quinta-feira, 10 de maio de 2007

FRANCISCO MARIA DE SOUSA BRANDÃO [1818-1892]


FRANCISCO MARIA DE SOUSA BRANDÃO

Em 11 de Maio de 1818, nascia no lugar de Murtosa, freguesia de Mosteiro, concelho da Feira, o filho de Manuel de Sousa Ferreira Brandão. Sendo de uma família de tradições liberais, foi educado por familiares eclesiásticos que o aconselharam a seguir a carreira das armas. Realizou os primeiros estudos no seminário de Lamego, cursando Humanidades.

Assentou praça como voluntário em 26-02-1834, tendo participado em varios combates durante as guerras liberais em Portugal, como o de Santo Tirso, na Lixa, na ponte de Amarante, na Barra do Pocinho, na Ponte de Castro Daire e na Batalha da Asseiceira. Pertencente à divisão do conde de Vila Flor, que acompanhou atá à assinatura da Convenção de Évora Monte. Em 1835 ascende a aspirante e em 1837 foi promovido a alferes. Frequenta a Academia Politécnica do porto entre 1837 e 1840, mais tarde estuda na Escola do Exército até 1842. Promovido a tenente em 21-09-1843, foi demitido em Fevereiro de 1844 por estar implicado na tentativa de revolta de Torres Novas.

Vive exilado no estrangeiro, primeiro em Espanha e depois em França, onde frequenta a Escola de Pontes e Calçadas. Foi reintegrado no exército em Maio de 1846, tendo obtido autorização para continuar em Paris a estudar. Estudos que veio a terminar em 1847. Regressa a Lisboa em Janeiro de 1848, e, em 1849 foi enviado em comissão de serviço para o Ministério do Reino como encarregado de obras na província de Trás-os-Montes e mais tarde em Viseu.

Estando em Paris quando se assistiu à denominada Revolução de 1848, em que Luís Filipe foi derrubado pela acção dos republicanos. O engenheiro Francisco Maria Sousa Brandão ficou muito impressionado por estas acontecimentos que o levaram a afirmar desde bastante cedo as suas ideias democráticas, que o vão acampanhando ao longo da vida.

Em 1854 foi encarregado de elaborar o estudo sobre o projecto de caminho-de-ferro de Coimbra ao Porto. Em 1855 foi um dos homens que colaborou nos trabalhos preliminares da linha férrea de Lisboa a Santarém, com um conjunto de engenheiros ingleses.

Em 29-04-1851 era capitão, em 15-12-1868 foi promovido a major efectivo do Corpo de Estado Maior, em 15-04-1874 a tenente-coronel, em 21-01-1876 a coronel e em 05-03-1890 foi promovido a general de divisão.

Pertenceu com José Elias Garcia ao Grupo do Pátio do Salema, juntamente com Gilberto Rola e Saraiva Carvalho. Foi também um dos fundadores do Partido Republicano em 25 de Março de 1876, tendo participado no jantar realizado no palacete da Rua do Alecrim, juntamente com Mendes Monteiro.

Sousa Brandão pertenceu por duas vezes ao Directório do partido Republicano, uma logo em 03-04-1876 e outra em 22-12-1887. A partir de Janeiro de 1891 passou a integrara a denominada Junta Consultiva do Partido.

Foi eleito deputado pelo círculo da Feira em 1865-1868.

Fundou juntamente com Lopes de Mendonça e Vieira da Silva Junior o jornal O Eco dos Operários, considerado o primeiro periódico socialista em Portugal. Foi também um dos fundadores da Associação dos Operários em 27-06-1850, a que se lhe segue o Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, cujos estatutos de 1853, foram redigidos por Sousa Brandão.

Esteve também na origem da fundação do Banco do Povo, instituição bancária criada para proteger os pequenos industriais.

Conhecem-se também as suas colaborações no Progresso.

Casou com Maria do Carmo Almeida.

Era condecorado com a medalha das Campanhas da Liberdade e com a comenda da Ordem de Cristo.

Veio a falecer em Lisboa em 26 de Maio de 1892.

Publicou: Economia Social. Primeira Parte. O trabalho, Lisboa, 1857.

A.A.B.M.

3 comentários:

Unknown disse...

Sousa Brandão é natural do lugar de Murtosa, freguesia de Mosteirô,concelho da Feira.
Nasceu na Quinta da Murtosa, hoje Quinta Sousa Brandão, era filho de Manuel Ferreira de Sousa Brandão.
Se for necessário, envio registo de nascimento.
Agradeço a rectificação.
Acácio Gomes

amigo de Timor disse...

Peço a alguém que conheça esta família (Sousa Brandão da casa da Murtosa) que me dê um contato, mail ou telefone. Peço isto porque eles têm um livro publicado por Manuel de Almeida de Pinho Tavares, sacerdote dos fins do século XVIII. Foi cônego na catedral do Faro, provisor e vigário geral do primeiro bispo de Aveiro, D. Antônio de Sousa Freire Gameiro. Escreveu Origem dos Valentes, do qual existe um traslado na livraria do engenheiro civil Manuel de Sousa Brandão, senhor da Casa de Murtosa, tirado pelo Dr. Vicente Carlos Correia de Sousa Brandão, seu tio. Nele descreve apenas a descendência de D. Isabel Valente, filha de Valentim Pires Valente e sua mulher Joana da Silva de Macedo, até o ano de 1779. Eu pago por uma cópia desse translado. meu mail:francisco.timor@gmail.com

Unknown disse...

Sou uma das atuais proprietárias da Casa da Murtosa - Isabel Brandão Raimond - telemóvel 914579941