terça-feira, 5 de novembro de 2013

FRANCISCO SALGADO ZENHA - VIDAS COM SENTIDO

No próximo dia 7 de Novembro de 2013, pelas 18 horas, no Auditório da Fundação Mário Soares vai realizar-se mais uma sessão deste interessante conjunto de iniciativas de recordar algumas figuras ilustres que marcaram o século XX português, desenvolvido pela Fundação Mário Soares.

Nestas sessões procura-se lembrar Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos, conforme consta na nota de divulgação.

Os intervenientes nesta sessão em que se recordará Salgado Zenha serão Jorge Sampaio e Mário Soares.
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Francisco de Almeida Salgado Zenha nasceu em Braga a 2 de Maio de 1923 e faleceu em Lisboa a 1 de Novembro de 1993. Advogado e político. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, sendo eleito Presidente da Associação Académica, em 1944, e destituído por se recusar a acompanhar o Reitor numa homenagem a Salazar. Militante do PCP, participou na fundação do MUD Juvenil, integrando a sua Comissão Central. Data desta época a sua relação de amizade com Mário Soares. Preso pela primeira vez pela PIDE em 1947, participa activamente na candidatura presidencial de Norton de Matos, em 1949. Depois de abandonar o PCP, adere à Resistência Republicana e Socialista, em 1955. Em 1958, apoia a candidatura do General Humberto Delgado. Subscritor do Programa para a Democratização da República, em 1961, voltou a ser detido pela PIDE. 

Colaborador da Vértice, participa igualmente em O Tempo e o Modo. É candidato da CEUD à Assembleia Nacional em 1965 e 1969. 

Iniciando a sua vida profissional nos finais da década de 40, participa na defesa de numerosos presos políticos e afirma-se como advogado, culminando, em 1973, na defesa de António Champalimaud no caso da Herança Sommer.

Em 1964, participa na fundação da Acção Socialista Portuguesa. Embora reticente, faz-se representar por Maria Barroso na reunião de fundação do Partido Socialista, em 1973. 
Após 1974, enquanto dirigente do Partido Socialista, assume diversos cargos ministeriais, negoceia com a Santa Sé a revisão da Concordata permitindo o divórcio nos casamentos canónicos e assume frontal oposição à unicidade sindical. Em 1980, entra em ruptura com Mário Soares a propósito do apoio do PS à recandidatura de Ramalho Eanes. Em 1985, candidata-se a Presidente da República, afastando se do PS e alcançando 20% dos votos, enquanto Mário Soares será eleito à segunda volta. Salgado Zenha afasta-se da intervenção política activa.

Permitam-se-nos mais alguns apontamentos biográficos sobre esta figura de destaque da nossa democracia:

Participou nas Juntas de Acção Patriótica, tendo desempenhado as funções de dirigente dessa organização em 1962, e sendo um importante elemento na constituição da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Em 1969, apresenta, juntamente com Duarte Vidal, no II Congresso Republicano de Aveiro, uma tese subordinada ao tema "Justiça e Polícia".  Em 1973 esteve preso entre 19 de Fevereiro a 30 de Abril desse ano. Tendo-se afastado do Partido Comunista, adere à Resistência Republicana e Socialista, criada em 1955 por Mário Soares e por outros dissidentes comunistas e integra a organização que entretanto foi criada, a Acção Socialista Portuguesa, que, depois deu origem ao Partido Socialista. Ainda em 1973 foi candidato suplente pelo círculo de Lisboa nas eleições legislativas desse ano. 

Após o 25 de Abril de 1974 foi Ministro da Justiça nos quatro primeiros governos provisórios, entre Maio de 1974 e Julho de 1975. Depois foi Ministro das Finanças entre Outubro de 1975 e Julho de 1976. Foi presidente do grupo parlamentar do Partido Socialista na Assembleia da República, de que veio a ser afastado em 1982, foi vice-presidente do Conselho da Europa e presidente do Conselho Nacional do Plano.

Publica várias obras, de onde se destacam:
- Universidade: processo de uma expulsão disciplinar - José Medeiros Ferreira, 1967, em parceria com Jorge Sampaio e Jorge Santos;
- Quatro Causas, 1969;
- A Quinta Causa - os católicos e os Direitos do Homem, 1969;
- O Direito de Defesa e a Defesa do Direito, 1971, com Abranches Ferrão;
- A Prisão do Doutor Domingos Arouca, 1972;
- As Reformas Necessárias, 1988, com selecção, prefácio e notas de Mário Mesquita.

Em 2003, assinalando o décimo aniversário do seu falecimento publicou-se uma fotobiografia de Francisco Salgado Zenha, com textos de Ana Cardoso Pires, Antero Monteiro Diniz e outros, foi-lhe ainda atribuída a medalha de ouro da Ordem dos Advogados e reuniram-se depoimentos de mais de meia centena de personalidades numa obra intitulada Liber Amicorum, em sua homenagem.

Uma sessão a acompanhar com todo o interesse e atenção.
A.A.B.M.

Colaborador da Vértice, participa igualmente em O Tempo e o Modo. É candidato da CEUD à Assembleia Nacional em 1965 e 1969.
Iniciando a sua vida profissional nos finais da década de 40, participa na defesa de numerosos presos políticos e afirma-se como advogado, culminando, em 1973, na defesa de António Champalimaud no caso da Herança Sommer.
Colaborador da Vértice, participa igualmente em O Tempo e o Modo. É candidato da CEUD à Assembleia Nacional em 1965 e 1969.
Iniciando a sua vida profissional nos finais da década de 40, participa na defesa de numerosos presos políticos e afirma-se como advogado, culminando, em 1973, na defesa de António Champalimaud no caso da Herança Sommer.Colaborador da Vértice, participa igualmente em O Tempo e o Modo. É candidato da CEUD à Assembleia Nacional em 1965 e 1969. 
Iniciando a sua vida profissional nos finais da década de 40, participa na defesa de numerosos presos políticos e afirma-se como advogado, culminando, em 1973, na defesa de António Champalimaud no caso da Herança Sommer.
Colaborador da Vértice, participa igualmente em O Tempo e o Modo. É candidato da CEUD à Assembleia Nacional em 1965 e 1969.
Iniciando a sua vida profissional nos finais da década de 40, participa na defesa de numerosos presos políticos e afirma-se como advogado, culminando, em 1973, na defesa de António Champalimaud no caso da Herança Sommer.
Em 1964, participa na fundação da Acção Socialista Portuguesa. Embora reticente, faz-se representar por Maria Barroso na reunião de fundação do Partido Socialista, em 1973.
Após 1974, enquanto dirigente do Partido Socialista, assume diversos cargos ministeriais, negoceia com a Santa Sé a revisão da Concordata permitindo o divórcio nos casamentos canónicos e assume frontal oposição à unicidade sindical. Em 1980, entra em ruptura com Mário Soares a propósito do apoio do PS à recandidatura de Ramalho Eanes. Em 1985, candidata-se a Presidente da República, afastandose do PS e alcançando 20% dos votos, enquanto Mário Soares será eleito à segunda volta. Salgado Zenha afasta-se da intervenção política activa.

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