segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

NO CENTENÁRIO DA UNIVERSIDADE LIVRE DE COIMBRA (1925-2025)

 

NO CENTENÁRIO DA UNIVERSIDADE LIVRE DE COIMBRA (1925-2025)

DIA: 5 de Fevereiro de 2025 (16,30 horas);

LOCAL: Museu Municipal de Coimbra/Galeria Almedina (Arco de Almedina/Rua Ferreira Borges);

ORGANIZAÇÃO: Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (GAAC) | Museu Municipal de Coimbra | CMC 

“Na próxima quarta-feira, dia 5 de fevereiro, assinalam-se os 100 anos da fundação da Universidade Livre de Coimbra. Para assinalar a efeméride, o Museu Municipal vai expor na Galeria Almedina do Museu Municipal a exposição “No Centenário da Universidade Livre de Coimbra 1925 – 2025”, organizada pelo GAAC. Pelas 16h30, a cerimónia de inauguração vai contar com a presença do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, do vice-presidente da CM de Coimbra, Francisco Veiga, e do presidente do GAAC, Valdemar Rosas.

A exposição pretende assinalar os oito anos de funcionamento da Universidade Livre de Coimbra (ULC), na Torre de Almedina, de 1925 a 1933. As universidades livres nasceram do ideal civilizador, laico e republicano de promoção social, moral e intelectual das camadas populares. A Universidade Livre, que tinha sede em Coimbra e secções ou delegações em quaisquer localidades, pretendia ser um instituto de educação popular que atuava fora de qualquer escola política ou religiosa e que tinha por função fomentar a cultura e a educação moral e social, promover a aproximação dos trabalhadores manuais e intelectuais e auxiliar a obra de extensão universitária.

Para atingir as suas finalidades, a Universidade Livre propunha-se, de um modo geral, a organizar conferências, cursos, lições, palestras, excursões e viagens de estudo, espetáculos e sessões cinematográficas, festas de caráter educativo, concertos musicais, auxiliar e manter bibliotecas e salas de leitura. Museus de carácter pedagógico, venda e edição de livros, estampas, folhetos e quaisquer outras publicações e colaboração com todas as escolas na realização de uma mais intensa e extensa ação educativa no seio das classes de trabalho manual faziam parte também da sua ação. Os cursos mistos ministrados versaram história, francês, escrituração comercial, botânica, dactilografia, aritmética, num total de 19 especializações.

No Centenário da Universidade Livre de Coimbra 1925 – 2025” pode ser visitada, gratuitamente, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 18h00 e, no fim de semana, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A mostra vai estar patente até 23 de março, dando a conhecer documentação, referências e obras produzidas por alguns dos protagonistas e mentores da ULC” [AQUI]

J.M.M.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

ALEXANDRE O’NEILL PRECISA-SE – POR ANTÓNIO VALDEMAR

 

Alexandre O’Neill Precisa-se” – por António Valdemar

Estou a vê-lo tal como o próprio Alexandre O’Neill se autoretratou: “moreno, português, cabelo asa de corvo” (…) “sofre de ternura, bebe demais e ri-se…”. Estou também a ouvi-lo num bate papo, sempre inesquecível, através das esquinas, entre o Jardim do Príncipe Real e a Rua do Alecrim. Além da conversa fascinante, desafiava-nos para ir comer uns carapaus fritos, com salada fresca, um tinto do lavrador e a sair do barril. Depois era o café. Muito café. Fumava cigarros, uns atrás dos outros.

Viajou muito. Andou de país em país. Viu museus e palácios. Comeu e bebeu o que lhe apetecia em bons hotéis e bons restaurantes. Mas Lisboa permanecia dentro dele. Era aqui o seu território: passar nas livrarias e alfarrabistas; ir as tascas do Bairro Alto, frequentar antigos restaurantes que já não existem ou se existem tem outra clientela.

O centenário do nascimento de Alexandre O'Neill (1924-1986) – que se vai concluir a 19 de dezembro deste ano – permite recordar o Homem e a obra nas suas varias componentes. Grande poeta, dos maiores da literatura portuguesa da segunda metade do seculo XX, também se distinguiu pela intervenção cívica.

