segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

[POLÉMICA] QUADROS: “VISTA DO CHAFARIZ D’EL REI” E “VISTA DA RUA NOVA DOS MERCADORES”

 
 
A curiosa polémica iconográfica em torno da autenticidade histórica da datação do quadro a óleo representando “O Chafariz d’El Rei” - quadro revelado na Exposição “Os Negros em Portugal: século XV a XIX” (1999-2000, Mosteiro dos Jerónimos) -, a que se seguiu idêntica controvérsia no actual quadro presente na novíssima Exposição do Museu Nacional de Arte Antiga [“A cidade global. Lisboa no Renascimento”, 2017], denominado “Rua Nova dos Mercadores”, tem uma indiscutível importância nos seus argumentos historiográficos protestatórios. O debate actual, no que é valioso como narrativa para a temática olisiponense, revela por si só uma dificuldade formal e historiográfica, que é visível na identificação e autentificação dos pormenores iconográficos ali presentes – e que pode servir (presumidamente) como prova documental memorialista, artística (arquitectónica, urbanística, etnográfica) e económico-comercial de uma Lisboa (presumidamente) do século XVI.    
 
 
 
Sobre o assunto pronunciaram-se em diversos artigos e opiniões avulsas, Annemarie Jordan Gschwend (comissária da Exposição que abriu dia 23 de Fevereiro no MNAA; historiadora), Anísio Franco (historiador de arte, conservador do MNAA), António Filipe Pimentel (presidente do MNAA), Diogo Ramada Curto (historiador), Fernando António Baptista Pereira (historiador de arte), Hugo Crespo (Centro de História da FLUL), Irisalva Moita, João Alves Dias (historiador), Joaquim de Oliveira Caetano, Julia Dudkiewicz, Vítor Serrão (historiador de arte; descobriu os quadros num antiquário de Madrid; publicou “O Chafariz D’El Rei da Ribeira Velha, em Lisboa, numa valiosa pintura do século XVI”, 1998).

 
[consultar, ainda, os artigos de Vítor Serrão (“Sobre as polémicas tábuas com trechos da Lisboa antiga” e de Diogo Ramada Curto (“Três quadros falsos não dão um verdadeiro”), publicados na revista E, revista do jornal Expresso, de 26 Fevereiro de 2017, pp.54-57]
 
 
J.M.M.

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