sábado, 5 de maio de 2018

QUE VIVA MARX (N. 5 DE MAIO DE 1818)



Tudo que sei é que eu não sou um marxista” [Frase atribuída a Karl Marx por Engels]
“O capitalismo, ao transformar dinheiro em mercadorias, que servem de matérias constituintes de um novo produto ou de fatores do processo de trabalho, ao incorporar força de trabalho viva à sua objetividade morta, transforma valor, trabalho passado, objetivado, morto em capital, em valor que se valoriza a si mesmo, um momento animado que começa a “trabalhar” como se tivesse “amor no corpo” [Karl Marx]
Kant e Fichte querem entrar no céu e buscar lá uma terra distante, ao passo que meu único alvo é entender completamente o que eu encontro na rua” [Karl Marx]

“Os economistas têm uma maneira singular de proceder. Para eles existem apenas duas espécies de instituições, as artificiais e as naturais. As instituições feudais são instituições artificiais; as da burguesia são instituições naturais. Nisto assemelham-se aos teólogos, que também distinguem duas espécies de religiões: qualquer religião que não seja a sua é uma invenção dos homens, enquanto que a sua própria religião é uma emanação de Deus. Deste modo, houve história, mas já não há" [Karl Marx]
"As revoluções burguesas, como as do século XVIII, avançam rapidamente de sucesso em sucesso; seus efeitos dramáticos excedem uns aos outros; os homens e as coisas se destacam como gemas fulgurantes; o êxtase é o estado permanente da sociedade; mas estas revoluções têm vida curta; logo atingem o auge, e uma longa modorra se apodera da sociedade antes que esta tenha aprendido a assimilar serenamente os resultados de seu período de lutas e embates. Por outro lado, as revoluções proletárias, como as do século XIX, se criticam constantemente a si próprias, interrompem continuamente seu curso, voltam ao que parecia resolvido para recomeçá-lo outra vez, escarnecem com impiedosa consciência as deficiências, fraquezas e misérias de seus primeiros esforços, parecem derrubar seu adversário apenas para que este possa retirar da terra novas forças e erguer-se novamente, agigantado, diante delas, recuam constantemente ante a magnitude infinita de seus próprios objetivos até que se cria uma situação que toma impossível qualquer retrocesso e na qual as próprias condições gritam: Hic Rhodus, hic salta! Aqui está Rodes, salta aqui!" [Karl Marx]

"A história não nos deu razão, a nós e a todos os que pensavam como nós. Ela mostrou claramente que o estado do desenvolvimento econômico do continente estava, então, ainda bem longe de estar amadurecido” [Friedrich Engels]


 “O urbanismo não existe: não passa de uma “ideologia”, no sentido de Marx. arquitetura existe realmente tanto quanto a Coca-Cola: é uma produção envolta em ideologia, mas real, satisfazendo falsamente uma necessidade forjada; ao passo que o urbanismo é comparável ao alarido publicitário em torno da Coca-Cola, pura ideologia espetacular. O capitalismo moderno, organizado de modo a reduzir toda a vida social a espetáculo, é incapaz de oferecer um espetáculo que não seja o de nossa própria alienação. Seu sonho de urbanismo é sua obra-prima” [Raoul Vaneigem]
A luta entre a subjetividade e aquilo que a corrompe está prestes a alargar os limites da velha luta de classes. Renova-a e torna-a mais aguçada. A opção de viver é uma opção política. Não queremos um mundo no qual a garantia de não morrer de fome se troca pelo risco de morrer de tédio” [Raoul Vaneigem: “A arte de viver para a novas gerações”]

“A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração, assim como o espírito de estados de coisas embrutecidos. Ela é o ópio do povo” [Karl Marx]
Mas se a 'liberdade' é de facto a finalidade dos vossos esforços, então esgotou até ao limite as suas exigências. Quem deve então ser libertado? Tu, eu, nós. E libertado de quê? De tudo aquilo que não seja tu, eu, nós. Eu sou então o caroço que deve ser libertado de todos os invólucros, de todas as cascas que o limitam. E o que resta se eu for libertado de tudo aquilo que não sou? Apenas eu e nada mais que eu” [Max Stirner]

Aprendi mais [com Balzac], mesmo no tocante a detalhes econômicos (por exemplo, a redistribuição da propriedade real e pessoal após a revolução), do que em todos os livros de historiadores, economistas e estatísticos profissionais da época, tomados em conjunto. Sem dúvida, em política, Balzac foi um legitimista; sua grande obra é uma perpétua elegia a deplorar a irremediável decomposição da alta sociedade; suas simpatias se dirigem para o lado da classe condenada a morrer. Mas, apesar disso, sua sátira nunca é mais mordaz e sua ironia mais amarga do que quando põe em cena esses aristocratas” [Friedrich Engels]


Não importa os artistas representarem o mundo de maneiras diferentes: a questão, porém, é transformá-lo” [Guy Debord]
“Se se procura o significado original da poesia, hoje dissimulada sob os mil ouropéis da sociedade, constata-se que ela é o verdadeiro sopro do homem, a fonte de todo o conhecimento e esse conhecimento sob seu aspecto mais imaculado. Nela se condensa toda a vida espiritual da humanidade desde que começou a tomar consciência de sua natureza; nela agora palpitam suas mais elevadas criações e, terra para sempre fecunda, conserva perpetuamente em reserva cristais incolores e as colheitas do amanhã. Divindade tutelar de mil faces, aqui denominada amor, lá liberdade, alhures ciência. Ela permanece omnipotente, ferve na narrativa mítica do esquimó, eclode na carta de amor, metralha o pelotão de execução que fuzila o operário exalando um último suspiro da revolução social, logo, de liberdade …” [Benjamin Péret]

J.M.M.

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