LIVRO: Essa Palavra Liberdade. Revolução Liberal e Contrarrevolução Absolutista (1820-1834);
AUTOR: Luís Reis Torgal (pref. de
Guilherme de Oliveira Martins);
EDITORA: Temas & Debates (Círculo de Leitores).
«Essa Palavra Liberdade..., livro do historiador Luís Reis Torgal,
professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, vai
estar disponível nas livrarias a partir do próximo dia 24. É uma edição da Temas e Debates (Círculo de Leitores) e integra-se nas Comemorações do Bicentenário da Revolução de 1820,
adiadas para o próximo Outubro.
A revolução do Porto de 1820 e a Constituição de 1822 dela nascida abriram caminho, de modo inexorável, para o Estado de Direito, e esse facto projectou-se na História política portuguesa até aos nossos dias. Urge, portanto, relembrar, analisar e divulgar os acontecimentos que permitiram a Portugal substituir um rei absoluto por um sistema capaz de representar cidadãos. A historiografia apresentada neste livro pelo professor Luís Reis Torgal procura descortinar a complexidade dos fenómenos e as suas repercussões duráveis, de modo a que o leitor consiga perceber o longo caminho de afirmação do constitucionalismo e do liberalismo, até aos dias de hoje».
► «Na verdade, é a "liberdade" que
está em questão nesta obra. É a liberdade que se opõe ao absolutismo, mas
também quando, na polémica sobre a Instrução Pública, os liberais mais
coerentes pretendem criar (sem o conseguir) um novo edifício, baseado na cidadania,
para substituir o do hierarquizado "Antigo Regime". É a liberdade que
está em causa quando, em nome da "ordem" e perante a guerrilha
liberal, outra vez saída do Porto, o absolutismo miguelista castiga, com o
apoio da libertinagem de rua, os alegados estudantes radicais e
"criminosos" (defensores, a seu modo, da liberdade), com uma execução
exemplar. E é, enfim, também a liberdade, mas a liberdade económica - ideia
utilizada por liberais, mas também por antiliberais - que se propõe em favor do
desenvolvimento, mas também indiciadora da luta pelos interesses privados.
"Liberdade" é, pois, uma palavra nobre, polissémica e ambígua. É
nessa múltipla significação que o liberalismo, seu defensor contra a monarquia
absoluta, a usa e dela abusa para fins privados. Essa palavra,
"liberdade", é, pois, o que analisei neste discurso histórico, sempre
cheio de interrogações. Será um conceito sempre a rever, no período que
abordamos e nos dias que correm.» [da Introdução]
«Na linha da obra que ora tenho a honra de apresentar urge estudar, investigar, mas também desenvolver a ação pedagógica, no sentido da melhor historiografia, sem tentações “presentistas”. É o devir que constitui a História. Daí a importância do conhecimento e da perspetiva crítica. Eis a matéria-prima de que se faz este livro, sobre sementes perenes de modernidade» [Do Prefácio de Guilherme d’Oliveira Martins - sublinhados nossos]
J.M.M.
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