Entre os poetas e escritores da sua geração, Alexandre O'Neill foi, porventura, o que se aproximou do público mais diversificado. Basta citar o poema Gaivota, que transpôs as fronteiras nacionais, interpretado pela voz de Amália e composição musical de Alain Oulman. Para o renome de Alexandre O'Neill também contribuíram as intervenções frequentes na televisão e noutros órgãos de comunicação, tais como no Diário de Lisboa, n'A Capital e n‘A Luta.

A política acompanhou-o sempre. Na oposição ao salazarismo, no combate ao marcelismo e, depois do 25 de Abril, na rejeição dos totalitarismos partidários. Era um defensor acérrimo do pluralismo de expressão e critica. Manteve, e em circunstâncias bastante difíceis, a frontalidade da opinião. Orientava-se por exigências éticas princípios democráticos, contra a imposição de compêndios estéticos e cartilhas literárias. Insurgiu-se contra tudo que lhe condicionava a liberdade pessoal.

Poucos escritores e poetas denunciaram, como Alexandre O'Neill, os ridículos, as frivolidades, o absurdo, a farsa da sociedade portuguesa. Tal como Gervásio Lobato na célebre “Lisboa em Camisa”. O inconformismo visceral de O'Neill destaca-se quer no volume “Poesia Completa”, introdução de Clara Rocha; quer nos textos dispersos em jornais recolhidos por Maria Antónia de Oliveira, com o titulo “Portugal em forma de Assim”.

Mostrou-se implacável perante “o Pais engravatado todo o ano/ a assoar-se na gravata por engano, /o incrível pais da minha tia, / trémulo de bondade e de aletria”. Ou quando se debatia com lisboetas que o indignavam: “Tu não mereces esta cidade/não mereces/ esta roda de náusea em que giramos/ até a idiotia/ esta pequena morte/ e o seu minucioso e porco ritual/ esta nossa razão absurda de ser”. (…) “Tu és da cidade onde vives por um fio/de puro acaso/ onde morres ou vives não de asfixia/ mas às mãos de uma aventura de um comércio puro/sem a moeda falsa do bem e do mal”.

Não poupava, Alexandre O'Neill, a insinuação ostensiva e presunçosa dos intelectuais de serviço que mudam de ideias quando convém, sem qualquer espécie de vergonha: “Todos os dias os encontros” – escreveu – “Evito-os. Às vezes sou obrigado a escuta-los” (…) “Mas também os aturo por escrito. No livro. No jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos. (…). Querem vencer, querem convencidos, convencer. Vençam lá à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear”.

Na criação literária de O'Neill, predomina uma poesia desenvolta onde se acentua a ironia, o sarcasmo e o humor negro; e também outra poesia de fortes tensões líricas e elegíacas. Faz a exaltação da mulher, celebra a volúpia do Amor: “defendo-me da morte quando dou/meu corpo ao seu desejo violento/e lhe devoro o corpo lentamente”. Também aprofundou as interrogações que colocam o homem perante a angústia da vida e o desespero da morte.

Buscou quer na poesia, quer na prosa, quer ainda no ofício da tradução, todos os recursos de cada palavra; desarticulava, sempre que necessário, as amarras da gramática tradicional. Procurou transmitir gestos, tiques e atitudes. Inventava novas palavras, incluía outras extraídas de alfarrábios e ainda mais outras apanhadas na rua ou no café. Este foi mais outro notável contributo da sua escrita. Deu maior amplitude à língua portuguesa.

Alexandre O'Neill faleceu com pouco mais de 60 anos. Já não era novo, mas também não era velho. Morreu destroçado por crises cardíacas e hospitalizações penosas. Ficou, a certa altura, um velhinho magro, pálido e de bengala, igual àqueles velhinhos à espera da morte nos bancos dos jardins.

Contudo, mal começava a falar, esquecíamo-nos do espectro físico em que se transformara. Logo nas primeiras palavras, emergia o seu comentário arrasador, a propósito das últimas notícias literárias e politicas, que acompanhava com à maior atenção.

Recebeu, em vida, quase todas as homenagens possíveis para um intelectual politicamente incorreto, a exceção do Prémio Camões ainda não instituído. Entre os poetas e escritores da sua geração, Alexandre O'Neill foi, porventura, o que mais se aproximou do grande público.

Recorreu à ironia e ao sarcasmo para a desmontagem de hábitos e rotinas ancestrais. Daí o paralelo inevitável entre a sua obra, a de Nicolau Tolentino e a de Cesário Verde. Nos três podemos encontrar afinidades, embora com escritas diferentes, visões diferentes e os condicionalismos de épocas diferentes. De todos, Alexandre O’Neill continua mais próximo de nós.

