domingo, 3 de abril de 2011
ÁREAS INDUSTRIAIS E COMUNIDADES OPERÁRIAS - CALL FOR PAPERS
O Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL em colaboração com a Universidade Popular do Porto e o Museu de Portimão estão a organizar um conjunto de Encontros subordinados ao tema Áreas industriais e Comunidades operárias.
ENCONTROS DE INVESTIGADORES LOCAIS: DIVULGAÇÃO DE ESTUDOS MONOGRÁFICOS
COMISSÃO CIENTÍFICA: ANA NUNES DE ALMEIDA, BRUNO MONTEIRO, FRÉDÉRIC VIDAL, JOANA DIAS PEREIRA, MANUEL LOFF, MARIA JOÃO RAMINHOS DUARTE E SILVESTRE LACERDA
I SESSÃO – O MUNDO DO TRABALHO NO SUL DE PORTUGAL: BOLSAS INDUSTRIAIS E COMUNIDADES RURAIS: (JUNHO NO MUSEU DE PORTIMÃO)
Os encontros que se pretende dinamizar têm como objectivo contribuir para a permuta de dados empíricos, reflexões e análises entre os autores que se debruçam sobre os Mundos do Trabalho no seu enquadramento geográfico, demográfico, económico, social e cultural. Dada a complexidade desta análise, que se julga indispensável para a compreensão global do fenómeno, considera-se essencial a observação monográfica, sobretudo das regiões onde ainda hoje são perceptíveis os vestígios materiais e socioculturais da industrialização e da formação da classe operária portuguesa – a actual Grande Lisboa, o actual Grande Porto e outras bolsas industriais dispersas pelo território nacional, nomeadamente no Algarve bem como das comunidades rurais, nas quais a dominância da proletarização terá determinado a participação do operariado rural no movimento reivindicativo dos trabalhadores.
A profusão além-fronteiras de estudos monográficos referentes ao enquadramento no qual este movimento germinou trouxeram uma nova luz à história social. Como Michelle Perrot faz notar, ao contrário do que acontecia nos países ocidentais mais desenvolvidos, como a Alemanha ou os Estados Unidos, onde a consciência de classe é forjada na grande fábrica moderna, nos países de industrialização tardia a autonomia da vila ou do bairro popular providenciaram o cadinho necessário à reprodução de já tradicionais solidariedades de classe.
Todavia, o mundo do trabalho está pouco estudado em Portugal. Entre as excepções contam-se algumas teses académicas e escassos artigos científicos. As monografias que se debruçam sobre os mais destacados bairros e vilas operárias portugueses são sem dúvida os principais contributos à compreensão deste fenómeno, de um ponto de vista histórico, no entanto as abordagens sociológicas, antropológicas e até geográficas deste processo têm também fornecido dados incontornáveis para a reconstrução histórica.
O conhecimento do mundo do trabalho conta ainda com a contribuição de estudos na área da arqueologia industrial e mesmo da arquitectura, que ilustram e analisam as evidências materiais, destacando a insalubridade das condições de vida e trabalho que marcavam a vivência quotidiana nestes contextos.
Em suma, os estudos actualmente existentes demonstram inequivocamente que o mundo do trabalho exige uma abordagem interdisciplinar e comparativa. De facto, se a sua complexidade exige uma análise monográfica, a confrontação dos resultados dos diferentes contextos urbanos e rurais é essencial para a caracterização geral, para a definição de um máximo denominador comum e das especificidades mais relevantes.
Neste sentido, convida-se todos os autores que se interessam e estudam estes fenómenos a partilhar os resultados da sua investigação nestes três encontros, através da apresentação de uma síntese do seu trabalho e da participação nos debates. Encoraja-se a participação dos investigadores e estudiosos locais, devendo-se sublinhar que o enfoque dado à classe operária e ao seu movimento reivindicativo não exclui de forma alguma os trabalhos que se direccionam para outras formas de associativismo popular, já que o tecido organizativo e as redes sociais formadas na decorrência da industrialização e da urbanização são fundamentais para a caracterização do Mundo do Trabalho.
A todos investigadores interessados em apresentar as suas propostas de comunicação sobre o tema em apreço devem apresentar:
Resumo (300 palavras) e biografia do autor (1 pág.)
Enviar para: encontrosinvestigadoreslocais@gmail.com até 15 de Abril de 2011
Resposta de aceitação até 20 de Abril
Papers:
Máximo 3000 palavras.
Enviar para: encontrosinvestigadoreslocais@gmail.com até 15 de Maio de 2011
A acompanhar com todo o interesse.
A.A.B.M.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário