Com o nome completo de David José Gonçalves Magno, nasceu em Lamego, a 17 de Agosto
de 1877 e morreu em Lisboa a 30 de Setembro de 1957, aquele que viria a ser um militar, publicista e arqueólogo com algum prestígio. Foi também autor de vários livros de carácter memorialístico, sendo um deles dedicado à sua participação na I Guerra Mundial.
Seguiu a carreira militar,
sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir
em Angola, em 1909 e 1910, ao conseguir avançar para o interior e impor a
presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. A partir de 15 de Fevereiro
de 1909, uma coluna contando 133 soldados e comandada pelos alferes David Magno
e António Margão avançou durante vários dias nos territórios do Golungo Alto. A
27 de Setembro de 1909, toma a aldeia do Caculo-Caenda. Porém, a instabilidade
era grande e os Dembos voltam a revoltar-se e o comandante militar de Lombige,
alferes David Magno, tentou ainda pacificamente resolver a situação. Não conseguindo
obter sucesso na sua missão, instala uma fortificação em plena capital do
Caculo-Caenda, denominada “Forte de Santo António”, construído já em 1910, tudo
indica que em 22 de Fevereiro. Mas a
presença continuava a ser rejeitada pelos habitantes da região e Henrique
Mitchell de Paiva Couceiro chegou a pensar na organização de uma grande
expedição militar para dominar a região, mas a falta de meios e de apoios
vindos de Lisboa, acabaram por nunca permitir a sua concretização.
Nos relatos que existem sobre a
actividade de David Magno nos territórios angolanos, deixam-nos algumas pistas
sobre esta personalidade. René Pélissier afirma sobre Magno “um oficial de
vaidade dificilmente suportável mas extremamente temível, visto que preferia a
diplomacia às balas”. A sua estratégia para se aproximar de D. Domingos Miguel
Sebastião, líder dos Dembos na região de Caculo-Caenda, passou por fingir que
salvava a vida de um dos filhos do soba, depois procurou criar atritos entre os
Dembos para lançar uns contra os outros, por fim, e apenas com 21 soldados
europeus e 23 soldados landins, conseguiu entrar na aldeia de Caculo Caenda e
convenceu-o de que aqueles soldados eram somente exploradores de uma grande
coluna de soldados que se dirigiam para a região. Durante cinco meses viveu
quase isolado do resto do resto do mundo, mas desenvolveu uma acção de
colonização semelhante à que era levada a efeito pelos franceses: abriu uma
escola e instalou uma casa comercial. A intenção de David Magno era, ficar com
a glória de ter sido ele a ter pacificado a região dos Dembos.
Substituído em 1910 e 1911,
regressa em 1912, quando a situação começava a degradar-se novamente para os
portugueses.
Mas este forte estava numa
posição de risco, então em 1913, o forte é cercado e o então governador geral
de Angola, Norton de Matos enviou uma expedição de socorro comandada pelo
capitão de artilharia Maia Pinto, contando também com a participação de David
Magno. Nessa altura travaram-se combates em Quidange e Quingola,
estabelecendo-se três novos postos nas terras do chefe dos Dembos, em Caculo-Caenda.
Nessa altura, o então tenente David Magno toma parte como adjunto do comando
nas operações que vão ter lugar na região, em particular nos combates de
Quingola, em 3 de Agosto de 1913.
[em continuação]
A.A.B.M.
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