Nasceu em Samora Correia a 11 de Junho de 1849. Segundo foi possível apurar tinha ascendência italiana. Foi aprendiz de escultor e em 1865 entrou para a Casa da Moeda, onde conquistou alguma reputação enquanto abridor de cunhos e medalhas, mas também, como gravador tipográfico.
Ao longo da sua carreira como gravador dedicou-se a outras actividades na sua área como a estampagem de tecidos e à galvanoplastia, onde conseguiu trabalhos que foram reconhecidos pelo seu valor.
Em 1871 adere às ideias revolucionárias que a Internacional trazia de França, fazendo parte da denominada secção do Monte Olivete juntamente com José Fontana. Ocupou funções de destaque no Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas e foi secretário da Associação da Fraternidade Operária. No ano seguinte, manifesta a sua atitude política de aderir às ideias do Congresso de Haia, sobre a organização dos partidos operários nacionais e manifestou a sua oposição ao anarquismo.
Com o fracasso destas ideias socialistas envolveu-se na organização da Associação dos Trabalhadores. Esta associação resultou da fusão entre a Fraternidade Operária e a Associação do Trabalho Nacional, segundo números apurados por Maria Filomena Mónica, e, com base em informações de Nobre França, teriam alcançado entre 2750 e 3500 membros. A causa fundamental desta associação foi a luta no terreno económico, pondo em segundo plano a questão política.
Foi também um dos fundadores do Centro Republicano Federal, segundo aquilo que se conhece do seu pensamento, a tarefa de implantação da República era uma necessidade para poder abrir caminho ao avanço do socialismo. Activista político empenhado, procurou conseguir a fundação de um Partido Operário Socialista em Portugal, o que veio a acontecer em 1875. Nessa aventura embarcaram também: Nobre França, José Caetano da Silva, Agostinho da Silva e António Joaquim de Oliveira.
Pertenceu ao 1º Conselho Central do Partido Operário Socialista em 1875, mantendo-se em 1877 e 1878. Não consta nos órgãos directivos de 1879 e 1880. Regressa em 1895 já na formação partidária dissidente, passando em 1905 a fazer parte da Federação Regional do Sul do Partido Socialista Português em 1907, 1909 e 1910.
Sabe-se que Azedo Gneco manteve relações com Marx e Engels, tendo trocado correspondência com ambos, durante a década de 70 do século XIX. Talvez devido à sua proximidade com estas figuras conseguiu ser eleito o secretário-geral da secção portuguesa da Associação Internacional de Trabalhadores.
Entre 1870 e 1873 pertenceu à Maçonaria, tendo mesmo chegado a venerável da Loja Razão e Justiça, mas afastou-se posteriormente.
Azedo Gneco afasta-se do Partido Operário Socialista em 1895, e funda o Partido Socialista Português na sequência de profundas divergências dentro do movimento socialista desde 1890. Nesse mesmo ano realiza um Congresso do partido em Tomar, onde faz aprovar um novo programa político que será novamente sufragado em 1907, quando as duas correntes socialistas se voltam a unir. A causa principal destas cisões tinha a ver sobretudo com o domínio da ala marxista entre os socialistas, porque uns aceitavam-na e defendiam-na, enquanto outros a encaravam como uma possibilidade (possibilismo). Outro dos temas que causava fricções era a continuação ou não da Monarquia, havendo portanto quem defendesse a aproximação crescente aos republicanos.
Foi enviado como delegado ao Congresso Socialista de Londres em 1896 e ao Congresso de Litógrafos, em representação da Liga de Artes Gráficas do Porto (que se realizou pela mesma altura na referida cidade), em 1899, fazia parte da missão operária que visitou a Exposição de Paris.
Por diversas vezes foi apresentado como candidato a deputado, mas sempre sem resultados. Era um dos mais conhecidos oradores do Partido Socialista.
Conhecem-se colaborações de Azedo Gneco em múltiplas publicações periódicas como: Actualidade, Rebate, O Revolucionário, Operário, Trabalhador, A Federação, Livre Pensamento, O Primeiro de Maio, A República Social, Voz do Operário, Vanguarda, O Pensamento Social, O Bom Senso, O Protesto e O Protesto Operário.
Foi responsável pela organização do Congresso Nacional Operário (1893) e do Congresso Anticatólico (1895).
Faleceu em 29 de Junho de 1911.
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