LIVRO: “Uma Autobiografia da Razão. A Matriz da Historiografia da Cultura de Joaquim de Carvalho”;
AUTOR: Paulo Archer de Carvalho;
EDIÇÃO: Imprensa da Universidade de Coimbra (2015, 452 p.).AUTOR: Paulo Archer de Carvalho;
LANÇAMENTO:
DIA: 16 de Junho (17,30 horas);
LOCAL: Biblioteca Geral Universidade de Coimbra (Sala S. Pedro);
LOCAL: Biblioteca Geral Universidade de Coimbra (Sala S. Pedro);
ORADOR: Professor Fernando Catroga
«Uma autobiografia da Razão» é um estudo
de significação da opera omnia de Joaquim de Carvalho (1892-1958),
historiador das ideias, da cultura e da filosofia, catedrático em Coimbra
e o grande animador e director (1921-1934) da Imprensa da Universidade,
obra estabelecida dentro daquela grande inquietude do nosso tempo, à qual
só uma resposta humanista aniquiladora da cultura sem alma ‘puramente
técnica’ e superadora do ‘tipo intelectual, que apenas se move no reino
dos meios’ se impunha.
Ora, esse repto só seria perceptível se
reconduzisse à via compreensiva o pensamento racional, crítico e
analítico; e o incorporasse numa hermenêutica da contemporaneidade, para
a qual a escola se deveria autoconstituir como aparelho privilegiado ao
aprofundar, como criação paidêutica, um estilo de pensamento dialógico que
reconhecesse à alteridade os mesmíssimos direitos de cidade que à
ipseidade outorgava.
A esta epistemologia da cultura
democrática, de fuga espinosiana e leibniziana (pois não é só o de jure
transcendental kantiano mas a outridade monadológica que atravessa o
prisma de luz), se entregou em busca de uma clara formulação política que
ele mesmo enunciou na praça pública e continuaria a repetir, por vezes na
surdina epistolar, aos exaustos ouvidos epocais – matraqueados
internamente pelo desumano volume das demonstrações da evidência e da
evidência da força e pela salvífica pressão e repressão totalitária que
incendiando a Europa, na propaganda, na proibição, na polícia, na morte,
matava as expectativas da liberdade cerradas à parede pelo voluntarismo
das «democracias orgânicas» völkish ou pela fantasia perfeccionista da
cientificidade das ‘democracias populares’»
J.M.M.
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