domingo, 24 de junho de 2012

PROJECTO DEFINITIVO DE CONSTITUIÇÃO MAÇÓNICA [1907]


PROJECTO DEFINITIVO DE CONSTITUIÇÃO MAÇÓNICA e Seus Respectivos Relatórios pelos IIr:. Leopoldo Pinto Soares, 25:. (Vice-Presidente do Conselho da Ordem) & Fausto de Quadros, 32:. (Grande Secretário Geral da Ordem). Seguido dos Pareceres do Conselho da Ordem e do Supremo Conselho do Gr:. 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito. Trabalho executado por determinação do Conselho da Ordem para ser discutido na Grande Loja Symbolica Constituinte em Novembro de 1907, Edição Official, Lisboa, Typographia Casa Portugueza, 1907, 121-III pgs.

Trata-se do Projecto de Constituição, que a Grande Loja Simbólica debateu e aprovou, entrando em vigor a 31 de Dezembro de 1907 (manteve-se até 2 de Janeiro de 1912). Diga-se – porque voltaremos ao tema - que a 30 de Setembro de 1907 o Supremo Conselho do Grau 33º do REAA tinha dado o seu parecer positivo

[curiosamente, o nascente conflito entre o Conselho da Ordem e o Supremo Conselho, com evidências em Maio de 1911 e Março de 1912, atinge a sua gravidade maior a Julho de 1914. Em prancha, o Supremo Conselho de Grau 33º do REAA, irá reassumir a sua autonomia, defendendo a Constituição de 1871 e considerando ser o Grande Oriente uma "federação de ritos" (e não uma federação de lojas), o que leva à cisão no G.O.L.U. O Supremo Conselho, ou uma parte daquela câmara litúrgica, afasta-se do G.O.L.U. e constitui-se em nova Obediência, denominada para os profanos como Grémio Luso-Escocês [já, AQUI, isso registámos]. No entanto, é evidente que nesta dissidência, mesmo que a questão sobre o texto constitucional (e dos ritos) esteja presente, o que se manifestava desde logo era os efeitos que crise a que a República tinha chegado já e a excessiva intervenção política dos Irmãos].

No Projecto da Constituição Maçónica (1907) foram relatores:

- Leopoldo Augusto Pinto Soares [1872-1938], n.s. César, proprietário e capitão de cavalaria, Venerável da Loja Razão Triunfante, de Lisboa, e que acompanha em 1914 a cisão acima referida;

- (o republicano) Fausto de Quadros [1879-1956], n.s. Bismark, Grande Secretário-geral da Ordem [sucedeu a Feio Terenas], nascido em Coimbra (seu pai era escrivão da Câmara Eclesiástica). Foi desembargador, juiz de Relação e advogado. Iniciado (1900) na R. L. Perseverança (Coimbra), pertenceu á Loja Pátria, nº 222, ainda de Coimbra (de que foi fundador e seu Venerável), e à Loja Justiça, de Lisboa (foi seu Venerável até 1905), ascendendo depois a Grande-secretario Geral da Ordem (era presidente do Conselho da Ordem, Sebastião Magalhães Lima). Foi expulso (irradiado) do G.O.L.U., pelo Acórdão, resultante do processo instaurado (“por desvios de metais, livros e mais documentos”) pelo Grande Tribunal Maçónico Federal do G.O.L.U., de 14 de Agosto de 1909. Tais motivos, porém, não foram (ainda) convenientemente esclarecidos [voltaremos a uma nova entrada sobre Fausto de Quadros, procurando clarificar melhor esta questão que ensombrou o G.O.L.U.]. Em Outubro de 1924, aparece ligado ao Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim, em Luanda [sob direcção do Soberano Santuário de Memphis-Misraim para França, que tinha 11 lojas sob a sua jurisdição, entre elas a de Luanda].

FOTO via Livraria Manuel Ferreira

J.M.M.

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