Por
proposta do Ministro da Guerra, recebeu a condecoração para o Grau de
Oficial, de 5 de Agosto de 1920. Esteve ainda como chefe de Estado-Maior da
Guarda Nacional Republicana entre 25 de Maio e 19 de Outubro de 1921. Foi um
dos elementos da comissão que elaborou as bases para a reforma do Exército
Colonial em 1924. Ainda nesse ano participou também na comissão de estudo das
bases do cadastro geodésico da propriedade.
Nomeado
para chefe da 5ª Repartição da 2ª Direcção-Geral do Ministério da Guerra em
Agosto de 1925 e no final do ano seguinte (Dezembro) ascendeu a chefe da 2ª
repartição da referida Direcção Geral. Foi também o 2º subchefe do Estado-Maior
do Exército a partir de Junho de 1927. Em Maio de 1929 foi nomeado,
interinamente, Inspector da 1ª Inspecção de Artilharia, cargo que desempenhou
até 11 de Setembro desse ano quando assumiu as funções de Comandante da Escola
Central de Oficiais.
Comandou a escola Central de Oficiais de 1929 a 1933, ascendendo ao
posto de general em 22 de Novembro de 1930. Entretanto, em 1924, fez parte
da Comissão de Estudo da Organização do Exército Colonial. Foi
depois administrador geral do Exército entre 1936 e 1940, vogal do Conselho
Superior do Exército, presidente do Conselho de Recursos entre 1941 e 1945,
presidente do Conselho Fiscal dos Estabelecimentos Produtores do Ministério da
Guerra entre 1944 e 1945. Foi ainda Presidente do Conselho Superior de
Disciplina Militar. Passou à reserva em 7 de Abril de 1940 e à reforma no mesmo
dia em 1947.
Envolveu-se aos meios de oposição ao Estado Novo a partir
de 1950, tendo participado nas campanhas eleitorais e em Novembro de 1950,
presidiu a uma sessão comemorativa da Grande Guerra Mundial que teve lugar nas
instalações do Centro Republicano António José de Almeida. Subscreveu também um
pedido de autorização, em 10 de Outubro de 1956, para permitir a criação da
Frente Nacional Liberal Democrata, mas acaba por ver a sua pretensão de se formar como associação tendo os seus estatuto sido indeferidos e a mesma agremiação dissolve-se em 1 de Julho de 1957, por decisão dos seus fundadores. Entre eles constavam, para além do General Ferreira Martins, o Prof. Vieira de Almeida, Alberto Madureira, Nuno Rodrigues dos Santos, Agostinho Sá Vieira, Fernando Mayer Garção e Augusto Casimiro [Sobre este assunto consultar a documentação que existe AQUI]. Em 1957, nas eleições realizadas em 4 de Novembro, apresentou-se ainda como candidato a
deputado da oposição, por Lisboa.
Desempenhou também as funções de chefe da Delegação da Liga
dos Combatentes da Grande Guerra a vários congressos da Federação Internacional
dos Antigos Combatentes (F.I.D.A.C.), sendo também membro do Conselho Supremo
da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Exerceu funções como membro da
Comissão Central da Cruz Vermelha Portuguesa. Presidiu ainda ao Círculo de
Estudos Históricos de Olivença, em 1949.
Desenvolveu
também intensa actividade cívica e cultural, tendo sido autor de diversos
livros, que mais abaixo indicaremos. Colaborou, ainda, com numerosas
instituições, como o Sport Algés e
Dafundo, a Sociedade de Geografia de
Lisboa, a Cruz Vermelha, a Sociedade Portuguesa de Escritores, da Sociedade de Propaganda de Portugal, do
Instituto,
de Coimbra, entre outras.
Publicou entre outras obras:
Jogo de Guerra Exemplificado, em 1911; Avaliação das Distâncias em Campanha,
Lisboa, 1913; Portugal na Grande Guerra (direcção e colaboração), 1935; O poder militar da Grã-Bretanha e a
aliança anglo-lusa, 1939; Glórias e Martírios da Colonização
Portuguesa, (colaboração), 4 vols, Lisboa, 1939; História da Expansão Portuguesa
no Mundo (colaboração), Lisboa, 1942; A Cooperação Anglo-Portuguesa na
Grande Guerra, 1914-18 e História do Exército Português, 1945;
A Psicologia de Mouzinho: O Homem e o Chefe.
Colaborador regular em jornais e revistas, nacionais e
estrangeiras como: Revista Militar, Revista de Artilharia, Boletim da Sociedade de Geografia, Boletim do Arquivo Histórico Militar, onde
deixou publicados mais de meia centena de artigos, além de dezenas de artigos
na imprensa como o Diário de Notícias,
Primeiro de Janeiro, República, Século, entre outros.
Entre os artigos publicados nas revistas localizaram-se
alguns que podem ilustrar a sua biobibliografia que abaixo se indicam:
- Britânica : o espírito colonial
como base do sentimento patriótico, Lusocolonial.
