Assinala-se hoje, 18 de Janeiro de 1934, uma das efemérides históricas importantes no combate contra o regime salazarista que se afirmava em Portugal nessa altura.
Na Marinha Grande, um conjunto de operários vidreiros revoltaram-se contra a aplicação do Estatuto do Trabalho Nacional que tinha sido aprovado pelo Governo de António de Oliveira Salazar.
Mais do que recordarmos a efeméride e descrevê-la com todos os detalhes, convém verificar onde e como é recordada nos nossos dias, passados 79 anos sobre os acontecimentos, que memória existe sobre o tema. Assim, verifica-se que a Câmara Municipal da Marinha Grande assinala a revolta operária ocorrida a 18 de Janeiro de 1934, através da realização da exposição “Figuras do 18 de Janeiro de 1934” e do ateliê educativo “Histórias da nossa terra: o 18 de Janeiro de 1934” , que decorrem no Museu Joaquim Correia, situado no Largo 5 de Outubro, na Marinha Grande.
O objectivo das actividades é o de homenagear os operários que participaram na revolta de 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande. A insurreição nacional levada a cabo em 18 de Janeiro de 1934 resulta indirectamente de um longo processo de luta social e sindical pela melhoria das condições de vida da classe trabalhadora e surge como movimento nacional de contestação à ofensiva corporativa contra os sindicatos livres, por força do então recém-publicado Estatuto do Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais, em Setembro de 1933.
A Exposição “Figuras do 18 de Janeiro de 1934”está patente no Museu Joaquim Correia, de 18 de janeiro a 9 de fevereiro de 2013, e apresenta fichas de registo de alguns dos operários da Marinha Grande presos e condenados pelo Tribunal Militar Especial, no seguimento da insurreição nacional de 18 de Janeiro de 1934, procedentes do livro de Registo Geral de Presos da Policia de Vigilância e Defesa do Estado - PVDE/PIDE.
Ao todo são 48 homens, marinhenses de gema e operários de profissão, que vão ser hoje evocados na Marinha Grande, a propósito do 79.o aniversário da revolta de 18 de Janeiro de 1934. Protagonistas daquela que poderá ser considerada uma das maiores insurreições operárias de que o concelho, e mesmo o País, terá memória, deram voz ao descontentamento de uma classe social fustigada pela crise económica e acabaram perseguidos, presos e condenados ao desterro pelo Tribunal Militar Especial.
O movimento liderado por José Gregório, Teotónio Martins, Manuel Baridó, António Guerra, Pedro Amarante Mendes, Miguel Henrique e Manuel Esteves de Carvalho, apelou ao associativismo operário do concelho em prol da paralisação generalizada das fábricas da cidade. Muitos destes operários inspiravam-se nas ideias comunistas e anarquistas do final da República e acabaram por ser desterrados ou presos. Segundo Fátima Patriarca foram presos no dia dos acontecimentos e até final desse ano de 1934, 531 cidadãos, mais 42 detidos em Lisboa no dia 18, mais 20 dirigentes sindicais no dia seguinte em Almada, a que acrescem mais 6 militantes presos em Campo Maior.
A Exposição “Figuras do 18 de Janeiro de 1934”está patente no Museu Joaquim Correia, de 18 de janeiro a 9 de fevereiro de 2013, e apresenta fichas de registo de alguns dos operários da Marinha Grande presos e condenados pelo Tribunal Militar Especial, no seguimento da insurreição nacional de 18 de Janeiro de 1934, procedentes do livro de Registo Geral de Presos da Policia de Vigilância e Defesa do Estado - PVDE/PIDE.
Ao todo são 48 homens, marinhenses de gema e operários de profissão, que vão ser hoje evocados na Marinha Grande, a propósito do 79.o aniversário da revolta de 18 de Janeiro de 1934. Protagonistas daquela que poderá ser considerada uma das maiores insurreições operárias de que o concelho, e mesmo o País, terá memória, deram voz ao descontentamento de uma classe social fustigada pela crise económica e acabaram perseguidos, presos e condenados ao desterro pelo Tribunal Militar Especial.
O movimento liderado por José Gregório, Teotónio Martins, Manuel Baridó, António Guerra, Pedro Amarante Mendes, Miguel Henrique e Manuel Esteves de Carvalho, apelou ao associativismo operário do concelho em prol da paralisação generalizada das fábricas da cidade. Muitos destes operários inspiravam-se nas ideias comunistas e anarquistas do final da República e acabaram por ser desterrados ou presos. Segundo Fátima Patriarca foram presos no dia dos acontecimentos e até final desse ano de 1934, 531 cidadãos, mais 42 detidos em Lisboa no dia 18, mais 20 dirigentes sindicais no dia seguinte em Almada, a que acrescem mais 6 militantes presos em Campo Maior.
Os acontecimentos foram encadeados com episódios que ocorreram noutros locais como: a explosão da Central Eléctrica de Coimbra, a sabotagem na Fábrica de Braço de Prata, o corte de comunicações telefónicas em algumas cidades e o descarrilamento de um comboio na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira.
Estes acontecimentos encontram-se já documentados e analisados em várias obras das quais destacamos:
Estes acontecimentos encontram-se já documentados e analisados em várias obras das quais destacamos:
- Fátima Patriarca, Sindicatos contra Salazar. A Revolta do 18 de Janeiro de 1934, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, 2000;
- Emídio Santana et. al., O 18 de Janeiro de 1934 e Alguns Antecedentes, Lisboa, Regra do Jogo, 1978;
- L. H. Afonso Manta, O 18 de Janeiro de 1934. Do Movimento de Resistência Proletária à Ofensiva Fascista, Lisboa, Assírio &Alvim, 1975;
- Fátima Patriarca publicou ainda um artigo na Análise Social que pode ser consultado AQUI.
Na blogosfera encontraram-se alguns artigos recentes sobre a temática e alguns blogues dedicam-se em exclusivo à recolha de informação sobre o tema. Permita-se-nos destacar os seguintes:
A.A.B.M.
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