José Mário Branco,
“português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista
de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro”, espalhou luminosamente
a palavra, a melodia e o canto. Traçou a poesia, celebrou o sonho, inquietou-nos
a alma. Com ternura e alegria.
Zé Mário tinha
essa elevada arte de “estar aqui connosco”. Cantou a “margem do outro lado”,
essa travessia ou “vaga de fundo” estremecida, atribulada, mas sempre digna. Essa
bem-aventurança. Confiou-nos “a luz que vem do fim do mundo”, essa viagem daqueles
que ainda não nasceram. Esteve connosco e nós com ele. “Para cantar e para o
resto” – disse. E sim …. valeu a pena a travessia.
J.M.M.
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