segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
JACINTO SIMÕES (FILHO) 1925-2010 – PARTE I
Jacinto Simões (filho), aliás José Jacinto de Sousa Gonçalves Simões, nasceu em Lisboa a 1 de Novembro de 1925. Seu pai, Jacinto Simões, com agitada vida política, era um indefectível republicano, com participação nas lutas em defesa da República e contra a ditadura.
[Jacinto Simões (pai), nasceu na Figueira da Foz a 7 de Novembro de 1886, tirou o curso de oficial miliciano (em 1918, era alferes do Serviço de Administração Militar) e licenciou-se (1920) em Direito [cf. Grande Enciclopédia Luso-Brasileira]. Republicano e maçon [cf. Jacinto Simões, in Pedro Manuel Pereira & António Neves Pereira, Casa 4 A Loja dos Grão-Mestres Sympathia e União 1859-2009, p.127], participa nas forças republicanas que combateram a revolta monárquica de 1919, em Monsanto e no Norte do País. Entre 1921 e 1926 é administrador do Porto de Lisboa [cf. Gr. Enc. Port-Bras.]. Com o pronunciamento militar de 28 de Maio de 1926, de Gomes da Costa, que põe termo à I República e estabelece a ditadura, Jacinto Simões (pai), conspira e na sequência da malograda revolta do Castelo (revolta dos Caçadores 7, no Castelo de S. Jorge, do dia 20 de Julho de 1928) é preso (ver Diário de Lisboa, 21 de Julho de 1928, capa) e enviado (em 1929?) para o exílio em Angola (cf. Casa 4, ibidem). Foge para França (1931?) e em Paris convive com os exilados políticos, Raul Proença, Jaime Cortesão, António Sérgio, Agostinho da Silva, ao mesmo tempo que frequenta os cursos livres de Sociologia, Filosofia e Direito Público na Sorbonne. Regressa a Portugal em 1933 (? – Nota: nas escassas obras por nós consultadas, Casa 4 e Gr. Enc. Port-Bras., as datas, quer da sua ida para Paris, quer do seu regresso do exílio, não são coincidentes, o que levanta inúmeros problemas), e "exerce funções na Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal entre 1933 e 1936" (cf. Gr. Enc. Port-Bras.). Fez parte (Dezembro de 1943) da Comissão Executiva do MUNAF (juntamente com Piteira Santos, Bento de Jesus Caraça, José Magalhães Godinho, Francisco Ramos da Costa, José Moreira de Campos e Manuel Serra), que era presidido pelo general Norton de Matos e participa (após a célebre reunião política de 8 de Outubro de 1945 no Centro Escolar Republicano Almirante Reis) na constituição do MUD, fazendo parte da sua Comissão Central. Agastado pela divisão entre os oposicionistas, durante a campanha de Norton de Matos, decide abandonar a "política activa", regressando á Escola Veiga Beirão e exercendo a advocacia. Colaborou em várias publicações, como a Seara Nova, O Povo de Viana de Castelo e A Luta. Apoiou, ainda, a campanha de Humberto Delgado. Morre em Lisboa a 12 de Novembro de 1958]
Após completar os estudos liceais no liceu Camões, em 1943, Jacinto Simões (filho) ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa, participa no associativismo estudantil e conclui a licenciatura, em 1949, com 18 valores. Em 1946, Jacinto Simões entra para o MUD Juvenil e, no seu 4º ano de curso, é membro da Comissão Nacional Estudantil do MUDJ. Na data colabora na revista Seara Nova, "pela mão de Câmara Reis que tinha sido seu professor do liceu Camões" [cf. Casa 4, ibidem, p. 130].
[continua]
J.M.M.
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