quarta-feira, 29 de novembro de 2006
A propósito de mais um centenário
Flausino Torres
Encontramos, nas suas quase duas dezenas de obras, alguns elementos de estudo sobre a temática que nos vem ocupando. Assim, nos seus estudos sobre o mundo contemporâneo dedicou várias obras à questão da formação da sociedade portuguesa actual. Destacamos estas obras:
História Contemporânea do Povo Português, col. Cadernos de Hoje, Editora Prelo, 1965, 3 vols.
Leituras Históricas. As Origens da República, col. Cadernos de Hoje, Editora Prelo, 1965, 152 pags.
Particularmente, nesta última última obra, tecem-se algumas apreciações muito curiosas sobre a bibliografia consultada. Como é obvio, sendo ele na altura um membro reconhecido do Partido Comunista, as leituras que realiza são muito centradas nesta área política. Assim, comenta ele sobre outro comunista, Fernando Piteira Santos: "foi buscar novas pedras, como bom arquitecto, deu arranjo novo, pondo em foco principalmente os sectores da burguesia que intervêm no movimento de 1820".
Descobrimos, na blogosfera, que Flausino Torres se dedicou também à tradução das Memórias de Stuart Mill, publicadas pela editora Gleba, Lisboa, 1945, onde se encarregou de elaborar o prefácio e a tradução da obra.
Sobre a historiografia de influência marxista [onde se incluía Flausino Torres], afirma José Amado Mendes, na História da História em Portugal (Sécs. XIX e XX), Temas e Debates, Lisboa, 1998, vol. I, p. 361-362: "Quanto a influências mais directas e profundas - as quais passam também pela adesão à ideologia e ao próprio sistema explicativo, assente no princípio segundo o qual a «luta de classes constitui o motor da história» - elas foram mais evidentes no pós-25 de Abril (1974). Isto sem esquecer, obviamente, o contributo de outros autores cuja investigação já se iniciara no período anterior, como, por exemplo: Flausino Torres, Augusto da Costa Dias, José Tengarrinha, António Borges Coelho [...] e Vítor de Sá".
Sobre a actividade oposicionista de Flausino Torres, especialmente a que desenvolveu na antiga Checoslováquia, veja-se o trabalho de Linda Kundrátóva.
AABM
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