quinta-feira, 5 de setembro de 2013

SOBRE A INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AO MARQUÊS DE POMBAL – PARTE III


FOTO: grupo de “admiradores da obra” de Sebastião José de Carvalho e Melo [1699-1782], na inauguração do monumento ao “divino” Marquês de Pombal [in Arquivo Nacional, nº 123, 18 de Maio de 1934]:

“Da esquerda para direita: Dr. Ramiro Reis e Sousa, general Norton de Matos, dr. Álvaro Costa, general Estêvão Águas, dr. Maurício Costa, capitão de mar e guerra Mário Costa, dr. Ramon de La Feria, tenente-coronel Veiga e Sousa, capitão José Bernardo Ferreira e tenente-coronel Pires de Carvalho” [ibidem]

No dia 13 de Maio de 1926 “foi solenemente inaugurado a primeira pedra do corpo do monumento, presidindo ao acto o Presidente da República, dr. Bernardino Machado” [Almanaque Humanidade, ibidem]. O Grémio Liberdade lança, nesse mesmo dia, um folheto de homenagem ao Marquês na inauguração da primeira pedra da base do seu monumento: “… É a primeira prestação que se paga dessa divida em aberto para com o intemerato Reformador e que um grupo de homens, tomando sobre os seus ombros, como que um mandato imperativo de todos os patriotas portugueses, pretendem saldar, acabando de vez com esta autêntica ingratidão pela memória de tão insigne estadista” [Grémio Liberdade].

Com o falecimento do escultor Francisco dos Santos, a 27 [ou 29?] de Abril de 1930, os trabalhos que lhe pertenciam ficaram a cargo dos escultores José Simões de Almeida (sobrinho) e de Leopoldo Neves de Almeida.

A 10 de Maio de 1933 realizou-se uma romagem ao túmulo do Marquês de Pombal, promovida pela Comissão Executiva do Monumento, estando presentes, além dos membros da comissão (Oliveira Simões, Estêvão da Silva, Custodio José Vieira e José Pedro Moreira), um grupo de cidadãos, entre os quais se regista a presença de Simões Raposo, Adães Bermudes, Daniel Rodrigues [in D.N, 11 de Maio 1933].

A configuração da praça, de forma estrelada, data desse ano, mas a estátua só é erguida a 2 de Dezembro de 1933 e depois inaugurada por Duarte Pacheco a 13 de Maio de 1934, sem a presença de Salazar e o general Carmona, mas com a presença de enorme multidão e sob fortes medidas de segurança por parte da polícia e da GNR.

Pelas 14 horas [cf. Ilustração Portuguesa, nº 202, 16 de Maio 1934] desse dia 13 de Maio de 1934, aniversário da morte do Marquês de Pombal, o general Norton de Matos [na altura Grão-mestre do GOL] “depõe um ramo de flores, com fitas das cores nacionais, no pedestal do monumento”, a que se seguiu idêntica cerimónia da parte de representantes da Escola Oficina, nº1, Cantina Escolar de S. Miguel, Centro Escolar Democrático de Campo de Ourique, Grémio Popular, Grémio Escolar Republicano de Alcântara, Grémio Escolar Republicano Tomaz Cabreira, Asilo de São João [representado pelo seu director, Libânio Santos Jorge], operários da C. M. de Lisboa, etc…  

Por fim, na cerimónia oficial usaram da palavra [cf. Duarte Rodrigues, ibidem, p. 279] o general Vieira da Rocha e o tenente-coronel Linhares de Lima, como representante da comissão administrativa do município [diga-se que os publicistas monárquicos e reaccionários reclamaram do apoio financeiro prestado ao evento pelo então governo de Salazar, e, como sempre, a figura quixotesco de Fernando de Sousa (Nemo), do jornal A Voz, encabeçou a lista do opinioso protestatório]. Marcaram presença [cf. Diário de Lisboa, 13 Maio de 1934], António Maria da Silva, Pereira Bastos, Sá Cardoso, Manuel Maria Coelho, Correia Barreto, entre muitos outros. 
 
 

A 13 de Maio de 1934, um ano antes da proibição da Maçonaria, teve lugar a inauguração do monumento ao marquês de Pombal. Foi a última grande manifestação pública onde Maçonaria se fez sentir em força. Ao acto assistiram milhares de pessoas, bem como entidades oficiais, civis e militares, e também numerosas figuras identificadas com a Maçonaria a começar pelo Grão-Mestre, Norton de Matos, e Grão Mestre Adjunto, coronel Oliveira Simões, que sempre esteve ligada ao projecto. Os grandes animadores foram Magalhães Lima e José Pinheiro de Melo. A Comissão organizadora era constituída maioritariamente por maçons: generais Vieira da Rocha e Estêvão Águas, o coronel Oliveira Simões, José Bernardo Ferreira, Veiga e Sousa, Alexandre Ferreira, Germano Martins e Daniel Rodrigues. Outros marcaram presença, como António Maria da Silva, Roman Navarro, Manuel Maria Coelho, Correia Barreto e o general Sá Cardoso” [via AntónioVentura Facebook - sublinhados nossos]

J.M.M.

1 comentário:

Manuel disse...

Ver tambem
http://manuel-bernardinomachado.blogspot.pt/2012/03/para-o-joao-paulo-um-amigo-querido.html#links

Mais abraços apertados!