A curiosa polémica iconográfica em torno da autenticidade histórica da datação do quadro a óleo representando “O Chafariz d’El Rei” - quadro revelado na Exposição “Os Negros em Portugal: século XV a XIX” (1999-2000, Mosteiro dos Jerónimos) -, a que se seguiu idêntica controvérsia no actual quadro presente na novíssima Exposição do Museu Nacional de Arte Antiga [“A cidade global. Lisboa no Renascimento”, 2017], denominado “Rua Nova dos Mercadores”, tem uma indiscutível importância nos seus argumentos historiográficos protestatórios. O debate actual, no que é valioso como narrativa para a temática olisiponense, revela por si só uma dificuldade formal e historiográfica, que é visível na identificação e autentificação dos pormenores iconográficos ali presentes – e que pode servir (presumidamente) como prova documental memorialista, artística (arquitectónica, urbanística, etnográfica) e económico-comercial de uma Lisboa (presumidamente) do século XVI.
[consultar, ainda, os artigos de Vítor Serrão (“Sobre as polémicas tábuas com trechos da Lisboa antiga” e de Diogo Ramada Curto (“Três quadros falsos não dão um verdadeiro”), publicados na revista E, revista do jornal Expresso, de 26 Fevereiro de 2017, pp.54-57]
► Lisboa era uma cidade global? [Diogo Ramada Curto] | O Chafariz d’El-Rei da Ribeira Velha, em Lisboa, numa valiosa pintura do fim do século XVI [Vítor Serrão] | Os quadros não são falsos [Fernando Baptista Pereira] | Conservadores do Museu de Arte Antiga não se entendem | Diretor do MNAA defende autenticidade de quadros em exposição no museu | Museu de Arte Antiga abre as portas a obras suspeitas | A autenticidade da Rua Nova é "indesmentível" [Hugo Crespo] | Dante Gabriel Rossetti's Collection of Old Masters at Kelmscott Manor [Julia Dudkiewicz] | The Global City: on the Streets of Renaissance Lisbon Hardcover [ Annemarie Jordan Gschwend] | A quinta avenida do século XVI ficava em Lisboa | Uma outra representação da Rua Nova dos Mercadores, em Lisboa: a tábua do "martírio de S. Sebastião", de Gregório Lopes [ Luísa Trindade]
J.M.M.
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