sexta-feira, 25 de novembro de 2011

HOMENAGEM AO PROF. ROMERO MAGALHÃES



Na passada sexta-feira, dia 18 de Novembro de 2011, a Associação Portuguesa de História Económica e Social (APHES), no âmbito do seu XXXI Encontro, realizou uma pequena cerimónia de homenagem ao Prof. Doutor Joaquim Romero Magalhães.

A homenagem, realizada durante o jantar dos participantes no Encontro, contou a presença do Prof. José Reis, do Doutor Álvaro Garrido, do Prof. Pedro Lains, da Prof. Eugénia Mata e do Prof. David Justino, na mesa com o homenageado e sua esposa.

As intervenções de fundo sobre o homenageado foram feitas pela Prof. Eugénia Mata e pelo Prof. José Reis. Dos seus discursos respigamos algumas ideias que retivemos: a carreira académica, os cargos públicos e políticos, o trabalhos de investigação, os temas preferidos (Algarve, Descobrimentos, Brasil), a chegada a Coimbra e a criação da Faculdade de Economia, a influência da Escola dos Annales e a relação de amizade com Vitorino Magalhães Godinho.

Num percurso ligado à História Económica, concluiu a sua licenciatura em História em 1967, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois de ter sido presidente do TEUC em 1963, ainda estudante, quando vivia ainda na República do Prakistão. Em 1964 foi presidente da AAC, em 1971 consegue o diploma de Estado para professor liceal. Joaquim Romero Magalhães começou por analisar os campos, "os matos", em especial os da paisagem algarvia (Para o estudo do Algarve Económico durante o século XVI, Edições Cosmos, Lisboa, 1970) como foi lembrado, foi avançando pelo tempo histórico e abarcando novas áreas como os Descobrimentos. Desse seu interesse por esta área temática foi chamado a desempenhar as funções de Comissário-Geral da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1999-2002), foi ainda diretor da revista Oceanos (1999-2001), excelente publicação, onde se deram a conhecer alguns novos aspetos e autores que analisaram o período dos Descobrimentos.

Autor de uma vasta obra científica, dedicou alguma atenção nos últimos tempos à temática da República. Depois de em 1979, ter feito a nota introdutória na obra A pedagogia e o ideal republicano em João de Barros, organizada por Maria Alice Reis, publicou em 2009, Vem aí a República e realizou um estudo biográfico sobre uma personalidade local intitulado Os Combates do Cidadão Manuel Ferreira Martins e Abreu, em 2010.

Homem de amizades, de laços que se estabelecem ao longo da vida, da família, que conseguiu manter, fortemente ligado aos livros, gosto que herdou de seu pai, reconhece que hoje já se pode dar ao luxo de fazer aquilo de que gosta. Personalidade marcante da historiografia portuguesa contemporânea, formou à sua volta, na Faculdade de Economia, um conjunto de historiadores económicos que seguem os seus próprios destinos de forma bastante destacada.

Uma justa homenagem por parte de alguns dos seus pares e amigos que lhe tributaram o seu respeito e consideração, a que tivemos o grato privilégio de assistir.

A.A.B.M.

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