sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ACÁCIO TOMÁS DE AQUINO: NOTA BREVE


Nasce em Lisboa [Alcântara] a 9 de Novembro de 1899 [cf. António Ventura, Memórias da Resistência ao Estado Novo, Lisboa, CML, 2001]. Nascido de família operária foi trabalhador da construção civil, da Câmara Municipal de Lisboa [1918] e ferroviário [1926-1933]. Nos anos 20 milita na corrente anarco-sindicalista, e pertence às Juventudes Sindicalistas e à CGT, onde desempenha cargos importantes. Associado do Sindicato dos Metalúrgicos [1916], dos Trabalhares do Município [1918] e da Construção Civil [1919-1933]. Foi, ainda, secretário da Federação dos Sindicatos da Construção Civil e da Confederação Geral do Trabalho [cf. Ventura, 2001].

A partir do golpe de 28 de Maio de 1926, passa à semi-clandestinidade. No 18 de Janeiro de 1934 [vidé a propósito, "O 18 de Janeiro de 1934 e alguns antecedentes: depoimento colectivo", por Acácio Tomás de Aquino et al, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978], faz parte do comité de acção da CGT [com Custódio da Costa e Serafim Rodrigues] que decreta a greve geral. Porém não participa no acontecimento por ter sido preso a 11 de Dezembro de 1933, sob acusação de tentar fornecer bombas a outros militantes insurreccionais [cf. Ventura, 2001]. Pelo facto é condenado [a 9 de Março de 1934] a 12 anos de degredo, tendo seguido para Angra de Heroísmo, de onde foi transferido para a Colónia Penal do Tarrafal [23 de Outubro de 1936].

No Tarrafal tem papel activo na Organização Libertária Prisional, onde a confrontação entre a corrente libertária e a Organização Comunista Prisional é evidente e conhecida [vidé o seu depoimento em O Segredo das Prisões Atlânticas, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978].

Regressa a Portugal a 10 de Novembro de 1949, sendo-lhe concedida a liberdade definitia a 22 de Novembro de 1952. No 25 de Abril colabora em organizações libertárias, funda o "Centro de Estudos Libertários" e aparece como impulsionador do jornal A Batalha.

Morre em Lisboa, a 30 de Novembro de 1998. Era casado com a militante anarquista Luísa do Carmo Franco Elias Adão [1914-1999].

Acácio Tomás de Aquino colabora em diversos periódicos, como "O Construtor", "A Batalha" ou a "Voz Anarquista" [cf. Ventura, 2001].

J.M.M.

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