quinta-feira, 19 de maio de 2022

RENASCIMENTO E MODERNIDADE: RELEITURAS FILOSÓFICAS –JOÃO MARIA ANDRÉ

 


LIVRO: Renascimento e Modernidade: releituras filosóficas;
AUTOR: João Maria André;
EDIÇÃO: Grácio Editor, 2022, 237 p.

► “ … Ao fim de algumas décadas e já em tempo de balanço do que fiz e do que deixei de fazer, penso ser altura de voltar a esta ligação entre o Renascimento e a Modernidade, que sempre atraiu a minha atenção, e de regressar ao misticismo, a Descartes e a Espinosa com os quais dialoguei durante muitos anos, para oferecer, a quem me quiser ler e comigo conversar, estas páginas em que fui vertendo as minha reflexões, tendo umas ficado na gaveta e outras sido publicadas, em circunstâncias diversas, mas agora já pouco disponíveis para quem as procura.  

Sempre tive a convicção de que a Modernidade é um período demasiado complexo, rico e fecundo para poder ser reduzida a um ou dois traços tipificadores que sacrificam a filosofia dos autores que se tomam como seus protagonistas e que se furtam, também eles, aos esquemas taxonómicos com que algumas correntes filosóficas e muitos compêndios de Filosofia os pretendem catalogar. Mesmo os pensadores que privilegiaram as evidências e, com elas, as ideias claras e distintas dificilmente se enquadram em molduras que aprisionam a sua liberdade de pensar, revelando elementos tensionais que, eles sim, correspondem à multipolaridade e ao dinamismo do seu pensamento e abrem perspetivas, por vezes aparentemente contraditórias, no conflito das suas interpretações. Por isso, só com uma atitude aberta, de descoberta e de espanto, nos podemos aproximar das suas ideias …”

[Do Prefácio]

 

“ … Cuidar desta terra e do cosmos como o jardim do humano e do amanhã e plantar nele as flores que os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos hão-de gostar de contemplar pode parecer um sonho, mas mais não é do que o imperativo moral e político de quem, sentindo-se dialogicamente solidário com o universo, não pode deixar de se sentir solidário com os seres que nele fazem ou farão a sua morada, na sua singularidade e na sua diferença, como quem respeita, cuida e rega a espiga em que se acende a esperança no futuro” [João Maria André, p. 233]

J.M.M.

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