quarta-feira, 4 de junho de 2014

DE TAVIRA A FARO: O HERALDO NA GEOGRAFIA LITERÁRIA DA VANGUARDA: CONFERÊNCIA

No próximo dia 5 de Junho de 2014, na Casa do Alentejo, em Lisboa, mas organizado pela Casa do Algarve (ver cartaz de divulgação acima -clicar na imagem para aumentar), vai realizar-se uma conferência sobre a importância do jornal semanário O Heraldo.

Esta iniciativa vai contar como conferencista com a doutoranda em Estudos Portugueses, Patrícia de Jesus Palma, investigadora do Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e especialista em História do Livro e Crítica Textual. Actualmente tem em curso um projecto de investigação que visa compreender as condições em que se desenvolve a cultura literária em espaço periférico no Portugal Contemporâneo (Algarve: 1772-1910), sendo financiado pela FCT e acolhido pelo Centro de História da Cultura daquela Universidade. Colabora também no projecto internacional «Circulação transatlântica dos impressos: a globalização da cultura no século XIX (1789-1914)», com pesquisa sobre dois eixos principais: os agentes de intercâmbio entre países (livreiros e editores) e a circulação e recepção da edição brasileira em Portugal.

Recorde-se ainda que o semanário republicano O Heraldo, iniciou publicação em Tavira em 3-01-1901, continuando a publicação do Jornal de Annuncios, tendo por proprietário José Maria dos Santos e contando com um leque alargado de colaboradores como: Carlos Augusto Lyster Franco, José Parreira, Raúl Proença, Ludovico de Menezes, Ribeiro de Carvalho, Bartolomeu Salazar Moscoso, Tomás da Fonseca, Zacarias José Guerreiro, Rodrigues Davim, Bernardo de Passos, Júlio Dantas, Mário Ramos, João Lúcio Pousão Pereira, entre muitos outros.  Este periódico deixa de se publicar em Tavira a partir de 1912 e instala-se em Faro, tendo sido o jornal adquirido pelo advogado João Pedro de Sousa (que veio a morrer vítima da pneumónica em 1918) e pelo professor e pintor Carlos Augusto Lyster Franco (pai do Dr. Mário Lyster Franco). Em Abril de 1912 inicia publicação em Faro, onde se manteve até à extinção em 1917, quando Portugal vivia grandes dificuldades provocadas pela Grande Guerra, mas isso não impediu este semanário de manter um conjunto de colaboradores nesta fase muito conhecidos na época como: Julião Quintinha, Eugénio de Castro, Honorato Santos, Guerra Junqueiro, Cândido Guerreiro, João Rodrigues Aragão, Ana de Castro Osório, José Dias Sancho, entre muitos outros. Este jornal mostrou a sua faceta  de vanguarda ao publicar vários textos da autoria dos jovens futuristas da época como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Carlos Porfírio, entre outros.

Este assunto pode sugerir-se a leitura AQUI, AQUI, AQUI ou uma análise ao trabalho do poeta e escritor Nuno Júdice sobre o tema e que AQUI relembramos.

Um evento que se saúda e que não podemos deixar de recomendar a todos os que se interessam por temas afins.

A.A.B.M.

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