terça-feira, 20 de outubro de 2009

VEM AÍ A REPÚBLICA!


APRESENTAÇÃO DA OBRA VEM AÍ A REPÚBLICA! 1906-1910

Chegou ao nosso conhecimento que o Professor Romero Magalhães publicou um novo estudo sobre o período que antecede a Implantação da República. Conforme se antevê, pelas palavras da apresentação da obra e pelo índice que de seguida apresentamos, a obra merece a nossa e a vossa atenção.

Transcrevemos de seguida o texto de apresentação:

Há livros que desde sempre se querem escrever. Mas que nem por isso acontecem. Ou acontecem depois de muitas vezes adiados. Planeada, começada e abandonada várias vezes, aqui vem finalmente a minha proclamação da República.
A República concretiza-se nos primeiros anos do século, quando o regime monárquico se mostra exaurido e incapaz de conduzir e governar o País. Nada parece evitável do que lhe sucede em cascata de descalabros. Um erro puxa outro, numa sequência que parece conduzir ao 5 de Outubro. Embora não se acredite em fatalidades. Mas a verdade é que a monarquia não soube ou não quis perdurar. D. Carlos 1º, O Último, arriscou-se a uma ditadura, a pior das soluções, sem que se chegasse a perceber bem porquê. Disso decorre o final abrupto da sua própria vida. E os pouco mais de dois anos que se seguem não passam de um tempo de preparação para o partido republicano. E de um tempo de demonstração da absoluta impossibilidade da monarquia se tornar aceitável: dela se disse ser um regime «incompatível com a dignidade e prosperidade da Nação.» Vista na sua cronologia, a proclamação da República parece inelutável. E bambúrrio foi a relativa facilidade da sua concretização: apenas. Responsabilidades foram, no dizer de um anónimo monárquico, «as dos que sacrificaram a administração pública às preocupações da política. As dos que mais contribuíram para a desorganização da política monárquica. As dos que mais puseram a realeza directamente em foco e em cheque. As dos que, por nefastos conluios ou compromissões com o republicanismo, enfraqueciam a acção monárquica e fortificavam o impulso republicano. As, finalmente, dos que, envolvidos em tais compromissões, ou mesmo fora d’elas, no momento crítico, por covardia, traição, ou simples inépcia, não souberam ocupar o seu posto de honra.» Responsáveis teriam sido, afinal, todos os monárquicos. A questão dos tabacos abre a série, seguem-se os adiantamentos à Casa Real, o caso do Crédito Predial, entre os mais gravosos. Não poucos episódios aparentemente menores se acumulam para ajudar à liquidação do regime. A «insofismável imposição de inquéritos, publicação de documentos e ajuste de contas velhas, que alvoroçavam o país nos últimos anos da monarquia» anunciavam o desfazer da feira. Era esse percurso a caminho do fim que eu queria narrar. Por necessidade interior. Sendo republicano e educado em meio republicano, conheço razoavelmente as vicissitudes do regime e o quanto foi desacreditado por adversários e mesmo por seguidores. Nem por isso o tenho por menos decisivo e menos generoso. E capaz de dignificar os cidadãos que deixaram de ser súbditos. A centralidade da cidadania é o grande contributo do novo regime. Que nunca pode ser minimizado.
O presente livro trata apenas dos últimos anos da monarquia, desde a substituição do último ministério da presidência de José Luciano de Castro pelo de Hintze Ribeiro (Março de 1906), até à proclamação da República em Lisboa, na manhã de 5 de Outubro de 1910. Naturalmente que se confina aos aspectos políticos, porque esses foram os decisivos na trama dos acontecimentos que levaram ao fim da monarquia. O primado do político neste caso é evidente. Ao longo do texto são muitas as citações de escritos da época. Impôs-se-me deixar que fossem as fontes a transmitir o que se passou. Para assim conservar um insubstituível sabor. Buscando em publicações muito variadas essa multiforme informação que enriquece uma narrativa. De um tempo afinal tão próximo e ao mesmo tempo já tão distante.
A todos os que de algum modo me ajudaram a encontrar documentos, livros, revistas e jornais os devidos agradecimentos. Não me faltaram amizades nem generosidades.


Apresenta-se de seguida o ìndice da obra:

ÍNDICE
Palavras Prévias
CAPÍTULO 1 O liberalismo, a Carta Constitucional, o rei e a política
CAPÍTULO 2 Erros que de longe vêm
CAPÍTULO 3 Os adiantamentos à Casa Real
CAPÍTULO 4 A rua e a imprensa
CAPÍTULO 5 A questão académica
CAPÍTULO 6 A ditadura de João Franco
CAPÍTULO 7 O 28 de Janeiro e a lei de 31 de Janeiro de 1908 CAPÍTULO 8 O regicídio e a acalmação
CAPÍTULO 9 Velhas questões
CAPÍTULO 10 A defesa da monarquia e a propaganda do rei
CAPÍTULO 11 A marcha para o abismo
CAPÍTULO 12 A questão religiosa
CAPÍTULO 13 A carbonária, conspiradores e revolucionários
CAPÍTULO 14 Os propósitos republicanos
CAPÍTULO 15 De 3 a 5 de Outubro – a revolução na rua
Fontes
Bibliografia


O Autor, Joaquim Romero Magalhães, e as Edições Almedina têm o prazer de convidar Vª Ex.ª para a apresentação da obra “Vem aí a República! 1906-1910”.

A obra será apresentada:

No Porto, pelo Professor Jorge Fernandes Alves, quarta-feira, dia 21 de Outubro, pelas 18h00, na Livraria Almedina, Arrábida Shopping, Loja 290.

Em Lisboa, pelo Professor António Reis, segunda-feira, dia 26 de Outubro, pelas 18h00, na Livraria Almedina, Atrium Saldanha, Loja 71.

Em Coimbra, pelo Professor Fernando Catroga, terça-feira, dia 3 de Novembro, pelas 18h00, na Livraria Almedina, Estádio Cidade de Coimbra.

A.A.B.M.

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