Embora exista outra classe social e outra classe politica, em numerosos aspetos, mantém hábitos e costumes inveterados. Revelam-se refratários à mudança. Falta-lhes ousadia para ultrapassar constrangimentos ancestrais para atingir as grandes reivindicações do cidadão da Europa.

Alexandre O’Neill Precisa-se” – por António Valdemar [Jornalista, carteira profissional número Um; sócio efetivo da Academia das Ciências], in Figueirense, 31 de Janeiro 2025, p. 18 – com sublinhados nossos; gravura de Álvaro Carrilho.

J.M.M.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

A INICIAÇÃO DE VOLTAIRE NA LOJA DAS NOVE IRMÃS

 


LIVRO: A Iniciação de Voltaire na Loja das Nove Irmãs;
AUTOR: A. Germain;
EDIÇÃO: BMBM | R’.’ L.’. “8 de Maio”, Janeiro de 2025, 52 p.

Trata-se da interessantíssima edição, agora em tradução portuguesa, do conhecido livreto (1874) de A. Germain, Initiation de Voltaire dans la Loge des Neuf-Soeurs. A curiosa iniciação de Voltaire, aliás François-Marie Arouet, em 1778, presidida por Jérôme Lalande (invulgar astrónomo e um dos enciclopedistas de renome) e assistida por Benjamin Franklin foi um acontecimento triunfante da história da franco-maçonaria francesa. A Loja das Nove Irmãs (1776), de que fizeram parte numerosos homens de letras, foi herdeira da “Loge des Sciences”, fundada pelo filósofo Claude Adrien de Helvétius (1715-1771) e pelo próprio Lalande (1732-1807).

Esta edição magnifica, de elevado merecimento literário e de que somente se imprimiram 100 exemplares numerados, está ornada na sua capa com uma formosa ilustração, contém uma Introdução dos editores e apresenta um estimado prefácio pelo curador adjunto no Instituto e Museu Voltaire, em Genebra, Flávio Borda D’Água.

Um pensador, um filósofo que se tornou escritor – dramaturgo, ensaísta, historiador, poeta e romancista – como forma de se comprometer consigo e compreender os outros.

Nascido no ocaso do século dezassete, ele é a personificação do homem-razão iluminista, o tolerante, o insubmisso panfletário cultor do direito e da justiça, intransigente da liberdade e anticlerical convicto. Dir-se-ia que François-Marie Arouet nasceu para ser maçon, pois sobreviveu apenas um mês à sua irradiante iniciação na querida Loja das Nove Irmãs, em Paris, sob o malhete sagrado de Lalande, em 7 de Abril de 1778.

É por isso que, 330 anos após o nascimento de Voltaire em Paris, a BMBMBiblioteca Maçónica do Baixo Mondego – decide estrear a sua bibliogenia com uma obra que, nas palavras de Hubert, pertence à Maçonaria mais do que a qualquer Loja ou maçon preferido. Mais, associa-se à RL “8 de Maio”, a Or de Coimbra, nas celebrações do seu 25º aniversário.

A INICIAÇÃO DE VOLTAIRE, hoje amável e fraternalmente prefaciada pelo conservador-adjunto do Instituto e Museu Voltaire de Genève, a quem muito agradecemos, é um duplo privilégio que queremos partilhar.

Ao Vale do Mondego, no 330º aniversário de Voltaire, Novembro de 6024.

[Os Editores]

Voltaire e a Maçonaria: uma exploração dos laços entre o pensamento do Iluminismo e o compromisso da fraternidade

Voltaire tornou-se, ao longo dos séculos, um símbolo e um farol da luz intelectual, do pensamento crítico e da afirmação das liberdades. A sua influência ultrapassa fronteiras e transcende épocas, marcando profundamente o panorama da literatura e da filosofia, o desenrolar da história e das sociedades. Por trás dessa figura emblemática do Século das Luzes esconde-se, um tanto negligenciado ainda, um legado singular da sua herança: a sua afiliação tardia à maçonaria.

