terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2008: OS MELHORES LIVROS & OUTROS DISCURSOS


Ano de 2008: os melhores livros & outros discursos

"Não é republicano quem quer mas quem o pode ser" [Sampaio Bruno]

O Almanaque Republicano, dado à luz por cavalleiros de alma republicana e em reparo público, é (como dissemos) um espaço espiritual ou temporal de "encantos e desencantos vários" em torno desse "espírito lusitano" ou diáspora de liberdade perseguida, onde sopra a revolução subterrânea dos "cavaleiros do amor" e a soidade prudente da "história do futuro" (António Vieira). E cuja validade estará sempre nessa muito nossa aventura da demanda ou "moral de grau" e para V., caros ledores, na arte de leitura.

Por isso, os eventos percorridos, os factos e personagens aqui resgatadas são uma desobediência nossa que não trocamos pelo elogio da polémica ou vaidades rendilhadas. Nós, a esses, cuja idiossincrasia "é o couce" (Camilo), não tomamos posição. Este nosso compêndio de letras, na sua mundividência assumida, sendo uma história de iniciados ou preceito de liberdade, não deixa por isso de ser uma república do mundo que a "renovação da inteligência portuguesa" aspira, como diria Basílio Teles. O ano que passa tem neste álbum de memórias esse exacto sentido do termo. E o caminho que se entreabre até ao marco simbólico do Centenário da República o evidenciará. Adiante!

Como anteriormente - AQUI e AQUI -, corremos de novo o risco de assinalar as melhores obras que a historiografia contemporânea portuguesa publicou e conhecemos em 2008. Do repertório geral, para além de uma absurda "praga" de peças saídas sobre o Estado Novo, revelando uma curiosa salazarofobia, regista-se que os estudos históricos sobre o período da I República estão ainda por fazer, pecam por serem escassos e de rara contribuição para o trabalho histórico. A avaliar a situação cremos que faltam obras importantes (de cariz biográfico, memorialista, ou de história económica, social e história regional/local) que a comemoração do Centenário da República pode proporcionar. Tal tarefa aguarda, decerto, os próximos anos para uma melhor publicação.

Por tudo isso a nossa escolha para 2008, assim dificultada, percorre diversos períodos da nossa historiografia moderna, mas que julgamos representar uma estimada valia. Sendo necessariamente uma triagem subjectiva, tal como apontámos no ano passado assume-se como "característica primeira, para além de suscitar o equilíbrio entre a descrição e a erudição" também o de "poder ser um guia bibliográfico estimulante", com base numa "inventariação séria e documentada de factos e biografias políticas". Quem nos acompanhar, julgará melhor.

J.M.M.

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