quinta-feira, 5 de agosto de 2010

JOSÉ DE CASTRO (Parte II)


Exerceu funções como administrador do concelho do Fundão e foi redactor do jornal Distrito da Guarda, desde 1881. Quando se afastou do Partido Progressista, tudo indica que as razões que estiveram subjacentes à sua saída se prendiam com a sua discordância acerca das negociações que estavam a ser feitas no âmbito do Tratado de Lourenço Marques. Participou nas iniciativas comemorativas do Centenário do Marquês de Pombal, em 1882, tendo realizado uma conferência no Montepio Filantrópico Egitanense que foi depois publicada.

Em 1890 foi eleito deputado independente, por influência de José Jacinto Nunes, pelo círculo uninominal de Santiago do Cacém. Participou de forma activa nos trabalhos parlamentares tendo algumas intervenções. Nessa legislatura integrou as comissões da Fazenda, do Ultramar e a Comissão Anual Interparlamentar, tendo sido escolhido para representar o Parlamento português na reunião de Berna e no Congresso Interparlamentar de Roma, realizado em Novembro de 1891. Desta sua participação deixou também um texto publicado no ano seguinte que consta na Bibliografia a consultar abaixo.

Os discursos que realizou no Parlamento nessa legislatura foram também publicados, curiosamente, com uma dedicatória ao seu particular amigo e adversário político João Franco.

Participa de forma activa na propaganda do Partido Republicano pelo País nos anos que antecedem a queda da monarquia, realiza comícios e conferências.

Foi um dos fundadores da Liga Liberal em Abril de 190l. Esta liga foi criada por iniciativa da Liga Académica Republicana e fez-se rodear de “algumas figuras de primeiro plano no mundo da política dos negócios e do saber” [António Ventura, Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências Possíveis (1892-1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000, p. 72]. Apesar de muitos dos seus membros serem maçons, não terá sido o GOLU o principal responsável pelo seu aparecimento. Foram propostos 58 nomes de cidadãos reconhecidos da vida política, universitária e empresarial onde se encontravam personalidades como: Dr. José António Serrano, médico; Teófilo Braga, lente; Alexandre Braga, advogado; José Veríssimo de Almeida, lente de Agronomia; Dr. Silva Bessa, lente; João Viegas Paula Nogueira, lente de Agronomia; Sousa Lara, comerciante; Dr. Higino de Sousa, médico e lente na Escola Médica de Lisboa; Francisco Costa, industrial; Francisco Grandela, comerciante; Dr. José Estêvão de Vasconcelos, médico; José Cupertino Ribeiro, industrial; José Pinheiro de Melo, comerciante; Dr. José Benevides, advogado; Dr. Eduardo de Abreu, médico; Mário Lino, industrial, entre muitos outros [António Ventura, Idem, p. 249, nota 110]. Esta agremiação foi mais um dos organismos criados pelos defensores do Livre Pensamento e do combate ao clericalismo, que estava tão em voga na época.

Participa em 1909, na comissão executiva da referida liga: Miguel Bombarda, António Aurélio da Costa Ferreira, António Macieira, Artur Marinha de Campos, Avelino Lopes Cardoso, Carlos Cândido dos Reis, Egas Moniz, Faustino da Fonseca, José de Castro, José Pinheiro de Melo e Luís Filipe da Mata. [Fernando Catroga, “O laicismo e a questão religiosa em Portugal (1865-1911)”, Análise Social, Lisboa, vol. XXIV (100), 1988 (1.°), p. 236]

[Nota: A fotografia, com a devida vénia foi retirada do Arquivo Fotográfico de Lisboa]

[Em continuação]

A.A.B.M.

2 comentários:

Anónimo disse...

Oenso ser o mesmo josé de castro, grão mestre adjunto do grande oriente lusitano unido ao tempo da pimeira república. Sendo o mesmo, há um interesssante manuscrito de Belizário Pimenta, n. s Nuno Alvares, V.'.M.'. da Loja Pátria de Coimbra, onde figura alguma correspondência maçónica daquele.
Saúde e fraternidade
Marco Aurélio

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It is interesting, I will go back to read them again.