"Anteontem, vendo Sócrates, vi Cavaco e, vendo Cavaco, vi Caetano e, vendo Caetano, vi a longa fila de beneméritos, que tentaram, no ardor da sua inconsciência, transformar Portugal no 'modelo' do dia: a Inglaterra ou a França, a Bélgica, a Suécia, a Irlanda, a Finlândia, e até a Espanha. O espantoso é que toda a gente ouve esta idiotia histórica, com a mesma credibilidade e assombro com que sempre a ouviu. Num país normal, quem abrisse a boca para dizer 'modernização' seria imediatamente corrido e sovado. Aqui, não. Aqui, o indígena gosta dessa velha missa e venera o oficiante. A 'modernização' é uma espécie de milagre, que chegará por um caminho ínvio (a educação e a ciência) e que entretanto esconde a triste realidade portuguesa. Não é uma promessa prática, é um sinal de impotência" [sublinhados nossos]
[Vasco Pulido Valente, in Público, 12/11/2006]
J.M.M.
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