sábado, 20 de novembro de 2010

D. ALBERTO BRAMÃO (Parte I)


Nasceu em 7 de Novembro de 1865, com o nome completo de Alberto Allen Pereira de Sequeira Bramão. Seus pais foram Jaime Henriques Álvares Pereira de Sequeira Bramão e Delfina Emília Allen.

Começou a colaborar na imprensa nas páginas do Monitor, jornal que sucedeu ao Monitor de Bouças, onde publicava também o seu particular amigo Raul Brandão. Esta situação pode ser observada “no prefácio-carta a Alberto Bramão, Raul Brandão evoca a Foz do Douro da sua infância e da sua adolescência e comenta: «Foi das nossas discussões sobre Arte que estes contos nasceram...». [Álvaro Manuel Machado, Raul Brandão entre o romantismo e o modernismo, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Ministério da Educação, Lisboa, 1984, p. 53]

A sua ligação ao jornalismo é muito estreita e extensa, conforme veremos na listagem dos jornais e revistas onde colaborou, a consultar na parte final desta nota biográfica.

Entra na política pela aproximação que fez a Marçal Pacheco, deputado e mais tarde par do reino, que foi co-proprietário do jornal O Repórter. Por essa via estabeleceu relações de amizade com algumas personalidades políticas de relevo no Partido Regenerador, tornando-se depois secretário particular de Hintze Ribeiro.

Foi eleito deputado em 1901 pelo círculo eleitoral nº123, de Ponta do Sol; em 1902-1904, pelo círculo eleitoral nº1, de Viana de Castelo, voltando a ser eleito pelo mesmo círculo em 1904. Integrou diversas comissões de Redacção no Parlamento. Com Carlos Malheiro Dias e José Maria de Oliveira Simões apresentou uma proposta de defesa dos interesses do concelho de Monção. [cf. Luís Bigotte Chorão, Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, vol. 1 (A-C), coord. Maria Filomena Mónica, col. Parlamento, Imprensa de Ciências Sociais/Assembleia da República, Lisboa, 2004, p. 437-438]

Dedicou-se também à poesia tendo publicado inúmeros poemas por diversas publicações. No final da década de 80 do século XIX, a sua poesia aproximou-se da corrente decadentista, conforme se pode constatar no soneto “Delírio” (1886), onde revela um sadismo vampírico. Mas, a sua matriz literária aproxima-o, em termos literários, do neo-romantismo, sendo mesmo considerado “um dos poetas que melhor ilustram a continuidade de linhas temáticas e estilísticas do romantismo epigonal português” [Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, vol. II, Coord. Eugénio Lisboa, Publicações Europa-América, Mem Martins, 1990, p. 490].

Em 1895, Alberto Bramão publica uma colectânea de poemas intitulada Fantasias, onde essas influências neo-românticas são claras. Exalta a mulher, na sua beleza perfeita, pura e quase divina, não apenas o amor por consumar.

Em 1906 foi um dos fundadores da Sociedade de Propaganda de Portugal, organização a que viria a presidir anos mais tarde. Foi também esta instituição que organizou em Lisboa, em 1911, o I Congresso Internacional de Turismo.

Foi também membro da Associação de Jornalistas de Lisboa.

[Em continuação]

A.A.B.M.

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