quarta-feira, 21 de agosto de 2013

REVOLUÇÃO DE 1820 – HERÓIS QUE FUNDARAM O SINÉDRIO


HERÓIS QUE FUNDARAM O CÉLEBRE SINÉDRIO … José da Silva Carvalho, Manuel Fernandes Tomás, José Ferreira Borges

A celebração do centenário da Revolução de 1820 constitui uma divida nacional. Impunha-se como um dever a todos os liberais. Dominava o país uma opressão traiçoeira; esmagava-o ai intervenção férrea do estrangeiro. Foi nestas circunstâncias que apareceram os patriotas de 20, como libertadores e como precursores. Clamaram-lhes e chamam-lhes ainda hoje ingénuos. Ingénuos, sim, para os que são incapazes de avaliar o espírito de sacrifico. E é esse espírito, que torna o homem cidadão e apostolo, o que mais e melhor caracteriza os heróis daquela revolução, digamo-lo sem favor.

Foi admirável a obra legislativa dos revolucionários de 20. Modificada, poderia ter sido aproveitada com vantagem pela nossa República, em vez do pandemónio das leis que nem se compreendem nem se cumprem.

Uma revolução quem principia por proclamar a liberdade de pensamento, a liberdade de imprensa, a abolição da censura previa, numa época de fanatismo e de reacção, tem foros adquiridos a uma consagração nacional. É uma divida a saldar pela República Portuguesa que é um reflexo daquele patriotismo e daquela abnegação

Sebastião Magalhães Lima, “Uma Dívida Nacional”, in “A LUZ”, Ano III, nº 98, 16 de Agosto de 1920, p. 1
 

SINÉDRIO: associação secreta para-maçónica, fundada no Porto em Janeiro de 1818, que interveio na organização da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820. Os fundadores (todos maçons) foram, além de Fernandes Thomaz (pertenceu á Loja Fortaleza, à Loja Patriotismo, com n.s. Valério Publícola), José Ferreira Borges (advogado, pertenceu à Loja 24 de Agosto, n.s. Viriato), José da Silva Carvalho (advogado, juiz, Ministro da Justiça, da Fazenda e da Marinha, pertenceu à Loja 1º Outubro, Loja 15 de Outubro, foi Grão-Mestre do GOL, fundador do primeiro Supremo Conselho do Grau 33, n.s. Hydaspe) e João Ferreira Viana (comerciante, desconhece-se a que Loja pertencia).

 
Fizeram parte, posteriormente, Duarte Lessa (comerciante e proprietário, Loja ?, mas em 1823 era Cavaleiro Rosa-Cruz), José Maria Lopes Carneiro (comerciante e proprietário, pertenceu à Loja Sinédrio Geral de Beneficência, loja de perfeição do grau 16 do REAA, n.s. Loth), José Gonçalves dos Santos Silva (comerciante e proprietário, Loja ?), José Pereira de Meneses (comerciante, Loja ?), Francisco Gomes da Silva (médico, Loja ?), João da Cunha Souto Maior (magistrado, Loja ?, foi Cavaleiro Rosa-Cruz e teve o cargo de Grão-mestre do GOL), José de Melo de Castro Abreu Pereira (moço fidalgo da casa real, coronel de Milícias da Beira, pertenceu à Loja Fortaleza), José Maria Xavier de Araújo (magistrado, Loja ?) e Bernardo Correia de Castro Sepúlveda (oficial do exercito). No total eram 13 os elementos do Sinédriocf. A. H. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal [AQUI já publicado por nós]


J.M.M

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