quinta-feira, 10 de novembro de 2011
ANTÓNIO AIRES GOUVEIA, UM BISPO MAÇONICO?
"Café com História" SESSÃO: António Aires Gouveia, um bispo maçónico?;
DIA: 10 de Novembro (18,00 horas);
ORADOR: Vítor Neto [FLUC/CEIS20];
LOCAL: Livraria Almedina (Estádio).
"António Aires Gouveia [aliás, António Frutuoso Aires de Gouveia Osório - 1828/1916] foi professor universitário [1861-1879], de Direito Eclesiástico [formado em Leis e Direito pela Un. Coimbra], e contribuiu, com o seu magistério, para a radicação das ideias de regalia nas relações entre o Estado e a Igreja. As teorizações que perfilhou e as suas consequências ultrapassaram, em muito, o âmbito de Coimbra e tinham um alcance nacional e internacional
[Aires Gouveia foi relator da Reforma das Cadeias em Portugal (sua dissertação de doutoramento e publicado em livro em 1860), que deu lugar (mas nem só por isso) à célebre e memorável polémica que manteve com Camilo Castelo Branco (o dr. Libório de Meireles, no romance A Queda de um Anjo de Camilo, é sem dúvida o próprio Aires Gouveia - sobre a polémica entre os dois, ver as Polémicas de Camilo, de Alexandre Cabral, Camilo e António Aires, de Ricardo Jorge, Camilo Desconhecido, de António Cabral); é portanto autor de interesse camiliano e, curiosamente, foi autor de um raro poema camiliano (Aires Gouveia foi, na juventude amigo de Camilo), "As Commendas", que está publicado no livro atrás referido de Ricardo Jorge]
Segundo Vítor Neto, o bispo Gouveia [foi bispo nomeado do Algarve, em 1871; bispo de Betsaida entre 1884-1905; arcebispo de Calcedónia de 1905-1916] 'foi filiado, inicialmente, na loja maçónica Liberdade, estabelecida em Coimbra, em 1863,
[Aires Gouveia foi, segundo A.H.de Oliveira Marques, obreiro da Loja Liberdade em 1864 de Coimbra; a loja instalada nessa cidade em 1863 - primeiro numa casa da Couraça de Lisboa, depois passando para a Casa do Castelo, após que se mudou para o edifício da Estrela -, por Filipe de Quental (Venerável) e Guilherme Francisco B. Pitta e pertencente à Confederação Maçónica Portuguesa, abateu colunas em 1864 (por graves desentendimentos, e mesmo tumultos, entre os seus membros, o que não era alheio o cisma verificado no Grande Oriente); a loja fundou o periódico Liberdade e estendeu a sua acção a outras zona, como na Figueira da Foz, onde instalaram uma loja; Aires Gouveia tomou o n.s. de Eurico, e na Loja Liberdade teve o cargo de Secretário, atingindo o 7º grau, passando a coberto em 1868]
com a finalidade de combater a reacção debaixo de toda a forma que aparecesse; o irmão Eurico contribuiu para o desenvolvimento da sociabilidade maçónica na cidade. Como lente, era uma figura respeitada até à crise religiosa que o teria levado a ingressar na vida eclesiástica e a abandonar a maçonaria.' Para além disso, António Aires Gouveia foi deputado pela nação e inspirou o projecto de abolição da pena de morte em Portugal, aprovado como lei em 1867.
'Em Coimbra, foi um dos principais teorizadores da supremacia do poder civil sobre a esfera eclesiástica, na linha do que se encontrava consignado nos textos constitucionais oitocentistas', explica o investigador do CEIS20" [ler AQUI]
J.M.M.
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