“Tudo que sei é que eu não sou um marxista” [Frase atribuída a Karl Marx por Engels]
“O capitalismo, ao transformar dinheiro em mercadorias, que
servem de matérias constituintes de um novo produto ou de fatores do processo
de trabalho, ao incorporar força de trabalho viva à sua objetividade morta,
transforma valor, trabalho passado, objetivado, morto em capital, em valor que
se valoriza a si mesmo, um momento animado que começa a “trabalhar” como se
tivesse “amor no corpo” [Karl Marx]
“Kant e Fichte querem entrar no céu e buscar lá uma terra
distante, ao passo que meu único alvo é entender completamente o que eu
encontro na rua” [Karl Marx]
“Os economistas têm uma
maneira singular de proceder. Para eles existem apenas duas espécies de
instituições, as artificiais e as naturais. As instituições feudais são
instituições artificiais; as da burguesia são instituições naturais. Nisto
assemelham-se aos teólogos, que também distinguem duas espécies de religiões:
qualquer religião que não seja a sua é uma invenção dos homens, enquanto que a
sua própria religião é uma emanação de Deus. Deste modo, houve história, mas já
não há" [Karl Marx]
"As revoluções burguesas, como as do século XVIII, avançam
rapidamente de sucesso em sucesso; seus efeitos dramáticos excedem uns aos
outros; os homens e as coisas se destacam como gemas fulgurantes; o êxtase é o
estado permanente da sociedade; mas estas revoluções têm vida curta; logo
atingem o auge, e uma longa modorra se apodera da sociedade antes que esta
tenha aprendido a assimilar serenamente os resultados de seu período de lutas e
embates. Por outro lado, as revoluções proletárias, como as do século XIX, se
criticam constantemente a si próprias, interrompem continuamente seu curso,
voltam ao que parecia resolvido para recomeçá-lo outra vez, escarnecem com
impiedosa consciência as deficiências, fraquezas e misérias de seus primeiros
esforços, parecem derrubar seu adversário apenas para que este possa retirar da
terra novas forças e erguer-se novamente, agigantado, diante delas, recuam
constantemente ante a magnitude infinita de seus próprios objetivos até que se
cria uma situação que toma impossível qualquer retrocesso e na qual as próprias
condições gritam: Hic Rhodus, hic salta! Aqui está Rodes, salta aqui!" [Karl
Marx]
"A história não nos deu razão, a nós e a todos os que
pensavam como nós. Ela mostrou claramente que o estado do desenvolvimento
econômico do continente estava, então, ainda bem longe de estar amadurecido”
[Friedrich Engels]
“O urbanismo não existe:
não passa de uma “ideologia”, no sentido de Marx. arquitetura existe realmente
tanto quanto a Coca-Cola: é uma produção envolta em ideologia, mas real,
satisfazendo falsamente uma necessidade forjada; ao passo que o urbanismo é comparável
ao alarido publicitário em torno da Coca-Cola, pura ideologia espetacular. O
capitalismo moderno, organizado de modo a reduzir toda a vida social a
espetáculo, é incapaz de oferecer um espetáculo que não seja o de nossa própria
alienação. Seu sonho de urbanismo é sua obra-prima” [Raoul Vaneigem]
“A luta entre a
subjetividade e aquilo que a corrompe está prestes a alargar os limites da
velha luta de classes. Renova-a e torna-a mais aguçada. A opção de viver é uma opção
política. Não queremos um mundo no qual a garantia de não morrer de fome se
troca pelo risco de morrer de tédio” [Raoul Vaneigem: “A arte de viver para a
novas gerações”]
“A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da
miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da
criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração, assim como o espírito de
estados de coisas embrutecidos. Ela é o ópio do povo” [Karl Marx]
“Mas se a 'liberdade' é de facto a finalidade dos vossos
esforços, então esgotou até ao limite as suas exigências. Quem deve então ser
libertado? Tu, eu, nós. E libertado de quê? De tudo aquilo que não seja tu, eu,
nós. Eu sou então o caroço que deve ser libertado de todos os invólucros, de
todas as cascas que o limitam. E o que resta se eu for libertado de tudo aquilo
que não sou? Apenas eu e nada mais que eu” [Max Stirner]
“Aprendi mais [com
Balzac], mesmo no tocante a detalhes econômicos (por exemplo, a redistribuição
da propriedade real e pessoal após a revolução), do que em todos os livros de
historiadores, economistas e estatísticos profissionais da época, tomados em
conjunto. Sem dúvida, em política, Balzac foi um legitimista; sua grande obra é
uma perpétua elegia a deplorar a irremediável decomposição da alta sociedade;
suas simpatias se dirigem para o lado da classe condenada a morrer. Mas, apesar
disso, sua sátira nunca é mais mordaz e sua ironia mais amarga do que quando
põe em cena esses aristocratas” [Friedrich Engels]
“Não importa os artistas representarem o mundo de maneiras
diferentes: a questão, porém, é transformá-lo” [Guy Debord]
“Se se procura o significado original da poesia, hoje
dissimulada sob os mil ouropéis da sociedade, constata-se que ela é o
verdadeiro sopro do homem, a fonte de todo o conhecimento e esse conhecimento
sob seu aspecto mais imaculado. Nela se condensa toda a vida espiritual da
humanidade desde que começou a tomar consciência de sua natureza; nela agora
palpitam suas mais elevadas criações e, terra para sempre fecunda, conserva
perpetuamente em reserva cristais incolores e as colheitas do amanhã. Divindade
tutelar de mil faces, aqui denominada amor, lá liberdade, alhures ciência. Ela
permanece omnipotente, ferve na narrativa mítica do esquimó, eclode na carta de
amor, metralha o pelotão de execução que fuzila o operário exalando um último
suspiro da revolução social, logo, de liberdade …” [Benjamin Péret]
J.M.M.
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