segunda-feira, 10 de maio de 2010

BERNARDINO MACHADO - MAÇON (BREVE NOTA)


Bernardino Machado nasceu no Rio de Janeiro (28/03/1851) e faleceu no Porto (29/04/1944). Bacharel em Matemática (15/07/1873), Licenciado (14/01/1875) e Doutor em Filosofia (02/07/1876) pela Universidade de Coimbra. Deve-se a Bernardino Machado a criação e ensino oficial da cadeira de Antropologia na Universidade de Coimbra. Foi Secretário da Faculdade de Filosofia (1877-1879) e Director do Museu de História Natural, Antropologia (1885-1907). Foi, ainda, Director do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa. Deixou publicada uma extensa obra pedagógica, científica e política [ver biobibliografia AQUI]

Em 1882 ingressa no Partido Regenerador. Foi deputado entre 1883-1887, Par electivo do reino (1890-95) e Ministro das Obras Públicas do gabinete de Hintze Ribeiro-João Franco (1893), tendo-se demitido do cargo. Em 1903 adere ao Partido Republicano, tendo sido Presidente do seu Directório (1906-1909). Professor da Universidade de Coimbra, em 1907, é solidário com a greve académica, tendo sido exonerado (25/04/1907). Foi deputado eleito às Constituintes de 1911 por Lisboa Oriental. Foi candidato ao lugar de Presidente constitucional da República, tendo perdido para Manuel de Arriaga. Foi senador (1911-15; 1919-25). Em 1912 (20/01) é nomeado Ministro de Portugal no Brasil e em 1913 (1/11) torna-se embaixador nesse país até 1914. Foi Presidente do Ministério (de Fevereiro a Dezembro de 1914), dos Negócios Estrangeiros (até Março de 1914), Ministro do Interior (Junho a Dezembro de 1914; e em 1921), Ministro da Justiça (interinamente; 1911 e 1914) e Ministro da Agricultura (1921). Foi eleito Presidente da República em 1915 (06/08) e em 1917 (08/12) é "aprisionado e banido" do país, no seguimento da revolta de 5 de Dezembro, chefiada por Sidónio Pais. Em 1919 regressa do exílio [esteve exilado duas vezes; 1917-19 e 1927-1940] e é eleito pelo Congresso Presidente em 1925 (11/12) para "completar o mandato renunciado por Teixeira-Gomes", tendo entregue "os poderes presidenciais a Mendes Cabeçadas" na sequência do movimento de 28 de Maio de 1926, que instalou a Ditadura. Exilado (1927), fixa residência em França e regressa em 1940, com residência fixa em Paredes de Coura. Morre a 29 de Abril de 1944.

Bernardino Machado foi iniciado em 1874, na Loja "Perseverança", nº 74, de Coimbra [loja do RF, instalado em 1873, Capitular em 1874. Extingue-se em 1876], com o nome simbólico de "Littré". Pertenceu (1892) à Loja "Razão Triunfante", nº 107 do RF, Lisboa [loja que transitou, mais tarde, para o REAA; esteve fora do GOLU, tendo aderido ao Grande Oriente de Portugal e, mais tarde, cinde novamente da Obediência, seguindo o Supremo Concelho de grau 33º. Abate colunas durante a clandestinidade]. Foi Presidente do Conselho da Ordem (1892-1895). Atingiu em 1895 o grau 7º do RF e o grau 33.º do REAA (de cujo conselho fez parte). Entre 1895-1899 foi Grão-Mestre do GOLU e Soberano Comendador do Supremo Conselho de grau 33º [1895-1899; 1929-1944]. Foi-lhe concedido (1902) o cargo de Venerável honorário da loja "Pátria", nº222, do RF, de Coimbra [abate colunas em 1909]. É Director do Asilo maçónico de S. João, Lisboa, entre 1902-1904. Integra em 1903 (30/05) a Loja "Fernandes Tomás", nº212, do RF, da Figueira da Foz [loja fundada por decreto maçónico nº16, de 10 de Junho de 1910 e instalada a 22 de Setembro, desse ano. Esteve particularmente activa entre 1900-1935]. Foi-lhe concebido o cargo de Venerável honorário da Loja "Fernandes Tomás" (24/08/1904). É membro honorário do Supremo Conselho dos Soberanos Grandes Inspectores Gerais do Grau 33, de Espanha, desde 1904. Em 1910, pertence à Loja "Elias Garcia", nº 184, do RF, de Lisboa [instalada em 1893, passa a Capitular em 1898, tendo transitado para o REAA em 1912. Abate colunas em 1928]. Em 1914, acompanha a cisão da maioria do Supremo Conselho, tendo reentrado na obediência anos depois. Integrou desde 1929 a Loja "Fraternidade Colonial", nº406, do REAA, de Lisboa [fundada em 1921, Capitular nesse ano, Areopagita em 1923 e Consistorial em 1925. Em 1952, mantinha-se em actividade].

FONTES: A Loja Fernandes Tomás, nº212 da Figueira da Foz (1900-1935). O Arquivo e a História, Divisão de Museu, Bibliotecas e Arquivos, Figueira da Foz, 2001 / Dicionário de Maçonaria Portuguesa, de A. H. de Oliveira Marques, Editorial Delta, 1986, Vol. I e II.

FOTO: Bernardino Machado, quadro a óleo de António Carneiro, presente no Grémio Lusitano; retirado, com a devida vénia, do blog "Bernardino Machado".

J.M.M.

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