LIVRO:
Asilo político em tempos de Salazar. Os casos de Humberto Delgado e Henrique Galvão;
AUTOR: Luís Bigotte Chorão;
EDIÇÃO: Edições 70, Novembro de 2019, 336 p.
AUTOR: Luís Bigotte Chorão;
EDIÇÃO: Edições 70, Novembro de 2019, 336 p.
LANÇAMENTO:
DIA:
5 de Dezembro (18,30 horas);
LOCAL: Livraria Almedina Rato (R. da Escola Politécnica, 225 - Lisboa);
ORADORES: António Araújo | José Pacheco Pereira.
LOCAL: Livraria Almedina Rato (R. da Escola Politécnica, 225 - Lisboa);
ORADORES: António Araújo | José Pacheco Pereira.
Henrique Galvão e Humberto Delgado assinalaram os difíceis tempos
de oposição e luta à ditadura salazarista, tendo deixado um rasto de esperança
e de ilusão nas camadas populares. Ambos tinham sido apoiantes da ditadura
militar e do Estado Novo, ornamentando as suas fileiras. Na verdade, o tenente
aviador Humberto Delgado e autor Da Pulhice do Homo Sapiens (Casa Ventura Abrantes, 1933), virulento
escrito antirrepublicano e antimonárquico, acompanhou desde o início a ditadura
e teve cargos relevantes no regime salazarista; Henrique Galvão, apoiante
sidonista e caloroso adepto do salazarismo, exerceu devotamente cargos
institucionais no início do Estado Novo. Essa ainda pouco esclarecida página
negra da história contemporânea, levaram-nos, mais tarde, para o campo da
oposição a Salazar e à Ditadura, fosse no escolho por uma pacífica luta
eleitoral ou no ardor colocado em acções de grande espetacularidade e duro
enfrentamento ao regime.
Este último trabalho de Luís Bigotte Chorão, aprofundamento de
uma sua intervenção sobre o pedido de asilo político de Henrique Galvão à
embaixada argentina, na FLUC, apresenta o enquadramento político e alguns marcos
importantes em torno do asilo de Humberto Delgado (Janeiro de 1959) e Henrique
Galvão (Fevereiro de 1959), incluindo, ainda, neste no seu estimado estudo
outros asilados, como Rodrigo Teixeira Mendes de Abreu, Luís Cesariny Calafate,
Manuel Serra, Sebastião Ribeiro, Manuel Sertório, Horácio Augusto Fernandes
Gradim, Rogério de Oliveira e Silva, Joana Francisca Fonseca Simeão, Raúl Miguel
Marques, Carlos Dionísio, entre outros.
Obra estimada e copiosa, com importantes fontes e demais anotações,
apresenta no seu final (pp. 285-325) uns Anexos, provenientes do Arquivo
Família Mairal, correspondência epistolar entre Henrique Galvão e Ernesto Pablo
Mairal.
► Henrique
Galvão e Humberto Delgado foram figuras extremamente populares durante o Estado
Novo, nos meios oposicionistas não afetos ao Partido Comunista Português.
Adversários destemidos do regime salazarista, viram-se ambos obrigados a pedir
asilo político em circunstâncias que merecem a recuperação da memória histórica
que este livro lhes concede. Enquanto Humberto Delgado o fez a 12 de janeiro
1959, na embaixada do Brasil, em Lisboa, Henrique Galvão formulou um pedido
semelhante a 17 de fevereiro do mesmo ano, na representação diplomática da
Argentina. Os dois pedidos de asilo transformaram-se rapidamente em
acontecimentos políticos de primeira linha, com uma projeção internacional
surpreendente. Em causa estavam duas personalidades que exaltavam, por maus
motivos, os meios diplomáticos e a opinião pública. Enquanto o general Humberto
Delgado tinha acabado de sair de um confronto violento com o regime, o capitão
Henrique Galvão arrastava-se por inúmeras prisões ao longo de sete anos. Luís
Bigotte Chorão reflete, assim, sobre um tempo de alta tensão política na
história do século [AQUI]
J.M.M.
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