- Nº 18 (1929), p. 277-278
- Governadores coloniais, Boletim da Sociedade Luso-Áfricana do Rio de Janeiro. - nº 12 (1935),
p. 3-8
- Uma história da acção dos portugueses na
Grande Guerra, [S.l. : s.n.], 1935 ( Lisboa : -- Emp. Nac. de
Publicidade), 7 páginas;
- Boletim do Instituto:
Assembleia Geral de 14 de Fevereiro de 1936, O Instituto : jornal scientifico
e litterario. - Volume XC (1936), p. 1-3.
[Quando foi admitido como sócio
correspondente nacional no Instituto de Coimbra]
- Glórias e martírios da
colonização portuguesa : I / por General Ferreira Martins. - Lisboa : Agência
Geral das Colónias, 1939. - 60, [1] p. ; 20 cm . - Pelo império. 53)
- Glórias e martírios da
colonização portuguesa : II / por General Ferreira Martins. - Lisboa : Agência
Geral das Colónias, 1939. - 93 p. ; 20 cm . - Pelo império. 54)
- Glórias e martírios da
colonização portuguesa : III / por General Ferreira Martins. - Lisboa : Agência
Geral das Colónias, 1939. - 99 p. : il. ; 20 cm . - Pelo império. 55)
- Glórias e martírios da colonização
portuguesa : IV / por General Ferreira Martins. - Lisboa : Agência
Geral das Colónias, 1939. - 73 p. : il. ; 20 cm . - Pelo império. 56)
- Cavaleiros em África / Ferreira
Martins. - Ilustrado In: Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa. - Série 60, nº 1-2 (1942), p. 26-29
- O intercâmbio intelectual, O Instituto : jornal scientifico e litterario. - Volume C (1942), p.
47-49.
- O coronel Bento Roma
(1884-1953) : homenagens e consagrações em 1954 e 1955 / pref. Ferreira
Martins. - Lisboa : Gazeta dos Caminhos de Ferro, 1955. -
[12], 234, [6] p. : il. ; 22
cm
- Um grande exemplo / Ferreira
Martins. - Artigo destinado à imprensa, mas que não chegou a ser publicado.In: O Coronel Bento Roma (1884-1953) : homenagens e consagrações em 1954 e 1955
/ pref. Ferreira Martins. - Lisboa : [S.N.], [1955?]. - P. 148-149.
- Olivença na Guerra Peninsular, Boletim
da Casa do Alentejo, Fevereiro de 1955, Ano XX, nº 214, p. 1, col. 1 a 3 e ss.
- Mousinho e a génese da sua
acção de Chaimite, Revista
militar, Lisboa, A.7,nº 10 (Out. 1955), p. 639-650;
- A psicologia de Mouzinho : o
homem e o chefe, Separata da
Revista Ocidente, vol. LI, 1956;
- João Albasini e a colónia de
São Luís : subsídios para a história da provincia de Moçambique e das suas
relações com o Transval / Alexandre Lobarto. -Lisboa : Agência Geral
do Ultramar, 1957. - 149 p. - Pelo império. 126)
- Portugal e a actual política
ultramarina, Infantaria, Ano 28, nº 176 (1961), p. 438-442
-Mousinho : herói reflexivo -
carta a José Osório, O
mundo português : revista de cultura e propaganda arte e literatura
colonias.- Lisboa : A.G.C.S.P.N., 1934-1947.- v. 7 n. 73 (Jan.) p. 39-40
- O Infante Dom Henrique na Inclita Geração, Lisboa : [s.n.,
D.L. 1960], Sep. Ocidente, v. 58, p. 234-244;
O General Luís Augusto Ferreira Martins casou em 31 de
Agosto de 1901 com D. Baptistina Maria de Aguiar Craveiro Lopes, de quem teve
duas filhas.
Faleceu a 26 de Setembro de 1967 em Lisboa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
- Eduardo
da Costa, Ed. da Divisão de
Publicações da Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1938;
- Os Generais do Exército Português,
vol. III, Tomo I, coord. Coronel António José Pereira da Costa, Biblioteca do
Exército, Lisboa, 2008, p. 349-350;
- Quem é Alguém. Dicionário Biográfico das
Personalidades em Destaque no nosso tempo, Portugália Editora, Lisboa,
1947, p. 315-316;
- Ribeiro, Ângelo , “A implantação da República”, História de Portugal, vol. VII,
Barcelos, Portucalense Editora, 1935, p. 508-509;
- Silva, Armando Malheiro da, Sidónio e o Sidonismo. Vol. 2, História de
um caso político, Imprensa da Universidade, Coimbra, 2006.
- Teixeira, Nuno Severiano, O Poder e a Guerra. 1914-1918,
Col. Histórias de Portugal, Editorial Estampa, Lisboa, 1996
A.A.B.M.
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