quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MUNDO LITERÁRIO


MUNDO LITERÁRIO. Semanário de crítica e informação literária, científica e artística, Lisboa, Ano I, nº 1 (11 Maio 1946) ao Ano II, nº 53 (1 Maio de 1948); Propr: Editorial Confluência, Lda; Editor: Luís de Sousa Rebelo; Director: Jaime Cortesão Casimiro (e Adolfo Casais Monteiro), 1946-48, 53 numrs

[Alguma] Colaboração: Adolfo Casais Monteiro, Alberto Ferreira, Alexandre O’Neill, Álvaro Salema, Alves Redol, António Pedro, António Ramos de Almeida, António Sérgio, Aquilino Ribeiro, Branquinho da Fonseca, Eugénio de Andrade, João Gaspar Simões, João José Cochofel, Jorge de Sena, José Blanc Portugal, José Régio, Júlio Pomar, Mário Dionísio, Mário Sacramento, Ruy Luís Gomes, Sant’Anna Dionísio, Tomaz Kim, Victor de Sá, Vitorino Magalhães Godinho.

"... A escolha dos colaboradores norteava-se por um critério obviamente não declarado, mas que não era difícil de inferir: o de não apoiarem ou colaborarem com o Estado Novo, tendo a maioria deles subscrito as famigeradas listas do MUD contra o Governo.

Não faltaram problemas com a Censura, que me cabia contactar nessas situações e, para evitar uma primeira suspensão, fomos forçados por ela a 'Declaração' publicada no n.° 6.

A colaboração era remunerada e, em Maio de 1947, as dificuldades financeiras e dívidas acumuladas impuseram a suspensão, que anunciámos no n.° 52, de 3 de Maio de 1947. Consegui, ao fim de quase um ano, o apoio da Editorial Cosmos, gerida por Manuel Rodrigues de Oliveira, após contacto com o Prof. Bento de Jesus Caraça, e o n.° 53 surgiu em l de Maio de 1948, no qual se assinalava que Casais Monteiro abandonara o Corpo Directivo, continuando a dar-nos a sua colaboração. Foi o pretexto para a Censura decidir acabar com o semanário, invocando o que considerava uma intolerável guinada para a esquerda e denunciando em especial a sua falta de confiança no novo corpo directivo e na reportagem 'Alfambras, Terras Perdidas' de Maia de Jesus [acerca da miséria da população algarvia]. Desde então, a Censura recusava-se a devolver, visadas ou cortadas, as provas dos textos a publicar. E quando insistíamos por carta para saber as razões da sua atitude, era-nos respondido apenas que confirmavam o que sobre o assunto haviam dito ao director Jaime Casimiro.

Ainda cheguei a procurar António Ferro que me remeteu para Luís Forjaz Trigueiros, salvo erro ao tempo Director do Diário Popular. Ao contactar este último, tornou-se claro que se pretendia tutelar por este meio o Mundo Literário. Desistimos então ...
" [Jaime Cortesão]

via FRENESI

J.M.M.

Sem comentários: