domingo, 11 de novembro de 2012

XXI COLÓQUIO DE HISTÓRIA MILITAR



Realiza-se a partir de 13 a 16 de Novembro e depois no dia 20 de Novembro, o XXI Colóquio de História Militar, organizado pela Comissão Portuguesa de História Militar - Direcção de História e Cultura Militar, a ter lugar no Palácio da Independência em Lisboa e no Porto (Comando do Pessoal – Exército, Praça da República).

O tema geral deste colóquio serve para assinalar a chegada do Conde de Lippe a Portugal e a necessidade, reformas e consequências da presença de militares estrangeiros no Exército Português. Pode ler-se na nota de abertura do colóquio:

No âmbito dos 250 anos da presença do Conde de Schaumbourg-Lippe (1724-1777) em Portugal, a Comissão Portuguesa de História Militar decidiu centrar o Colóquio que anualmente organiza nesta temática atribuindo-lhe o título: Nos 250 Anos da chegada do Conde de Lippe a Portugal: necessidade, reformas e consequências da presença de militares estrangeiros no Exército Português.
Portugal, sem ameaças externas desde a guerra da Sucessão de Espa-nha (1701-1714) e sem uma elite dotada de cultura militar que fosse capaz de acompanhar o pensamento e a acção da guerra europeia, abandonou o seu exército, deixando-o chegar à ruína apesar das tenta-tivas infrutíferas de D. João V em 1707 e 1735. A 15 de Agosto de 1761, ocorreu o denominado “Pacto de Família”, aliança entre as coroas de França e de Espanha. O Pacto é apresentado como uma iniciativa que não visava apenas servir os interesses das coroas france-sa e espanhola, mas também os de Portugal, que era considerado como uma vítima da hegemonia marítima e comercial inglesa. Portugal não aceitaria o aliciamento preconizado pela aliança franco-espanhola, bem como não tomaria a aliança como uma não-agressão. O Conde de Oeiras manteria o alinhamento diplomático com a Inglaterra e seria junto de Jorge II que iria solicitar o apoio para a defesa do território português. Esse pedido era explícito quanto à necessidade de se nomear um mestre-de-campo-general que fosse capaz de organizar o exército português e o apoio em tropas e equipamentos. O monarca inglês escolheu Frederico Guilherme Ernesto, Conde reinante de Schaumbourg-Lippe, membro da Família Real Inglesa e senhor de grande notoriedade militar.
A 2 de Julho de 1762 chegou a Portugal e no dia seguinte seria nomea-do, por decreto, marechal-general dos exércitos e governador de todas as armas. A situação militar era de enorme gravidade e as respostas que poderiam ser dadas estavam condicionadas pela desigualdade de forças. O exército invasor tinha um efectivo de 42.000 homens e Lippe apenas podia dispor entre 14.000 e 15.000.
"Nos 250 Anos da chegada do Conde de Lippe a Portugal: os militares estrangeiros no Exército Português ”
Face à situação, limitou-se a adoptar um plano defensivo, guerra de posição, procurando evitar que o exército espanhol penetrasse em Portugal. Em Março de 1763, é assinada a paz definitiva e o Conde de Lippe vai continuar com o seu esforço, notabilizando-se pelo contributo que deu às ciências militares, particularmente à organização e administração militares.
Ao longo dos séculos XVII a XX, foram vários os militares estran-geiros que nas diferentes armas e serviços desempenharam as mais altas funções no Exército Português. De entre aqueles destacamos Michel de Lescolles, Schomberg, João Forbes-Skellater, Charles-Joseph-Hyacinthe du Houx (Conde e Marquês de Vioménil), Louis-François Carlet (Marquês de la Rosière), Karl Alexander von der Goltz, Christian August von Waldeck (Príncipe de Waldeck e Pyr-mont), William Carr Beresford, João Carlos Conrado de Chelmic-ki, Louis Auguste Victor de Ghaisne (Conde de Bourmont), Jean-Baptiste Solignac, Wilhelm Ludwig von Eschwege, James Mac-Donell, Charles John Napier ou George Rose Sartorius.
Neste contexto, os conteúdos dos textos a apresentar deverão pau-tar-se pelas seguintes leituras:
 Política externa e relações internacionais – Portugal e o Exército no contexto das nações, (Guerra da Aclamação, Guerra da Suces-são Espanhola, Guerra dos Sete Anos, Guerra Peninsular e Guer-ras Civis);
 Política interna – Política de defesa do Reino e «reformas milita-res»;
 «Guerra Fantástica» – Preparativos, organização do exército e estratégias militares em confronto;
 Progresso e modernidade: a presença de militares estrangeiros ao serviço do Exército Português;
 Armamento e equipamento, recrutamento, instrução, logística, uniformes, insígnias e heráldica militar;
 Exército e Sociedade – ciência, cultura, economia, ideologia, jurisprudência, memórias militares, saúde militar e tecnologia.
[Imagem da capa - Schaumburg Lippe AHM - P51-I-4281]

Um conjunto vasto de investigadores apresentam as suas comunicações ao longo de cinco dias de trabalhos em várias sessões. O programa completo do congresso pode ser consultado AQUI

Um evento a acompanhar com toda a atenção e com naipe de especialistas digno de menção.

A.A.B.M.

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