CONFERÊNCIA: "Maçonaria e Desafios do Século XXI”
ORADOR: prof. Francisco Carromeu;
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Sextas de Arte Real”]
“Se a primeira reacção da Igreja Católica
Apostólica e Romana ao aparecimento da maçonaria inglesa foi a de a ignorar, entre outras razões, a
discussão do ideário liberal da maçonaria levou o Papa Clemente XII, em 1738,
a publicar a bula In Eminenti Apostolatus Specula, proibindo os católicos
de ingressarem e se tornarem membros de lojas maçónicas, sob pena de
excomunhão. A partir desta data a Igreja Católica assinalava assim a
incompatibilidade entre o juramento e o segredo das obediências maçónicas e a
condição de cristão integrado na Igreja Católica Romana.
As
bulas sucedem-se até que no papado de João Paulo II, em 1983, o prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé, cardeal Joseph Ratzinger, mais tarde Papa Bento XVI,
abranda o anátema da Igreja sobre os católicos maçons e declara apenas que
estes ficam em estado de pecado grave e não se podem aproximar da Sagrada
Comunhão, contudo, no essencial, a Declaração afirma que permanece imutável o
parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas.
Apesar
desta situação, que apresenta contornos específicos em Portugal, nomeadamente em
resultado do beneplácito régio, não deixaram de pertencer à maçonaria,
desempenhando até nela altos cargos, concretamente o de Grão-Mestre, ilustres
membros da Igreja, como arcebispos, camarlengos, cardeais, bispos e padres,
que, no respeito pela liberdade de consciência, souberam na sua época
enfrentar esta condenação.
A análise
das várias bulas ao longo de mais de dois séculos, o clima e contexto em que
surgiram e a reactividade anticlerical que esta situação também originou, entre
outras causas, serão analisadas detalhadamente nesta conferência”.
J.M.M.
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