quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ALMANAQUE REPUBLICANO: AS NOSSAS TRÊS PRIMEIRAS ESCOLHAS DE 2008


AS NOSSAS TRÊS PRIMEIRAS ESCOLHAS DE 2008

Mais uma vez o Almanaque Republicano elaborou uma listagem, sempre discutível, subjectiva e pessoal daqueles que consideramos os melhores livros de História Contemporânea de Portugal publicados em 2008.

Como não somos condicionados por instituições ou pessoas, grupos de pressão ou editoras, discutimos entre nós e organizamos a lista apresentada. Muitas obras publicadas, e mesmo divulgadas neste espaço interactivo, acabaram por não integrar a nossa escolha final. Reconhecendo sempre o melindre que estas situações podem suscitar e, tal como nos anos anteriores, tecemos algumas considerações sobre as nossas três primeiras escolhas.

Em primeiro lugar, Maria do Rosário Machado na sua obra O Pensamento Político e Social de Basílio Teles porque é um estudo sobre uma figura primordial e considerado um dos ideólogos do movimento republicano em Portugal. Na análise sobre a figura de Basílio Teles, que constituiu uma investigação no âmbito do mestrado, tendo acompanhado de forma bem documentada a vida do “político, pensador e economista portuense”. Homem de cultura, reflexão, muitas vezes considerado um simples teórico [David Ferreira, "Basílio Teles", Dicionário de História de Portugal, vol. VI, Dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992, p. 140] que caminhou para uma crescente misantropia, afastando-se das relações com os outros homens e afastando-se também da ribalta política da época, ou como muito bem afirmou Joel Serrão:"Sampaio Bruno e Basílio Teles entrariam numa zona de sombras, da qual jamais lograriam sair" [Joel Serrão, «República» se chamava, Da «Regeneração» à República, Livros Horizonte, Lisboa, 1990, p. 195]. Porém, Basílio Teles, marcou o seu tempo através da escrita, das múltiplas obras que publicou e dos muitos escritos de carácter ideológico onde se encontram características marcantes como o nacionalismo, o pessimismo e o positivismo.

No esboço biográfico elaborado por Maria do Rosário Machado existe uma segunda parte dedica particular atenção ao pensamento social e económico de Basílio Teles, analisando a sua influência antes e durante República. Em particular a sua análise sobre a situação económica do país, as causas e soluções que apontava. Nos seus artigos jornalísticos publicados em jornais como A Luta, dirigido por Brito Camacho, O Intransigente (de Machado Santos), A Voz Pública ou outros apontavam-se os principais problemas do País que eram sistematicamente discutidos pela restante classe política da época. Em nossa opinião, como atempadamente assinalámos, uma obra a não perder por todos os que se interessam pelo “estudo da ideologia do Partido Republicano, pelo período da 1ª República e pela figura de Basílio Teles nas suas diferentes abordagens”. Numa edição da Imprensa Nacional Casa da Moeda, com 276 páginas que se lêem com todo o interesse.

Em segundo lugar, seleccionamos a obra de Manuel Loff, «O Nosso Século é Fascista!» - O mundo visto por Salazar e Franco (1936-1945), quase unanimemente considerado um dos grandes estudos históricos realizados este ano. Numa investigação que resulta na tese de doutoramento, onde se pesquisaram os principais arquivos da Europa Ocidental para se concluir, provocatoriamente, que se assistiu a uma fascistização do regime. Esta edição da Campo das Letras, numa extensa obra (956 páginas), analisa-se uma variedade de provas documentais muito rara, onde se procura demonstrar a filiação nazi do Estado Novo, mas sobretudo as forte ligações que o regime salazarista estabeleceu com a Espanha franquista.

Neste estudo, o autor analisa a presença da bibliografia recente que procura branquear o regime e que se mantém bem presente na produção académica actual, com o problema do revisionismo historicista. Por outro lado, procura sistematizar teoricamente os regimes, numa abordagem que não será politicamente distanciada, mas que trouxe um importante contributo para a compreensão do fascismo na Península Ibérica, com a revelação de novos documentos e numa abordagem critica da historiografia que se vai produzindo pela Europa fora.

Finalmente, a nossa terceira escolha recaiu em Isabel Pestana Marques e a sua investigação Das Trincheiras com Saudade - A vida quotidiana dos militares portugueses na I Guerra Mundial, baseada nos diários dos militares portugueses que participaram na frente de batalha. Nesta obra faz-se um retrato duma época não só com base nos textos, mas também com as imagens que não são somente as dos chefes militares, nem as fontes oficiais, mas nos relatos individuais. Para além disso a autora incluiu também uma fonte fundamental de análise que ainda permanece quase inexplorada na historiografia portuguesa: a imagem fotográfica.

Com mais de meio milhar de páginas e numa edição da Esfera dos Livros, Isabel Pestana Marques transmite, como se referiu aqui, uma nova visão sobre a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial, dando particular enfoque à História da Vida Quotidiana, que os relatos dos soldados nas suas cartas, permitem agora conhecer. Uma obra organizada em seis grandes capítulos: ‘Rumo a França’; ‘Rumo à Flandres’; ‘O quotidiano nas trincheiras’; ‘O dia-a-dia na zona de guerra’; ‘O moral das tropas’; e ‘A campanha do C.E.P.: sucessos e insucessos’. Todos eles encontram-se estruturados em subcapítulos, permitindo ao leitor avançar para aquele que lhe desperte maior curiosidade.

A.A.B.M.

2 comentários:

Anónimo disse...

detestei se fosse a voses acabava com esta pouca vergonha ninguem quer saber disto isso toda a gente sabe no dia a dia .as coisas que quero saber sao mais importantes e nao tem aqui .eu sei o que digo sou profesora!!!

Anónimo disse...

sou professora e nao gosto disto .e uma pouca vergonha!!!se for tuo como eu ninguem vem aqui!!!ate as coisas m chines sao melhores!!!!!!!!!!odeio isto nunca mais ponho qui os pes.filomena guimaraes