domingo, 7 de outubro de 2012

APRESENTAÇÃO DO "MEMORIAL REPUBLICANO" EM COIMBRA


Em boa hora assistimos à apresentação da obra Memorial Republicano, da autoria de Amadeu Carvalho Homem (texto) e Alexandre Ramires (imagem).

Num final de tarde solarengo, feriado de 5 de Outubro, que alguns querem que seja o último a comemorar a data da Implantação da República, juntaram-se em Coimbra, no Quartel de Sant'ana, perto de duas centenas de pessoas para assistir à apresentação da obra supra referida. Esta adesão surpreendeu positivamente a organização que tinha previsto realizar a sessão na capela do quartel, mas face à sala cheia como um ovo, deliberou acertadamente transferir a sessão para o átrio do quartel.


Com a presença de muitas caras conhecidas do meio cívico e universitário de Coimbra, vimos, entre outros: Rui Alarcão, Gomes Canotilho, Carlos Esperança, Miguel Pignatelli Queirós, Joaquim Romero Magalhães, José Manuel Portugal, Miguel Dias Santos, Fernando Fava, António Maduro, Rui Lopes, entre muitas outras personalidades mais ou menos anónimas.



No pequeno video que colocamos acima, temos uma pequena parte da intervenção de João Paulo Almeida e Sousa aquando da apresentação da obra. O ilustre clínico escolheu algumas das passagens do livro para as dar a conhecer aos assistentes que ainda não conheciam a obra, elogiou a organização e a selecção de imagens da obra e salientou as várias figuras do movimento republicano que são evocadas: José Falcão, Elias Garcia, Rodrigues de Freitas, Antero de Quental, Berardino Machado, Teófilo Braga, Sebastião de Magalhães Lima, entre outros.

De seguida colocamos, uma fotografia ilustrando a intervenção do Dr. António Arnaut. Foi durante esta intervenção que se verificou uma manifestação clara dos assistentes, salientando alguns dos aspectos mais positivos do Memorial que apresentava e que ele considerou mais um contributo importante para o estudo da República. O advogado, recorrendo à sua experiência de tribuno, apostou na escolha de algumas passagens mais marcantes da obra e procurou estabelecer pontes entre o passado e o presente. Lembrou alguns dos problemas que presentemente atravessamos e comparou-os com os momentos que conduziram à Implantação da República.

Lamentando o final do feriado e criticando a decisão política, António Arnaut conseguiu em algumas das das ideias empolgar por breves momentos a assistência. Salientou alguns dos perigos a que se assiste nos tempos que correm, com acusações aos políticos, pelos políticos e pela opinião pública que só contribuem para descredibilizar todo o sistema político. Terminou a sua intervenção saudando a República.


Os autores, começando por Alexandre Ramires, que salientou a importância do reconhecimento do tratamento da imagem e como através da imagem se podem contar muitas outras histórias. Referiu também  ainda o projecto de mostrar a evolução da cidade de Coimbra, através da fotografia que se foi fazendo na cidade desde meados do século XIX.

Amadeu Carvalho Homem salientou a importância dos ideais da República que estão em permanente actualização: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A Democracia, que está na sequência dos ideais atrás enunciados, está num momento difícil, mas manifestou a sua esperança na renovação da mesma. Os valores universais não se alteram com facilidade. Este autor reforçou a ideia que a presente obra, estava, na sua essência, pronta desde 2010, mas o atraso na publicação acabou por servir para utilizá-la como um símbolo de protesto contra o fim do feriado de 5 de Outubro, sendo pública e reconhecida a sua actividade em prol do estudo do Republicanismo e da causa republicana em Portugal.

Uma apresentação muito concorrida, com muita gente interessada no tema e um livro para ler e analisar com toda a atenção.

A.A.B.M.

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