sexta-feira, 3 de outubro de 2014

BARROS QUEIROZ: UMA FIGURA MORAL DA REPÚBLICA - DOCUMENTÁRIO

No âmbito do II Congresso República e Republicanismo que está a decorrer na Biblioteca Nacional, em Lisboa, vai ser apresentado o documentário Barros Queiroz: Uma figura moral da República.

Realizado por Miguel Ferraz, este documentário aborda a personalidade de Tomé José de Barros Queiroz, nascido em 2 de Fevereiro de 1872, em Quintãs, concelho de Ílhavo. Filho de António José de Barros Queiroz e Matilde da Conceição Queirós de Barros. Muito jovem abandonou a sua terra natal e parte para Lisboa onde desenvolve várias actividades desde aprendiz de oficina a marçano. Em 1888, com dezasseis anos, inicia a sua ligação à casa José de Oliveira (que realizava trabalhos de iluminação e canalizações), onde ingressou como caixeiro. Frequentou a Escola Elementar do Comércio na última década do século XIX, enquanto ao mesmo tempo continuava com as suas funções comerciais conseguindo passar de empregado a gerente da casa, tendo em 1911 adquirido a propriedade da loja. Colaborou em diversos periódicos, com destaque para a Voz do Caixeiro, O Caixeiro, tendo também desenvolvido funções como dirigente e fundador da Associação dos Caixeiros Nocturnos. Enquanto empresário começou por desempenhar várias funções na Companhia Boror, director da Companhia de Seguros Mutualidade Portuguesa, administrador da Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses entre 1910 a 1926.

Aderiu ao Partido Republicano em 1888, tendo depois participado como do-director do Centro Fraternidade Republicana, foi membro da direcção do Centro Republicano de S. Carlos e da comissão municipal de Lisboa. Depois da implantação da República pertenceu ao Partido Unionista, liderado por Brito Camacho, onde integrou a direcção. A partir de 1919 passou a militar no Partido Liberal, onde ainda conquistou algum reconhecimento quando presidiu ao Directório. Mais tarde passa ainda pelo Partido Nacionalista.

Desempenhou funções no Ministério das Finanças, foi Director Geral da Fazenda Pública, sendo da sua responsabilidade avançar para a reforma tributária de 1911. Foi o presidente da Comissão da Reforma Aduaneira e de Serviços Fiscais

Foi eleito deputado em 1911 e assim sucessivamente durante vários anos, foi designado para ocupar os lugares de vice-presidente e presidente do Parlamento. Em 1910, foi ele a personalidade republicana convidada para dar posse à comissão republicana que assumiu funções na Câmara Municipal de Sintra. Pertenceu a vários governos desde 1915, quando foi nomeado para Ministro das Finanças, mais tarde voltou à mesma pasta.

Foi iniciado na Maçonaria em 1912, na loja Acácia, onde adoptou o nome de simbólico de Garibaldi.

Faleceu em 5 de Maio de 1926, em Lisboa.


A.A.B.M.

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