“Trago-te o império do Universo. Aí o tens, meu Pai!
E o Nazareno, dizendo isto, atitou-lhe aos pés o diadema de espinhos e a cruz ensanguentada do Calvário. Jeová, que era já Deus há muito tempo, e por isso mesmo prático e utilitário, julgou a situação num relance.
Respondeu ao Filho: - Andaste bem. Chegas cansado, crivado de golpes, vai-te deitar. Amanhã falaremos. É tarde. Eu te abençoo. –
E Jeová, na cama, pensou: Este meu Filho, como todos os grandes génios, é um idiota. Divino imbecil! Deixei-o crucificar, e ele, sem recompensa, faz de mim – pobre Deus de Jerusalém – o Deus do Universo inteiro!
E ao outro dia o Padre Eterno instalou-se no Olimpo”
in Guerra Junqueiro, "A Velhice do Padre Eterno", 1896
J.M.M.
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