Recebemos e divulgamos mais uma iniciativa da Hemeroteca de Lisboa:
Este ano celebram-se 50 anos sobre aquele primeiro número de O Tempo e o Modo, publicado em janeiro de 1963. Um grupo de cinco percursores – António Alçada Baptista, João Bénard da Costa, Pedro Tamen, Nuno de Bragança, Alberto Vaz da Silva, Mário Murteira – católicos de percursos vários, concretizaram o projeto. Inquietos, inconformados, dispostos a intervir, a transformar, a contestar, sabiam que a mudança de mentalidades começaria pela abertura da revista a outros colaboradores católicos e também não católicos e a agnósticos, ampliando vozes e expressões. Comunidade maior, que logo integrou Mário Soares e Salgado Zenha, e em sequência Francisco Lino Neto, Adérito Sedas Nunes, Jorge Sampaio, Manuel de Lucena, Manuel dos Santos Loureiro, Mário Sottomayor Cardia, Vasco Pulido Valente, João Cravinho, além de tantos outros. Alçada Baptista, diretor, Pedro Tamen, editor, Bénard da Costa, chefe de redação, Alberto Vaz da Silva e Nuno de Bragança, redatores principais, eram formalmente responsáveis pela revista nascida de tantos esforços e esperanças.
O número um de O Tempo e o Modo seria profético, pelos artigos assinados de Alçada Baptista, Mário Soares, Jorge Sampaio. Ao longo dos meses, seguiram-se páginas exemplares para a abertura de horizontes de liberdade, diversidade e a diferença, a discussão e o diálogo. Para um olhar sobre as grandes questões do século XX e a consciência da liberdade desejada. Um olhar sobre os temas que inquietavam o mundo, em definitivas mudanças. Sobre a criação literária, tão versátil nos moldes, estilos e estéticas, com seus conflitos e confrontos. Abriram-se novas perspetivas, novas leituras, encontraram-se novos autores – sobre o pano de fundo do inconformismo. A exuberância das personalidades, exprimiu-se então através da palavra escrita e assumida, como entendimento possível de todas as coisas. Em 1968, instalada a crise financeira, aos leitores foi pedida a participação na sociedade anónima que poderia salvar a revista. Tinham sido publicados cinquenta e seis números, seis mil páginas escritas por trezentos colaboradores que sobreviveram aos implacáveis cortes da Censura. Em 1969, António Alçada Baptista deixou O Tempo e o Modo. Em 1970, João Bénard da Costa não teve condições. Ficou para a história portuguesa – um Encontro com a Liberdade
PROGRAMAÇÃO
MOSTRA BIBLIOGRÁFICA
O TEMPO E O MODO, 50 ANOS DEPOIS (1963-2013)
Inauguração: 29 janeiro: 17h
Patente ao público: até 16 de março
Local: Hemeroteca Municipal de Lisboa_Átrio e Escadaria
CONTEÚDOS DIGITAIS
- Cinquentenário da Fundação da Revista O Tempo e o Modo (1963-2013) - programa de actividades da HML;
- O Tempo e o Modo, 50 Anos Depois (1963-2103) - guião da mostra bibliográfica;
- "Dos Sinais dos Tempos e dos Seus Modos" - texto de Guilherme de Oliveira Martins;
- Galeria de fotografias da época;
- "O Tempo e o Modo: revista de pensamento e acção (1963-1977)", verbete de Daniel Pires;
- O Tempo e o Modo no catálogo das BLX.
MESA-REDONDA (A CONFIRMAR)
"O TEMPO E O MODO" - MEMÓRIAS
Com alguns dos fundadores da revista O Tempo e o Modo.
Dia 31 Janeiro, ás 18 horas.
Local: Hemeroteca Municipal de Lisboa_Sala do Espelho
CONFERÊNCIA (A CONFIRMAR)
O Tempo e o Modo: revista de pensamento e ação (1961-1977).
Com especialista a confirmar.
Dia: 18 junho, às 18 horas.
Local: auditório da Biblioteca Municipal República e Resistência-espaço cidade universitária
Agradecemos a divulgação desta iniciativa.
Para mais informação ou outros esclarecimentos contactar:
Maura Pessoa – Tel. (geral) / E-mail: maura.pessoa@cm-lisboa.pt
A.A.B.M.
Para mais informação ou outros esclarecimentos contactar:
Maura Pessoa – Tel. (geral) / E-mail: maura.pessoa@cm-lisboa.pt
A.A.B.M.
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