A brochura que nos é oferecida hoje permite-nos aventurar nos labirintos da história para explorar os laços que Voltaire mantém com a Maçonaria: duas forças imponentes que moldaram o tecido da sociedade europeia do século XVIII e além. As páginas que se seguem servirão como uma exploração aprofundada que desmistifica essa relação, muitas vezes incompreendida e mal transmitida, e esclarecerão as áreas de sombra ao fazer o leitor descobrir, ao longo do tempo, influências mútuas entre o homem e o movimento do pensamento.

Voltaire, conhecido pela sua pena afiada e o seu espírito livre, não pode ser limitado ao papel de escritor. Homem de ideias, homem de convicções, pensador engajado nos debates da sua época, e fundamentalmente contemporâneo, ele encontra na maçonaria um quadro para nutrir e desenvolver as suas ideias. No seio da companhia fraterna, ele encontra um refúgio para o livre-pensamento, um espaço onde as fronteiras da sociedade podem ser empurradas e onde a igualdade, a fraternidade e a tolerância não são meras palavras, mas ideias a serem vividas, promovidas e desenvolvidas.

A partir daí, ao retomar os arquivos e os escritos de Voltaire, bem como os arquivos maçónicos da sua época, o investigador detecta fios invisíveis que tecem, juntos, uma história comum. As descobertas mostram como a entrada de Voltaire na maçonaria influenciou, mesmo que tardiamente, o seu pensamento, as suas acções e, por vezes, o seu estilo literário. Ele deixa, assim, uma marca indelével e misteriosa na maçonaria do seu tempo.

Ao longo desta brochura, a palavra é deixada aos textos que documentam directamente a iniciação de Voltaire e que abrem para o futuro através do fascinante aspecto da história intelectual e social. Espera-se que essa exploração suscite a curiosidade e o desejo de ir mais longe, estimulando a reflexão, incitando talvez as reconsiderações, a uma (re)descoberta de Voltaire como homem, como pensador e como irmão maçom.

Que estes documentos possam ilustrar a última evidência: que a verdadeira luz reside na busca incessante do conhecimento e da verdade, à imagem do historiador frente ao passado dos homens e da grande sociedade humana.

[PREFACIANDO - Flávio Borda D’Água, p. 9 e ss - sublinhados nossos]

 


A. Germain (1801-1882) foi um voltairiano entusiasta, fiel e ilustrado. Em tributo de admiração e reconhecimento ao Mestre, deixou escrito uma interessante notícia sobre a iniciação de Voltaire - que agora apresentamos - nesse memorável dia de 7 de Abril de 1778 e que iluminou a “serena luz maçónica” dos trabalhos da loja Des Neuf Soeurs.

A[thanase] Germain licenciou-se em direito (1821) em Paris, foi advogado da corte, diretor de assuntos argelinos do Ministério da Guerra, mestre de solicitações ao Conselho de Estado, diretor do jornal Le Progrés de l’Eure e membro da loja maçónica, La Sincerité de l’Eure, em Evreux. Foi preso por delito de imprensa em 24 de Fevereiro de 1871. Entre as suas obras impressas, está a curiosa Martyrologe de la presse (1789-1861) e a vigorosa e polémica Réponse à une lettre de M. L. Morin, curé de La Couture-Boussey (1866).

A. Germain integrou o quadro fundador da loja de Evreux (22 de Julho de 1872), La Sincerité de l’Eure, tendo sido seu Venerável entre os anos de 1873 a 1876. A loja, a segunda instalada em Evreux, no final do século entra em “dormência” e só seria de novo erguida em 1925, curiosamente com o título distintivo: Tolérance et Sincerité. A 8 de Julho de 1875, teve Germain ocasião de pedir a palavra na cerimónia solene de iniciação de Émile Littré, na loja La Clémente Amitié, fazendo-lhe oferta do seu livro Initiation de Voltaire dans la Loge des Neuf-Soeurs.

[Da contracapa]

J.M.M.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA DE 2024 – A NOSSA ESCOLHA



HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA DE 2024

1. Dicionário de Imprensa Periódica do Antigo Regime em Portugal Volume I (1704-1807) Daniel Pires (Theya Editores), 548 p.

2. Os Exilados de SalazarHeloísa Paulo (Âncora Editora), 386 p. | Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975. Episódios menos Conhecidos Irene Flunser Pimentel (Temas e Debates), 472 p.  

3. Vigias da Inquisição Luís Reis Torgal (Temas e Debates), 376 p. | Pátria e Liberdade – Uma Loja maçónica de Militares (1911-1918) António Ventura (Âncora Editora), 179 p.

