quarta-feira, 8 de abril de 2015

CONFERÊNCIA – OS RITOS ANGLO-SAXÓNICOS


CONFERÊNCIA: Os Ritos Anglo-Saxónicos;

DATA: 10 de Abril 2015 (19,00 horas);
LOCAL: Escola Oficina nº1 [Largo da Graça, nº 58, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Grandes Ritos Maçónicos”]

ORADOR: Prof. dr. Joaquim Pinto Coelho

“No universo simbólico da Maçonaria sobressaem palavras que escapam, por vezes, à semântica comum revestindo-se, no seio das Lojas ou do discurso maçónico, de sentidos específicos.
Tal é o caso da palavra rito a qual, em Maçonaria, tanto pode designar uma certa forma de prática ritual, assente num conjunto de ideias que lhe são inerentes, como a sequência e natureza específica dos graus, que compõem um dado sistema maçónico.

De uma exuberante variedade de ritos maçónicos, gerada no decurso do século XVIII, praticam-se na actualidade, principalmente, os Ritos Franceses, o RER, o REAA, os Ritos Egípcios e os Ritos Anglo-Saxónicos.

Estes últimos derivados do Ritual resultante do Ato de União de 1813, entre as duas Grandes Lojas rivais, a dos Modernos e a dos Antigos, que deu origem à formação da atual Grande Loja Unida de Inglaterra, configuram um sistema em três graus, que se basta a si mesmo.

O Maçon dos Ritos Anglo-Saxónicos pode, ainda, complementar a sua formação através de uma plêiade de “Side Degrees”, tais como o Santo Arco Real, que lhe permitem uma abordagem de outros temas, em complemento do seu percurso iniciático no “working”.

Caracterizados por uma orientação teísta, estes Ritos desenvolvem-se numa tradição de oralidade, através de uma sobrevalorização do ritual, que se constitui como cerne e essência da própria prática Maçónica.

A tradição da oralidade em que assenta a prática destes ritos em relação, por exemplo, aos ritos franceses (sem qualquer desmerecimento para estes), configura, nos Anglo-Saxónicos, uma ”cultura” maçónica herdeira da arte da memória, como “máquina da memória universal”, legatária da retórica da antiguidade clássica, passando pela Escolástica Medieval e, inclusivé, pela assimilação da tradição Hermético-Cabalística do Renascimento, nomeadamente, com os modelos dos Teatros da Memória de Robert Fludd e do Globe Theatre de William Shakespeare.
É curioso notar, embora noutro plano completamente distinto, as consequências da erradicação nas actuais metodologias de ensino escolar da memorização da tabuada, da gramática, da geografia, da história e de textos e poemas de referência da cultura lusa e ocidental, com as implicações decorrentes na construção  psicológica e cultural dos nossos jovens, cidadãos do futuro.

São estes temas que se pretendem desenvolver na presente conferência, discutindo-se a História, o universo simbólico e a base filosófica dos “Side Degrees” dos Ritos Anglo-Saxónicos.
Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

J.M.M.

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