segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

COMISSÃO NACIONAL PARA AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA


COMISSÃO CONSULTIVA QUE ASSISTE A COMISSÃO NACIONAL PARA AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

Através de mão amiga, que nos alertou para a situação, tomamos conhecimento de quais são as personalidades que vão integrar a Comissão Consultiva que assiste a CNCCR.

Certamente que alguns dos nomeados são personalidades com interesse nas matérias em causa e pelo seu valor científico e intelectual, outros surgem-nos de forma algo inesperada. Não que contestemos o seu papel enquanto cidadãs(ãos) em destaque na sociedade portuguesa, porém não podemos deixar de manifestar alguma perplexidade face a algumas escolhas.

Fazemos, no entanto, votos para que este grupo de personalidades designadas pelo Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, no passado dia 21 e publicado hoje no Diário da República desenvolva um conjunto de iniciativas interessantes e envolventes para a sociedade portuguesa. Criem condições para, na nossa sociedade, desenvlver hábitos de participação cívica. Apoiem iniciativas de carácter pedagógico e didactico sobre os princípios da ética republicana. Relembrem as figuras que pelo país difundiram as ideias republicanas, antes da implantação da República, baseadas num conjunto de ideais e princípios que o regime acabou por não conseguir concretizar.

Comemorar, actualmente, não é só celebrar o passado mas é sobretudo assinalar e analisar momentos que possam projectar para o futuro.

Etimologicamente, comemorar designa o acto de evocação ou de memória colectiva de um evento passado. No caso de se tratar de uma momento fasto, comemorar é também celebrar e festejar. No caso da revolução de 5 de Outubro de 1910, sem receio se pode dizer que para a generalidade dos portugueses a implantação da República significou um avanço na luta pela liberdade e pela cidadania em Portugal, constituindo um adquirido histórico do povo português. Como já era referido aqui.

Não é só engrandecer os grandes homens do passado é procurar confrontar as ideias do passado com o presente. Torna-se fundamental, nos dias que correm, com a crise económica, social e política que o País atravessa elevar a auto-estima da população; mobilizar os jovens com exemplos de cidadania activa e actuante; possibilitar o acesso à informação, às fontes da época, apesar de muita informação já ser acessível, para todos poderem analisar e tirar as suas conclusões; não esquecendo os objectivos que o Relatório da Comissão de Projectos para as Comemorações do Centenário da República já definia:

Deste modo, as comemorações do centenário da República podem e devem visar os seguintes objectivos:

a) Comemorar a revolução do 5 de Outubro de 1910 como momento fundador da República;
b) Valorizar a ideia republicana no seu sentido histórico mais genuíno, enquanto projecto de afirmação da cidadania, de igualdade política e social, de garantia dos direitos e liberdades individuais, de fim dos privilégios de nascimento ou de status, de democracia representativa, de descentralização e autonomia do poder local, de separação do Estado e das igrejas, etc.;
c) Estudar a evolução e transformação da República, desde as dificuldades de estabilização e consolidação da I República, passando pelo interregno equívoco do Estado Novo, até à renovação da ideia democrático-republicana com o 25 de Abril de 1974;
d) Analisar os problemas e escrutinar as soluções para uma República moderna, mais eficiente e ainda mais democrática, na passagem do primeiro centenário e na perspectiva do seu segundo centenário.


Ficamos a aguardar as actividades concretas para nos irmos pronunciando.

A.A.B.M.

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