4. Ecos de Londres. O Investigador Português em Inglaterra, Jornal Literário, Político, & C., nos primeiros anos de publicação (1811-1813)Adelaide Maria Muralha Vieira Machado (Lema d`Origem), 134 p. | Abade Correia da Serra, Cidadão do Mundo António Rebelo de Sousa e Jorge Rio Cardoso (Editora Guerra & Paz), 112 p.  

5. A Caminho do 25 de Abril. Uma organização clandestina de oficiais da ArmadaLuísa Tiago de Oliveira (Edições 70), 284 p. | Tarrafal. Presos políticos e sociais (1936-1954 e 1961-1974) Alfredo Caldeira e João Esteves (Edições Colibri), 444 p.

6. Da República dos Portugueses. Crónica geral da política José Adelino Maltez (Âncora Editora), 962 p. | O Século do Liberalismo. Portugal 1820-1926 - Miriam Halpern Pereira (FCG), 866 p. | Portugal e Inglaterra - O Liberalismo e o Império. Estudos sobre a aliança luso-britânica no século XIX José Miguel Sardica (Tribuna da História), 204 p.

7. Ressuscitar Lázaro. O ideal republicano de Ezequiel de Campos (1910-1919)Teresa Nunes (Âncora Editora), 390 p. | A noite mais sangrentaJoão Miguel Almeida (Manuscrito Editora), 176 p. | As Eleições Legislativas no Alentejo Durante a I República (1910-1926)Manuel BaiôaPedro Figueiredo Leal e António José Queiroz (Edições Humus), 288 p.

8. Padre Felicidade. Ooposicionista praticanteAna R. Gomes (Tinta da China), 240 p. | Do Luso-Hebreu Isaac Abravanel a Boris Pasternak. O Vínculo Familiar - João Augusto David de Morais (Edições Colibri), 184 p. | Urbino de Freitas. As manobras de bastidores - José Manuel Martins Ferreira (Edições Humus), 312 p.

9. Jornal A Batalha 1974-2024 - Esboço para uma Análise mais Distanciada – João Freire (A Batalha), 124 p. | Na Teia da Aranha - João Lázaro Cavaleiro Diz de Carvalho (Afrontamento), 332 p. | O Algarve em Transe. Os loucos anos 60 e 70 em Portimão - Maria João Raminhos Duarte (Edições Colibri), 518 p. 

10. O Sonho de D'Alembert e Demais Conjeturas. Diálogos entre Lucrécio e Posidómio - Denis Diderot e Voltaire (Edições Humus), 220 p. | Tradução e Tradutores em Portugal. Um contributo paraa sua história (séculos XVIII -XX) - Teresa Seruya (Tinta da China), 496 p.  

A.A.B.M.
J.M.M.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

JOSÉ ADELINO MALTEZ - DA REPÚBLICA DOS PORTUGUESES – CRÓNICA GERAL DA POLÍTICA

 


LIVRO: Da República dos Portugueses – Crónica geral da política;

AUTOR: José Adelino Maltez;
EDIÇÃO: Âncora Editora, Outubro 2024.

LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO

DIA: 18 de Dezembro de 2024 (18,00 horas);

LOCAL: Biblioteca de Alcântara José Dias Coelho (Rua José Dias Coelho, 27-29 - Lisboa);

ORADOR: Luís Bigotte Chorão;

ORGANIZAÇÃO: Âncora Editora 

► Nesta obra procura-se a genealogia das circunstâncias que transformaram Portugal, e os Portugueses, numa simples consequência de um paralelogramo de forças. Eles não são passíveis de uma biografia superiormente autorizada por um qualquer destino manifesto, justificando certa vida em comum, mas onde também não é aconselhável qualquer interpretação retroativa que assuma a verdade de explicar-nos quem somos.

Seria estúpido fazê-lo com preconceitos de esquerda ou fantasmas de direita, não detectando o essencial daquilo a que retroactivamente podemos dizer de sucessivas construções do Estado, acompanhadas por uma série de reconstruções.

