sábado, 2 de abril de 2011

MARIA VELEDA


Vai ser apresentado no próximo dia 5 de Abril de 2011, pelas 18 horas, no Museu República e Resistência, em Lisboa, as Memórias de Maria Veleda, com introdução e notas de Natividade Monteiro.

Recorde-se que Maria Veleda, aliás Maria Carolina Frederico Crispim nasceu em Faro, em 26 de Fevereiro de 1871. Filha de João Diogo Frederico Crispim e de Carlota Perpétua da Cruz Crispim. Destacou-se como professora, tendo passado pelo Alentejo, Algarve e por fim em Lisboa.

Fixa residência em Lisboa em 1905, começando por leccionar num asilo, passando depois a professora regente do Centro Escolar Republicano Afonso Costa, na Calçada de Arroios.

Em 1909 passa a dirigir a escola do Centro Republicano da Ajuda. Escreve no Distrito de Faro, Diário Ilustrado, República, Heraldo, A Tradição, a Ave Azul, O Repórter, Sociedade Futura, dir. Ana de Castro Osório, foi redactora da Vanguarda, O Século e A Pátria, entre muitos outros.

A partir de 1910, tem uma secção no jornal A Vanguarda, subordinada ao tema Missa Democrática, que tinha intuitos morais e educativos de acordo com a ética e concepção republicanas.

Em 1909 é condenada por abuso de liberdade de imprensa devido a criticas à rainha D. Amélia, num artigo intitulado "Carta Aberta a uma Dama Franquista", publicado na Vanguarda.

Integrou a comissão organizadora do Primeiro Congresso do Livre Pensamento que se realizou em Lisboa, em 1908.

Em 1907,foi iniciada na Maçonaria, na Loja Humanidade, com o nome simbólico Angústias. Em Março de 1908 foi alvo de uma homenagem por um grupo de republicanos da Amadora, que teve lugar a Livraria Gomes de Carvalho.

Dirigiu a revista A Mulher e a Criança (1910-11) e mais tarde o jornal A Madrugada (1911-15). Exerceu funções como delegada de vigilância da Tutoria Central da Infância de Lisboa.

Durante as incursões de Paiva Couceiro desenvolve um conjunto de comícios e conferências na Covilhã, Castelo Branco, Tortozendo e Fundão. Foi uma das impulsionadoras da Associação de Propaganda Feminista, juntamente com Ana de Castro Osório. Pertence ao denominado Grupo das Treze e foi a representante da Liga das Mulheres Republicanas em 1913, para representar no XVII Congresso Internacional do Livre Pensamento.

Foi critica da ditadura de Pimenta de Castro, apoia a intervenção de Portugal na I Guerra Mundial contra a Alemanha. No final de 1915 abandona a Liga Republicana das Mulheres e a direcção do jornal A Madrugada e com outras ex-sócias da liga funda a Associação Feminina de Propaganda Democrática.

Nos anos vinte, afasta-se da vida política e passa a colaborar na imprensa ligada ao espiritismo.

Mãe de dois filhos, um deles adoptado e outro do poeta Cândido Guerreiro, com quem parece que manteve uma relação nunca oficializada.

Entre 26 de Fevereiro e 11 de Abril de 1950, publicou as suas memórias no jornal A República, que agora foram recolhidas e compiladas no livro que agora é dado à estampa. Uma vintena de artigos de jornal que agora ganharam forma de livro.

Um excelente artigo sobre Maria Veleda, da autoria de João Esteves pode ser encontrado AQUI.

Maria Veleda faleceu em Lisboa em 8 de Abril de 1955.

A apresentação da obra estará a cargo da Drª. Anne Cova.

A.A.B.M.

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