terça-feira, 16 de abril de 2013

BOURBON E MENEZES (Parte II)


 
Uma das primeiras publicações que conhecemos de Bourbon e Menezes foi a parceria com Gonçalves Cotta, numa publicação que estava subordinada ao título ”GRANDE E HORRIVEL CRIME! Publicação semanal de combate e de critica politica e literária". Nº 1. Lisboa, [s.n.],  [1915]. In-8º (19cm) de 16 p. ; B.
 
Sumario:
 
A quem ler.
Bourbon e Menezes – Democracia e Infercarcia: Politica infecciosa; A «superstição da lei»; A educação politica dos nossos políticos; Como sair «disto?»; Pela monarquia nunca!”. Um opúsculo extremamente crítico, dos muitos que na época se publicaram.

Os paradoxos de Adéme”. Pref. de Júlio Dantas. (Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1917), um dos mais antigos livros de Bourbon e Menezes, publicado em 1917, quando Portugal já estava envolvido na I Guerra Mundial, de que ele tinha sido um dos defensores do nosso envolvimento no conflito.

Por causa da publicação no jornal "A Noite" de um documento considerado confidencial, o jornalista e indefectível republicano guerrista, Bourbon e Meneses, sofreu o vexame da prisão em 1920 [Ver Biblioteca Nacional [B.N.] - Espólio Bourbon e Menezes, dossier Questão do Documento, que inclui recortes de artigos publicados em outros jornais sobre o caso].

Bourbon e Menezes desempenhou as funções de secretário particular de Bernardino Machado, nos dois momentos em que este ocupou as funções de Presidente da República. Durante o período complicado do início da Ditadura Militar, acompanha de perto da transmissão de poder do Presidente da República para Mendes Cabeçadas. Ao começo da tarde do dia 30 de Maio de 1926, sai uma nota da presidência da república anuncia as circunstâncias e José Mendes Cabeçadas presta compromisso de honra cerca das 20 horas desse dia. Bernardino Machado, através do seu secretário, Bourbon e Menezes, conferencia no Palácio de Belém, com os majores Ribeiro de Carvalho e Francisco Aragão, tentando também contactar com Brito Camacho que, entretanto, já tinha retirado para Aljustrel.

No decurso da sua vida jornalística envolveu-se em várias polémicas, escrevendo com ironia, sarcasmo e com bastante contundência. Resultado disso foi o duelo que travou com Homem Cristo Filho, num “duelo que ficou memorável pelo aprumo e bravura dos dois combatentes” (“Bourbon e Meneses morreu hoje cerca do meio-dia”, República, Lisboa, 8-09-1948, Ano XXXVIII, 2ª Série, nº 6412, p. 5, col. 3 e 4).

Outra das polémicas jornalísticas em que se envolveu aconteceu em 1931, quando trocou argumentos com Raul Proença (vide Seara Nova, nº 240, 26-02-1931, p. 380-383).

Em 1929 foi o responsável pela recolha dos sonetos dispersos Eduardo Metzner que publicou com o título Diamantes Negros. Em 1929 publicou um opúsculo que reunia alguns artigos que havia publicado sobre o 19 de Outubro de 1919. Em 1930 publicou uma obra polémica e crítica do Diário de João Chagas.

Republicano entusiasta, colaborou com frequência na imprensa de propaganda republicana. Em 1931 filia-se no Partido Socialista Português, do qual foi irradiado em 1933, depois de um incidente com o líder do partido Amílcar Ramada Curto. Na conferência Socialista de Coimbra, realizada em 1933, foi o relator de uma proposta de programa desse partido e redactor do mesmo quase integralmente. Era também um cronista do melhor recorte literário, com regularidade dedicava-se à crónica literária, à critica de arte, interessado na vida musical e grande apreciador da festa brava sendo também crítico do movimento tauromático.

[NOTAEm continuação.]
 
A.A.B.M.



Sem comentários: