CONFERÊNCIA: Os
Ritos Anglo-Saxónicos;
DATA: 10 de Abril 2015 (19,00 horas);
LOCAL: Escola Oficina nº1 [Largo da Graça, nº 58, Lisboa];ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Grandes Ritos Maçónicos”]
ORADOR: Prof. dr. Joaquim Pinto Coelho
“No universo
simbólico da Maçonaria sobressaem palavras que escapam, por vezes, à semântica
comum revestindo-se, no seio das Lojas ou do discurso maçónico, de sentidos
específicos.
Tal é o caso da
palavra rito a qual, em Maçonaria, tanto pode designar uma certa forma de prática
ritual, assente num conjunto de ideias que lhe são inerentes, como a sequência
e natureza específica dos graus, que compõem um dado sistema maçónico.De uma exuberante variedade de ritos maçónicos, gerada no decurso do século XVIII, praticam-se na actualidade, principalmente, os Ritos Franceses, o RER, o REAA, os Ritos Egípcios e os Ritos Anglo-Saxónicos.
Estes últimos derivados do Ritual resultante do Ato de União de 1813, entre as duas Grandes Lojas rivais, a dos Modernos e a dos Antigos, que deu origem à formação da atual Grande Loja Unida de Inglaterra, configuram um sistema em três graus, que se basta a si mesmo.
O Maçon dos Ritos Anglo-Saxónicos pode, ainda, complementar a sua formação através de uma plêiade de “Side Degrees”, tais como o Santo Arco Real, que lhe permitem uma abordagem de outros temas, em complemento do seu percurso iniciático no “working”.
Caracterizados por uma orientação teísta, estes Ritos desenvolvem-se numa tradição de oralidade, através de uma sobrevalorização do ritual, que se constitui como cerne e essência da própria prática Maçónica.
A tradição da
oralidade em que assenta a prática destes ritos em relação, por exemplo,
aos ritos franceses (sem qualquer desmerecimento para estes), configura, nos
Anglo-Saxónicos, uma ”cultura” maçónica herdeira da arte da memória, como
“máquina da memória universal”, legatária da retórica da antiguidade clássica,
passando pela Escolástica Medieval e, inclusivé, pela assimilação da tradição
Hermético-Cabalística do Renascimento, nomeadamente, com os modelos dos Teatros
da Memória de Robert Fludd e do Globe Theatre de William Shakespeare.
É curioso notar,
embora noutro plano completamente distinto, as consequências da erradicação nas
actuais metodologias de ensino escolar da memorização da tabuada, da
gramática, da geografia, da história e de textos e poemas de referência da
cultura lusa e ocidental, com as implicações decorrentes na construção
psicológica e cultural dos nossos jovens, cidadãos do futuro.
São estes temas que
se pretendem desenvolver na presente conferência, discutindo-se a História, o
universo simbólico e a base filosófica dos “Side Degrees” dos Ritos
Anglo-Saxónicos.
Contando com a vossa participação, apresento os meus
cumprimentos.”
J.M.M.
Sem comentários:
Enviar um comentário