Quem, nestes sobressaltos, quiser detectar a ideia e a estratégia de Portugal, entre os século XII e o século XXI, recorra aos poetas que as imaginaram, de Luís de Camões a Fernando Pessoa, ou, então, que se torne fiel de religiões reveladas, ou de sociedades iniciáticas que com elas concorrem. O autor, pelo menos, não consegue desfazer o mistério e, porque não tem contactos directos com uma divindade, apenas reconhece que tanto há Milagre de Ourique como Aparições de Fátima e que, de vez em quando, nos julgamos uma nação mítica [AQUI]

J.M.M.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

MÁRIO SOARES – 100 ANOS DO SEU NASCIMENTO

 

Mário Soares. 100 Anos do seu Nascimento; n.º hors-série de 7 de Dezembro 2024Edição BMBMRedação: Vale do Mondego; Edição Fora de Mercado (tiragem de 33 exemplares), 12 pags.

 Trata-se de um número comemorativo do Centenário de Mário Soares, com curiosos testemunhos de quem o conheceu, de tiragem muito reduzida e para bibliófilos, lançado pela Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego, que tem alojamento no Archive.org

https://archive.org/details/@biblioteca_ma_nica_do_baixo_mondego

“Eu sou contra todas as ditaduras e a favor da liberdade. Sem liberdade política nada se passa, só se entra, a prazo, em decadência” [Mário Soares]

As comemorações do Centenário do nascimento de Mário Soares são uma lúcida, admirável e bela jornada de homenagem a um dos fundadores da Democracia portuguesa contemporânea. Memorar o seu legado imorredouro de luta pela Liberdade e Democracia é voltar a falar no sonho dessa confraternidade cívica que em (e por) Abril une todos os Homens como Irmãos. Um Abril de utopia, um Abril de retomar a palavra, um Abril sem muros e de afetuosa solidariedade, um Abril com luzimento e de felicidade. Mário Soares foi um cidadão, e nosso irmão, com muita luz, possuidor de um ânimo inabalável e de coragem certa nas horas incertas. Mário Soares foi um dos nossos, pelo Amor da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Obrigado Mário Soares.

[Os Bibliotecários]

TÁBUA: 100 Anos do Nascimento de Mário Soares (José Lamego); Mário Soares “detestava o bajulador” (Vasco Franco); Eu conheci Mário Soares ... [Manuel da Costa (da Quinta)]; Mário Soares também foi iniciado (Manuel Seixas); Uma grande figura da nossa história moderna (José Manuel Martins); Discurso à Maçonaria em França [Manuel Seixas, anotação de um extracto do livro de Mário Soares, Cartas e Intervenções Políticas no Exílio, Temas e Debates, 2014 (reimp.), Discurso à Maçonaria em França, pp 97-116]; Sobre Mário Soares … (extratos de testemunhos); Fotografias & Livros

 [Algumas páginas ...]


[Download AQUI]

    J.M.M.

sábado, 30 de novembro de 2024

EGAS MONIZ - 150 ANOS

 EGAS MONIZ - 150 ANOS | PRÉMIO NOBEL - 75 ANOS

A Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego regista a passagem do dia 29 de Novembro quando, 150 anos atrás, pelas 3h da madrugada, nasce em Avanca o pequeno génio e futuro professor de Neurologia, o investigador e bibliófilo, o político e escritor, o Nobel e Maçon António.

Sobrevivente a atentados, físicos e morais, duelista e sidonista, mestre de jogos vários, crítico de arte, pintura e literatura em parceria, Egas Moniz colecionou fortunas e contratempos, admiradores e detratores, amigos e alguns irmãos.

Dono de uma inquebrantável força de vontade e de uma astúcia admirável, produziu uma extensa obra científica enquanto percorria os caminhos sinuosos, primeiro políticos, depois académicos e profissionais. Várias vezes proposto e outras tantas preterido, soube aliar a sua diplomacia pessoal ao seu prestígio científico, o seu talento e cultura à sua determinação e rigor, obtendo finalmente o merecido reconhecimento e os louros de uma carreira e de uma vida.

Ao irmão iniciado em 22 de Dezembro de 1910, Egas Moniz também, obreiro da Loja Simpatia e União, a BMBM envia para o Oriente Eterno um fraterno e triplo abraço, de reconhecimento, de admiração e de esperança.

