quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PARLAMENTO E PASTELARIA



"Tendo o governo e a oposição resolvido de comum acordo que voltem este ano à Câmara os mesmos deputados do ano passado, nós propomos, visto serem os mesmos, que pelo menos, como se faz nos pastéis da véspera, os polvilhem com canela"

Parlamento e Pastelaria, in A Paródia, 23.06.1904, p. 4-5 [via BNP - Materiais para a História Eleitoral e Parlamentar Portuguesa 1820-1926]

J.M.M.

1 comentário:

Manuel Santos disse...

Publicou-se na 1ª metade do século XX, no Porto, o jornal humorístico “OS RIDÍCULOS”. Na rádio ouvia-se a “VOZ DOS RIDÍCULOS”. Havia também, por essa altura, um monólogo na rádio do actor Raul Solnado sobre a guerra de 1914 onde ele, imitando um telefonema, repetia “podió chamá-lo”?
Ora, quando foi inaugurada a ponte da Arrábida no Porto, Os Ridículos publicaram na 1ª página uma fotografia de Salazar sobre o tabuleiro a olhar para baixo. Até aqui, nada de mal, mas o pior é que aditaram a legenda “podió-empurrá-lo”? Claro que o jornal foi imediatamente suspenso.
Nos programas semanais da Voz dos Ridículos, havia um concurso dirigido aos ouvintes cujo prémio era “uma magnífica peça de malha do Armazém Popular na Praça Almeida Garrett”. Uma das perguntas era: “Porque é que o relógio da Câmara está parado”? Estava mesmo, talvez havia mais de 1 ano. A resposta vencedora, foi: “Porque quem sai aos seus não degenera” …
Noutra emissão, perguntava-se: “O que lhe parece um sujeito mal vestido, com chapéu e os sapatos com solas rotas”? Resposta ganhadora da “magnífica peça de malha …”: “é um sujeito com princípios, mas que não tem fundos por falta de meios”.
Manuel Santos
PORTO