sábado, 5 de abril de 2014

FRANCISCO XAVIER DA CUNHA ARAGÃO (Parte I)

Nasceu em Pangim, 15 de Maio de 1891 [Fernando de Castro Brandão, Da Monarquia Constitucional à República 1834-1910. Uma cronologia, Europress, Póvoa de Santo Adrião, 2003, p. 221].

Fez os estudos no Colégio Militar e na Escola do Exército. Completa o curso do Colégio Militar em 1907 e o curso de Cavalaria na Escola do Exército em 1911.

Em 5 de Outubro de 1910 foi um dos jovens militares aliciados para participar na revolução republicana, estando colocado no Regimento de Cavalaria 4, juntamente com João Sarmento Pimentel.

Enquanto alferes esteve integrado no Regimento de Cavalaria nº 11, tendo aí sido requisitado para a realização de comissão de serviço no Ministério das Colónias. A partir de 1913, já com a patente de tenente, é colocado em Angola. Nesse período de permanência em terras africanas Francisco Aragão participa nos primeiros confrontos com as topas alemãs tomando parte no combate de Naulila. No dia 30 de Julho de 1915, foi um dos que combateu nos duros confrontos com as tropas alemãs Era comandante do 1º Esquadrão dos Dragões do Planalto, no sul, onde realiza tarefas de fiscalização da fronteira luso-alemã ao sul do rio Cunene. Comandado por Alves Roçadas, participou nos combates juntamente com o corpo de tropas formadas pelas forças expedicionárias portuguesas e pelo corpo de tropas de landins como eram chamados aos combatentes locais. 

Foi capturado e aprisionado pelos alemães. Durante algum tempo foi considerado morto, mas esteve prisioneiro dos alemães. As aventuras que viveu nesse período ficaram documentadas AQUI. Recuperada a liberdade regressa a Portugal. Depois desse episódio e do seu regresso, a Ordem do Exército, de 14 de Agosto de 1915, abria concurso a 10 oficiais do Exército e da Armada para iniciarem no estrangeiro cursos de instrução para pilotos de aviação, porque em Portugal nessa altura ainda não havia escolas de pilotagem, nem aviação militar.

Foram então admitidos para frequentarem o primeiro curso de pilotagem que se fez com militares portugueses e que se tornaram a base para a formação de novos pilotos, as novas gerações os seguintes militares:
Capitão de Cavalaria - Salvador Alberto Cifka Duarte [Curso nos E.U.A]
Tenente de Cavalaria -Francisco Xavier da Cunha Aragão [Curso nos E.U.A]
Alferes de Cavalaria - João Barata Salgueiro Valente [Curso nos E.U.A.]
Alferes de Infantaria - Carlos Esteves Beja [Curso nos E. U. A]

Este curso, realizado nos Estados Unidos da América, durante alguns meses, foi feito numa fase ainda inicial no Signal Corps Aviation School, em S. Diego, na Califórnia, pilotando hidroaviões e, depois, em aviões com trem.  Estavam assim a ser formados os primeiros pilotos daquilo que viria a ser a Força Aérea Portuguesa.


Com a entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial (1914-1918), os pilotos foram depois tranferidos para França, onde frequentaram a Escola de Aviação de Juvisy e de Chartres. A 6 de Novembro de 1916, Francisco Xavier da Cunha Aragão obteve o brevet de piloto na Escola de Aviação Militar de Chartres.

[Em continuação]

A.A.B.M.

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