[AQUI]



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J.M.M.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

LUÍS REIS TORGAL DISTINGUIDO COM O PRÉMIO JOAQUIM VERISSIMO SERRÃO


Luís Reis Torgal, historiador, Membro Fundador do CEIS20 e Professor Catedrático Aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi distinguido com o Prémio Joaquim Veríssimo Serrão/Fundação Engenheiro António de Almeida, atribuído pela Academia Portuguesa da História e pela Fundação Eng. António de Almeida, pela sua obra Vigias da Inquisição.

J.M.M.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

VOLTAIRE … ESTÁ VIVO! 330 ANOS APÓS O SEU NASCIMENTO

 


«François-Marie Arouet (1694-1778), aliás Voltaire, esse incansável “homem de letras” e do espírito des Lumières, o filósofo divulgador do pensamento de Locke e Newton, o poeta e livre-pensador, o célebre polemista e jornalista avant la lettre, nasceu faz 330 anos. Voltaire foi um profeta da razão e do progresso, um apóstolo do livre-pensamento e da Fraternidade social, como a vida, o talento e a imensidão da sua obra o confirma.   

Écrasez l’infâme disse-nos ele. Voltaire, nos combates do seu tempo contra a arrogância e o despotismo, a superstição e o fanatismo religioso, convoca os registos inquietantes das misérias humanas por uma cáustica ironia, pela inteligência dos seus contos filosóficos e nos traçados e representações humorísticas no “melhor dos mundos possíveis”. E tudo isso nos transmite e assume um pensamento e um legado que jamais pode ser esquecido. Deste modo, se a 7 de Abril de 1778, François-Marie Arouet, aliás Voltaire, recebeu a “serena Luz Maçónica”, podemos orgulhosamente proclamar que o “mundo a recebe dele”. Porém a cadeira de Voltaire permanece vazia, ainda não surgiu um novo intérprete desse seu singular e valoroso legado que soube revolucionar os espíritos da República das Letras.  

A Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego, nesta memorável data, saúda os raios esplendorosos do virtuoso e genial cidadão François-Marie Arouet.

Glória a Voltaire. Vale                                                                                                    

[Os Bibliotecários

[recebido da BMBM  - sublinhados nossos]

J.M.M.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

[BNP – LISBOA – DIA 25 DE OUTUBRO] LUÍS DE CAMÕES. FABULOSO - VERDADEIRO DE AQUILINO RIBEIRO

LIVRO: Luís de Camões Fabuloso * Verdadeiro;
AUTOR: Aquilino Ribeiro / Prefácio de António Valdemar;
EDIÇÃO: Bertrand Editora, 2024.

LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO

DIA: 25 de Outubro de 2024 (17,30 horas);

LOCAL: Biblioteca Nacional (Auditório);

ORADORES: Vanda Anastácio | Diogo Ramada Curto | António Valdemar | Eduardo Boavida | Aquilino Machado

ORGANIZAÇÃO: BNP | Bertrand Editora 

Aquilino Ribeiro contrariou a imagem de um poeta de origem aristocrática que era veiculada pelo regime e construiu um retrato real. Agora numa nova edição, o livro chega às livrarias a 19 de setembro com introdução de António Valdemar.

Num tempo em que se professava nas universidades «a opinião de que o tudo o que havia a dizer sobre o autor dos Lusíadas estava dito», Aquilino Ribeiro ousou dizer «não». Entre 1949 e 1950, o escritor publicou dois livros em que defendeu «a revisão a fundo e com meticulosidade» da história de Luís de Camões, chocando o «público ilustrado» ao afirmar que o poeta «não era aquilo que ensinavam na escola».

Alicerçando-se na releitura atenta dos estudos de, entre outros, Teófilo Braga, José Maria Rodrigues, Wilhem Storck e Hernâni Cidade, e em «três cartas particulares» de Camões, Aquilino, primeiro em Camões, Camilo, Eça e Alguns mais e depois em Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, contrariou a imagem de um poeta de origem aristocrática que era veiculada pelo regime e apoiada por académicos de Coimbra, e construiu um retrato real, de um «gentil-homem pobre, mas invejável», que gerou grande polémica. Um retrato que ainda perdura.

Passados 74 anos da publicação de Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, o mais impetuoso dos dois estudos, e numa altura em que se comemoram os 500 anos do nascimento do poeta, a Bertrand Editora lança uma nova edição do livro, que celebra a vida e obra de Camões. Pela primeira vez num só volume (em 1950, foi publicado em dois) e com prefácio do jornalista António Valdemar, que privou com Aquilino.

J.M.M.