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LIBERAL DE GAYA. Semanário Anti-Jesuítico [ao ano II, nº1: Órgão da Concentração
Democrática de Gaya] - Ano I, nº 1, 30 de Janeiro de 1899 até Ano II, nº 1, 1 de
Janeiro de 1900; Administrador: ao
nº 19 (3 Junho 1899): Abílio Azevedo; Secretário
da Empresa: Ernesto Pinto; Editor-responsável:
Celestino Luiz; Redacção e Administração:
Rua do Marquez Sá da Bandeira (Vila Nova de Gaya); Redactor Principal: (ao nº19) A. de Pinho Ferreira; Impressão: Typ. Gutenberg (Rua dos
Caldeireiros, 43, Porto; Vila Nova de Gaya, 1899-1900
Trata-se de um semanário publicado em Gaia, um dos
vários periódicos [como, A Semana de Loyola. Semanário anti-jesuítico (1884-1886),
O Anti-jesuíta (1894-1895) ou 0 Jesuíta (1901)] que contribuíram, no final de
oitocentos, para a vigorosa campanha do antijesuitismo em Portugal. O periódico
foi querelado e suspendeu a publicação ao nº 33 (9 de Setembro 1899), através
de um curioso Suplemento (“Explicação aos nossos bondosos leitores”), só regressando
a 1 de Janeiro de 1900 (último nº ?) como Órgão da Concentração
Democrática de Gaya (curiosamente a 29 de Julho desse ano a organização ofereceu
um banquete aos deputados republicanos de Gaia, tendo assistido 80 pessoas –
cf. A. H. de Oliveira Marques, Correspondência
política de Afonso Costa, p. 181).
“ … O Liberal de Gaya, surgiu como synthese do sentir da alma revoltada d'este concelho contra os que, a esta hora adeantada da civilisação, se persuadiram de que, n'esta terra de trabalhadores, podia ainda fazer ninho, medrar e crescer o odioso plano de Ignacio de Loyolla contra a humanidade, concebido por esse seductor de fidalgas no dia em que se convenceu que a bala recebida no cerco de Barcellona o tinha privado para sempre de continuar a ser o militar gentil, mais conquistador de corações de mulheres que mesmo de sarracenos.
Vimos a proclamar bem alto os sentimentos liberaes dos habitantes d'esta terra; a desmascarar a chantage que se pretende aqui fazer com a religião, para fios ignóbeis, para propaganda de retrocesso, para augmentar proventos que o povo vai desviando do pé d'altar, conforme abraça outras crenças ou se resolve a passar sem ellas […]
Não vimos a commungar n'este ou n'aquelle partido; d'aqui só falíamos em nome da liberdade, e unicamente por ella vimos a combater.
Esperamos pois que em todos os campos onde a bandeira liberal pode hastear-se, os seus soldados venham a nós, para derrotarmos o inimigo commum, que pela lei em vigor do grande marquez de Pombal está expulso d'este paiz, mas cá introduzido pelos inimigos da Patria. [“A que vimos”, in nº1, 30 Janeiro 1899]
[Alguma] Colaboração/textos
assinados: A. de Pinho Ferreira, A. J. Machado, Abílio Azevedo,
António d’Almeida, António de Clermont, António Martins, Augusto Dias, Bruno, Campos
Lima, Danton, Frei João, Gil Vaz, Gregório, Heliodoro Salgado, Henrique de
Macedo, Lima Barreto, Luthero, Manuel P. dos Santos, Marte, Monteiro Borges, Oliveira
Rios, Sá Gomes, P. Madeira, Platão, R. da Rocha, Robespierre, Tobias Moreno, Violeta,
Voltaire.
J.M.M
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