HERÓIS
QUE FUNDARAM O CÉLEBRE SINÉDRIO … José da Silva Carvalho, Manuel Fernandes
Tomás, José Ferreira Borges
“A
celebração do centenário da Revolução de 1820 constitui uma divida nacional.
Impunha-se como um dever a todos os liberais. Dominava o país uma opressão
traiçoeira; esmagava-o ai intervenção férrea do estrangeiro. Foi nestas circunstâncias
que apareceram os patriotas de 20, como libertadores e como precursores. Clamaram-lhes
e chamam-lhes ainda hoje ingénuos. Ingénuos, sim, para os que são incapazes de
avaliar o espírito de sacrifico. E é esse espírito, que torna o homem cidadão e
apostolo, o que mais e melhor caracteriza os heróis daquela revolução,
digamo-lo sem favor.
Foi admirável
a obra legislativa dos revolucionários de 20. Modificada, poderia ter sido
aproveitada com vantagem pela nossa República, em vez do pandemónio das leis
que nem se compreendem nem se cumprem.
Uma
revolução quem principia por proclamar a liberdade de pensamento, a liberdade
de imprensa, a abolição da censura previa, numa época de fanatismo e de
reacção, tem foros adquiridos a uma consagração nacional. É uma divida a saldar
pela República Portuguesa que é um reflexo daquele patriotismo e daquela
abnegação”
Sebastião
Magalhães Lima, “Uma Dívida Nacional”, in “A LUZ”, Ano III, nº 98, 16 de Agosto
de 1920, p. 1
► SINÉDRIO:
associação secreta para-maçónica, fundada no Porto em Janeiro de 1818, que interveio
na organização da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820. Os fundadores
(todos maçons) foram, além de Fernandes
Thomaz (pertenceu
á Loja Fortaleza, à Loja Patriotismo, com n.s. Valério Publícola), José Ferreira Borges
(advogado, pertenceu à
Loja 24 de Agosto, n.s. Viriato), José da Silva Carvalho (advogado, juiz, Ministro da Justiça,
da Fazenda e da Marinha, pertenceu à Loja 1º Outubro, Loja 15 de Outubro, foi
Grão-Mestre do GOL, fundador do primeiro Supremo Conselho do Grau 33, n.s.
Hydaspe) e João
Ferreira Viana (comerciante,
desconhece-se a que Loja pertencia).
J.M.M
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