sábado, 22 de março de 2014

HISTÓRIA DA OPOSIÇÃO À DITADURA 1926-1974



AUTOR: Irene Pimentel;
EDITORA: Edições Figueirinhas, 2014, 774 p. [no prelo]

«A historiadora Irene Flunser Pimentel, autora da “História da Oposição à Ditadura 1926-1974” concluiu que, apesar da constante resistência ao regime, as várias oposições ficam marcadas por uma “cultura de derrota” que se prolongou durante décadas.
“Tratou-se de uma ‘cultura de derrota’, que foi acompanhada pelos erros aparentemente contrários do triunfalismo, do aventureirismo e da passagem voluntarista à ação”, escreve a historiadora (página 622) no livro “História da Oposição à Ditadura 1926-1974”, que vai ser lançado no final do mês.

De acordo com a autora do livro, a derrota da primeira tentativa de golpe do pós-guerra, em 1946/47, deveu-se ao facto de só uma coluna militar ter avançado de forma “voluntarista”, pensando que assim obrigaria outras unidades a acompanhá-la.

Nos casos das revoltas da Sé e de Beja (1959 e 1962 respetivamente) contribuíram de novo para o fracasso fatores como o isolamento político dos participantes, a falta de preparação e organização operacional, erros crassos de avaliação de forças, aventureirismo, deserções e desconfianças mútuas – políticas e pessoais -, nomeadamente as que ocorreram entre civis e militares que, segundo Irene Pimentel, foram incapazes de coordenarem esforços (…)

A investigadora acrescenta agora dois “grandes pilares” que ajudaram a manter o regime: a Igreja e as Forças Armadas.
“Se houve, certamente, espaços de dissidência e resistência em Portugal, a verdade é que a população, no seu conjunto, permaneceu apática e passiva, a ‘viver naturalmente’ e com ‘cada um no seu lugar’ e na sua função, como pretendia Salazar”, sublinha a historiadora»


J.M.M.

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