domingo, 21 de janeiro de 2018

[22 DE JANEIRO] CASA DA CULTURA DE S. COMBA DÃO - JOSÉ DA SILVA CARVALHO E O BICENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820



A caminho das Comemorações do Bicentenário da Revolução Liberal de 1820, há lugar na Casa da Cultura de Santa Comba Dão a Sessão de Abertura, com a Evocação de José da Silva Carvalho (1782-1856).

DIA: 22 de Janeiro de 2018 (20,30 horas);
LOCAL: Casa da Cultura de Santa Comba Dão [Avenida Santo Estêvão, S. Comba Dão];
ORGANIZAÇÃO: Casa da Cultura de S. Comba Dão;

PROGRAMA:

20.30 Horas - Recepção aos Convidados;
21.00 Horas – Sessão de Abertura das Comemorações do Bicentenário da Revolução Liberal de 1820.

ORADORES/TEMAS:

- Leonel Gouveia: “Apresentação e Enquadramento”;

- António Neves: “Calendarização das Comemorações e o papel de José da Silva Carvalho e de outros conterrâneos do concelho e da região no Liberalismo

- Ana Cristina Araújo: As revoluções liberais na Europa e em Portugal - a acção do liberal José da Silva Carvalho
 
A não perder.

José da Silva Carvalho foi um vulto ilustre de Santa Comba Dão (nasce em Dianteira, freguesia de S. João das Areias); filho de lavradores pobres, frequenta o Colégio das Artes de Coimbra, matriculando-se depois (1800) em Leis na Universidade de Coimbra, onde se forma em 1803; parte para Lisboa onde abre banca de advogado; em 1810, aproximando-se a III invasão francês, comandada por Massema, é nomeado Juiz de Fora de Recardães (Águeda) e depois, por intermédio de Wellington, ocupa (1814) o lugar de Juiz dos Órfãos do Porto. Conhece na cidade do Porto os patriotas, Manuel Fernandes Tomás (Desembargador da Relação e Casa do Porto), José Ferreira Borges e João Ferreira Viana, integrando, resolutamente, a associação secreta por eles pensada, o Sinédrio (fundada a 22 de Janeiro de 1818), que foi a luz da Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820, na cidade do Porto; coube-lhe a missão de arregimentar os elementos militares para esse glorioso pronunciamento; depois da Revolução de 24 de Agosto; é nomeado para a Junta Provisional do Supremo Governo do Reino (Porto), depois integra a Junta Provisional Preparatória das Cortes; é nomeado (27 de Janeiro de 1821) membro da Regência, encarregado do governo do estado; tomou, depois da Chegada de D. João VI, a pasta dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, até 1823 (Vilafrancada); nessa data, entendendo que a perseguição contra os liberais, pela facção absolutista, não se faria esperar, emigrou (como outros tantos) para Inglaterra, regressando em 1826; com a aclamação ao trono de D. Miguel, depois de lhe terem passado ordem de prisão, exila-se de novo em Londres, depois de uma serie de aventuras rocambolescas na sua terra natal, na tentativa de não ser feito prisioneiro; em Inglaterra, por intermédio do Duque de Palmela, é nomeado vogal de Socorros aos Emigrados, fugidos da sanha persecutória miguelista; com a reação de D. Pedro IV (1831) contra a usurpação do trono por D. Miguel e pela libertação dos portugueses do despotismo miguelista, acompanha-o na sua campanha, pelos Açores e no Porto (aqui com valiosa missão perante o cerco do Porto pelos absolutistas), e parte com ele para Lisboa; foi deputado, entre 1834-36 e ministro da Fazenda; com o Setembrismo volta, de novo, a exilar-se (1836-38), só regressando em 1838, tomando lugar de deputado às Cortes até 1842, integrou a Câmara dos Pares (foi seu Vice-Presidente).
 
 

José da Silva Carvalho foi sócio da Academia Real das Ciência, importante membro da Maçonaria (Irmão Hydaspe) - tendo sido Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (1822-39) e Soberano Grande Comendador (1841-56) -, foi Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Conselheiro de Estado; tinha a Grã-Cruz da Ordem de S. Tiago e da de Carlos III de Espanha.

Deixou-nos José da Silva Carvalho curiosas intervenções na Câmara dos Pares, que podem ser consultadas online no site da Assembleia da República; a sua Correspondência Epistolar é copiosa e em parte já está publicada [António Viana, “José da Silva Carvalho e o seu Tempo”, Lisboa, Impr. Nacional, 1891-1894]; deixou escrito um opúsculo, “Manifesto sobre a execução que teve a lei de 19 de Dezembro de 1834 nas operações de fazenda que em virtude della se fizeram. Offerecido às Cortes e à Nação Portugueza, Lisboa, Typ. Patriotica de Carlos José da Silva & Comp., 1836”.   

Faleceu a 5 de Setembro de 1856, em Lisboa, e está sepultado no Cemitério dos Prazesses, Lisboa.  

J.M.M.

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