerra Civil de Espanha, o pós-Holocausto, o pós-guerra da Argélia, o pós-Vietname, e o pós-Apartheid; e as contra-histórias marginais que surgem a partir da problematização do silêncio ontológico que funda o subalterno numa linha crítica que une Gramsci à tradição dos Subaltern Studies e dos estudos pós-coloniais.
No programa do colóquio constam personalidades de relevo como: Margarida Calafate Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Bernard McGuirk, Roberto Vecchi, Rui Mota Cardoso, Luiz Gamito,Ivone Castro Vale, Aida Dias, entre vários outros.
O programa completo pode ser consultado AQUI.
Uma iniciativa que se recomenda.
A.A.B.M.
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